CONASS participa de debate sobre a pesquisa Nascer no Brasil

Alessandra Schneider, assessora técnica do CONASS participou no último dia 30, do Ciclo de Estudos da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS/MS) que debateu a pesquisa Nascer no Brasil: uma fotografia dos nascimentos e partos no país, realizada pela Fiocruz e divulgada em maio deste ano. Também participaram do debate a coordenadora do estudo, professora Maria do Carmo Leal, a coordenadora da Rede Cegonha, Maria Esther Albuquerque e o representante do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Alessandro Aldrin Chagas.

A assessora do CONASS destacou o pioneirismo da iniciativa. “Esse é um estudo que tem abrangência nacional com representatividade regional e cujo enfoque é da mais alta relevância para analisar o cenário da saúde materno-infantil no Brasil”, observou.

Segundo ela, centrar a pesquisa no estudo do pré-natal, nascimentos e partos no país produz conhecimentos importantes não apenas para qualificar os momentos críticos da assistência, como também gera resultados  valiosos para discutir e reavaliar a atenção prestada às mulheres e às crianças em etapas anteriores e posteriores ao parto e nascimento.

Para Schneider é fundamental que os resultados do inquérito nacional sejam  incorporados pelas políticas públicas, nos três âmbitos de gestão do SUS, a fim de qualificar e induzir a mudanças necessárias na atenção à saúde da mulher e da criança.

Em relação aos avanços alcançados nas ultimas décadas, a assessora destacou a organização da atenção primária à saúde no âmbito do SUS, e à expansão da Estratégia Saúde da Família para atingir as áreas mais pobres do país. No entanto observou que ainda há desafios relacionados ao pré-natal, parto e nascimento que precisam ser superados como por exemplo, a alta prevalência de gravidez na adolescência, a necessidade do planejamento reprodutivo,  a alta ocorrência de mortalidade materna no país e a ausência de triagem e tratamento para os casos de depressão materna.

Ela  citou algumas medidas que precisam ser implantadas para que os desafios ainda existentes possam ser vencidos. São eles: a desmedicalização do parto; a intensificação das medidas de incentivo ao parto natural;  a realização de campanhas de comunicação social e educativas sobre os riscos das cesarianas para atingir famílias de todas as classes sociais; auditorias em municípios com altos índices de cesarianas; a expansão e fortalecimento dos comitês de investigação da mortalidade materna, e o reconhecimento, no Brasil,  sobre a importância fundamental dos primeiros mil dias como uma janela única de oportunidades dentro da infância como um todo.

Schneider finalizou com uma frase publicada na capa da revista The Lancet, publicada em 2011. “Em última análise o desafio é político, exigindo um engajamento contínuo pela sociedade brasileira como um todo, para assegurar o direito à saúde para todos os brasileiros”.

 

Tatiana Rosa

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