Conass participa de debate sobre os dez anos do Proadi-SUS

Os dez anos do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS foram tema do Fórum Estadão Think – Proadi-SUS 10 anos: resultados e desafios. O objetivo do encontro, que reuniu autoridades nesta quinta-feira (25), em Brasília, foi debater os principais avanços do programa, fazer um balanço dessa década de trabalho, descobrir como ampliá-lo e discutir os seus benefícios, não só aos pacientes, mas também aos profissionais de saúde que passaram a ter acesso a tecnologias de ponta.

Ministro da Saúde, Henrique Mandetta, no Fórum que debateu os 10 anos do Proadi-SUS / Foto: Erasmo Salomão/MS

O ministro de Estado da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, abriu o debate e afirmou ser importante o diálogo entre os setores público e o privado. “É fundamental que esses projetos desenvolvidos pelo Proadi-SUS, tenham continuidade”.

Para Mandetta, a reflexão sobre os dez anos do programa traz à tona a necessidade de que alguns projetos se iniciem a partir da ótica dos desafios do SUS e não da ótica da oferta de possibilidades dos hospitais. “Nós temos situações problemas que precisamos  desafiar para, com a expertise da iniciativa privada, chegarmos à modelagem de solução de problemas”.

O ministro ressaltou a complexidade do Sistema Único de Saúde, afirmou que ele é respeitado mundialmente e tem conquistas admiráveis em sua trajetória, mas também enormes desafios. “Cobertura e acesso, para serem universais, precisam de uma via de mão dupla. O Proadi-SUS é um grande exemplo do que podemos fazer com a criatividade do brasileiro, que é bom em gestão e que, quando desafiado, responde positivamente. Esperamos poder refletir esses dez anos, enaltecer seus grandes feitos e corrigir os erros que precisam ser corrigidos para que essas parcerias possam dar mais frutos e colaborar cada vez mais para a consolidação do SUS”, concluiu.

Assim como o ministro, o presidente do Conass, secretário de Estado da Saúde do Pará, Alberto Beltrame, também destacou ser necessária a continuidade dos projetos deste programa que, segundo ponderou, precisa ser incorporado como uma política de Estado e não apenas de governo. “Nós começamos esse programa tateando espaços e observando a melhor maneira de aproveitar a capacidade desses cinco hospitais em contribuir para o aperfeiçoamento, seja da gestão, seja da governança do SUS, seja do ensino, de maneira que efetivamente eles colaborem com o sistema aperfeiçoando a qualidade da atenção à saúde que o SUS é capaz de entregar para a população”, disse.

Alberto Beltrame destacou a importância de que o Proadi-SUS seja incorporado como uma política de Estado / Foto: Conass

Para Beltrame há pontos importantes a serem contabilizados nos dez anos do programa, no entanto, ele ainda padece da incompreensão acerca do seu significado e sobre seu funcionamento. Ele relembrou que, ainda no início, os próprios gestores tinham dificuldade de demandar projetos que por sua vez acabavam partindo dos hospitais para o SUS e não ao contrário como deveria ser. “Ao longo do tempo esse quadro foi naturalmente se ajustando e fomos progredindo de maneira que nossas demandas começaram a surgir. A partir daí não ficamos apenas com projetos que partiam apenas do interesse dos hospitais. Essa lógica muitas vezes ainda é confundida e ela precisa ser esclarecida”.

O presidente do Conass enfatizou de maneira categórica os projetos que o Conselho desenvolve com os hospitais de excelência que têm auxiliado as SES em um movimento de aprimoramento do planejamento das ações do SUS. “Isso faz com que o Proadi-SUS se faça necessário”, ressaltou.

Em seguida, chamou a atenção para a existência de três figuras que precisam ser contempladas no Proadi-SUS: os hospitais, que precisam ser valorizados e compreendidos no seu papel; os gestores de saúde (Ministério da Saúde e as secretarias municipais e estaduais de saúde), que são os interlocutores diretos com os hospitais e, a população que, em sua opinião,  muitas vezes está oculta, mas deve ser o principal objeto do programa. “É fundamental resgatarmos a sociedade brasileira para que de fato ele se torne, não um acordo entre gestores e hospitais, mas sim uma necessidade da sociedade brasileira”.

Já o presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Wilames Freire, enalteceu o programa e os resultados positivos nos municípios a partir das parcerias com os hospitais de excelência. “O Proadi-SUS é uma parte da ciência, da pesquisa e da inovação dentro do SUS. Eles realizam o que nós da gestão, muitas vezes tentamos, mas na maioria das vezes não conseguimos realizar, que é a inovação tecnológica, a capacitação de equipes etc. Este programa é a prova de que podemos inovar mesmo com os poucos recursos financeiros e que podemos oferecer mais à sociedade brasileira sem precisar ir buscar fora a tecnologia necessária, uma vez que temos essa capacidade dentro do nosso país”.

O valor da parceria público-privada no PROADI-SUS

Jurandi Frutuoso no Fórum Estadão Think – Proadi-SUS 10 anos: resultados e desafios

O secretário executivo do Conass, Jurandi Frutuoso, participou do painel sobre o valor da parceria público-privada no Proadi-SUS. Questionado sobre em que áreas o programa tem contribuído e quais são os projetos representativos para o Conass, Frutuoso esclareceu que, para o colegiado dos secretários estaduais de saúde, o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS é um processo completamente responsável de alocação de recursos, de capacitação da gestão e de melhoria do sistema. “Pela primeira vez conseguimos fazer o planejamento estratégico de todas as secretarias estaduais de saúde, em pouco mais de seis meses. Esse é o exemplo cabal da importância deste programa na qualificação da gestão das SES”, afirmou.

Ele também citou o projeto de Planificação da Atenção a Saúde, desenvolvido em parceria com o Hospital Albert Einstein. “Por meio dessa adesão estamos fazendo o planejamento da APS e mudando os processos de trabalho em 23 estados. Posso afirmar veementemente que o Proadi-SUS não é gasto, mas sim investimento. É reserva de parte do recurso do Tesouro investida no Ministério da Saúde para que ele possa dar ao SUS a qualidade que ele precisa ter para cumprir os seus preceitos constitucionais”.

Todo o fórum foi transmitido ao vivo pelo Facebook do jornal Estado de S. Paulo. Acesse aqui, o debate na íntegra.

Sobre o Proadi-SUS

Desenvolvido para colaborar com o fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS), o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS (Proadi-SUS) é financiado com recursos de isenção fiscal (Cofins e cota patronal do INSS), concedidos aos hospitais filantrópicos de excelência reconhecidos pelo Ministério da Saúde, e que apoiam a promoção da melhoria das condições de saúde da população brasileira.

 

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