Campanha Janeiro Roxo chama a atenção para a hanseníase

População deve ficar atenta aos sinais da hanseníase

Durante as ações do Programa Territórios pela Paz (TerPaz) realizadas, no último sábado (18), nos bairros do Guamá, Jurunas, Terra Firme e Cabanagem, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) encontrou 74 casos com manchas ou lesões de pele suspeitas de hanseníase, dos quais, três tiveram diagnóstico confirmado na mesma hora, sendo um no Guamá e dois na Cabanagem. Os casos suspeitos foram encaminhados para atendimento especializado com médico hansenólogo.

Esse trabalho marcou o início da Campanha Janeiro Roxo, que chama a atenção para a necessidade do diagnóstico e tratamentos precoces da hanseníase e enfatiza que é uma doença que tem cura. Além da triagem de 172 pessoas, foram realizadas palestras sobre o tema nesses bairros da para aproximadamente 200 pessoas.

Segundo o coordenador estadual de Controle da Hanseníase, Bruno Pinheiro, em 2019, foram confirmados 2.164 novos casos de hanseníase no Pará, portanto, os resultados das ações no TerPaz demonstram o quanto é importante a Campanha Janeiro Roxo. “Esses quatro bairros estão entre os que têm maior incidência de casos de hanseníase e as ações realizadas pelo TerPaz contribuem para o atendimento da demanda reprimida nessa área, ou seja, atender às pessoas que têm dificuldade de conseguir consulta para diagnóstico qualificado na rede básica de saúde por diversos motivos”, disse o coordenador.

Bruno ressaltou que o diagnóstico precoce, o tratamento adequado da hanseníase e avaliar anualmente, por pelo menos cinco anos, a família dos casos diagnosticados, são fundamentais para evitar que o agravamento da doença leve à incapacidade física e deixe sequelas para o resto da vida. Ele informou que todos os casos suspeitos encaminhados para o especialista que forem confirmados vão iniciar o tratamento imediatamente.

Sinais e sintomas – A hanseníase é uma doença infecciosa, contagiosa, que afeta os nervos e a pele. Os principais sinais e sintomas são manchas esbranquiçadas ou avermelhadas dormentes, lesão tipo impingem e caroços na pele. As pessoas em tratamento não transmitem a doença e podem levar uma vida normal no trabalho, na família, na escola e na sociedade. Para ficar curado é preciso seguir a medicação regularmente até a última dose. O tratamento, totalmente gratuito e disponível Sistema Único de Saúde (SUS), é realizado no nível ambulatorial e não necessita de internação.

Para casos que requeiram intervenções de média complexidade, o Estado dispõe de três Unidades de Referência Especializadas (URE), para onde os pacientes são encaminhados: A URE Marcello Cândia, em Marituba, a URE Demétrio Medrado em Belém e ainda em Santarém. Todas elas, além do diagnóstico e tratamento, oferecem reabilitação aos pacientes e funcionam adequadamente, sem lista de espera para atendimento.

Além de trabalhar no controle da doença, a Sespa, juntamente com as secretarias municipais de saúde, atua na reabilitação, reinserção social e laboral e ainda no combate ao preconceito contra as pessoas com hanseníase.

Texto: Roberta Vilanova (SES/PA)

Fotos: José Pantoja e Ascom/Seac