Enfrentamento da Morbimortalidade por Acidentes de trânsito em pauta no Conass

O projeto de Enfrentamento da Morbimortalidade por Acidentes de Trânsito do Conass, coordenado pelo coordenador técnico e assessor para Relações Internacionais do Conselho, Fernando Cupertino, promoveu, neste mês de setembro, uma reunião virtual com o professor Dr. Otaliba Libânio de Morais Neto, da Universidade de Federal de Goiás (UFG) para debater o tema “Vigilância de acidentes das lesões e mortes causadas por acidentes de trânsito (AT) – Uso de linkage de bases de dados da Saúde e do Trânsito”.

O projeto tem  participação de representantes de 15 Secretarias Estaduais de Saúde (SES) que se reúnem periodicamente para discutir temas relevantes para pauta do projeto no intuito de contribuir na qualificação das equipes das SES, na promoção de trocas de experiências e incentivo a cooperação entre as secretarias, no fortalecimento e ampliação do Programa Vida no Trânsito (PVT) nos estados.

Com base na sua larga experiência na gestão em saúde pública e em pesquisas voltadas a vigilância desses agravos, o prof. Dr. Otaliba Libânio de Morais Neto, coordenou de 2010 a 2015 a implantação do Programa Vida no Trânsito em âmbito nacional implementado incialmente em cinco capitais de todas as regiões do Brasil, sendo ampliando posteriormente para outros municípios.

Na reunião, Otaliba Libânio ressaltou a importância de qualificar cada vez mais a vigilância das lesões e mortes causadas pelos acidentes de trânsito e do processo de relacionamentos de dados da saúde e do trânsito (linkage). Também destacou as várias dimensões que estão relacionadas e que são essenciais serem analisadas nos AT, como dados sobre o próprio acidente, dados da via, do veículo e do condutor.

O professor destacou ainda a importância da metodologia exitosa utilizada pelo PVT que tem como etapas: a articulação intersetorial, a qualificação e integração dos dados, as ações integradas de segurança no trânsito (Plano de Ação Integrado), e monitoramento e avaliação.

Otaliba abordou os tipos de linkage (relacionamento dos diversos dados) e explicou que isto qualifica as informações.  Atualmente os procedimentos utilizados no linkage no PVT é do Reclink (software desenvolvido pela UFRJ utilizando os nomes adaptados aos português) que gera um banco integrado pra análise e que posteriormente pode fazer a limpeza de duplicidade, chegando a produção da lista final de mortos em 30 dias ou lista final de feridos graves no município.

No  intuito de tornar ainda mais prático o processo de relacionamento do dados, o prof. Otaliba Líbânio e uma doutoranda elaboraram uma ferramenta na qual não é necessário usar diretamente o Reclink tornando mais prático o linkage e construíram uma plataforma de monitoramento do PVT que está em fase de ajustes finais. A previsão é que esta plataforma seja disponibilizada para o Ministério da Saúde ainda em outubro deste ano e posteriormente para os estados e municípios.

O professor ressaltou ser necessário construir um Sistema Nacional de Informações padronizado de registro e disseminação de informações para uso em todo território nacional e que isso é estratégico para se conhecer a realidade; orientar e monitorar as intervenções de segurança no trânsito; integrar as informações das ocorrências  de acidentes de trânsito com as do Setor Saúde e Previdência. Esta integração é fundamental para se obter a estimativa do número de mortes e feridos graves no trânsito , como também aprimorar a qualidade das informações de todas as três bases de dados (trânsito, saúde e previdência).

Por fim, ressaltou a importância do projeto do Conass para ampliação do PVT nos estados e na contribuição do advocacy envolvendo a saúde, o trânsito e a segurança pública para construção de um Sistema Único de Informação dos Acidentes de Trânsito e de Gestão Única de Trânsito no Brasil.

Para a assessora técnica do projeto no Conass, Mércia Gomes “a reunião foi muito importante e estratégica devido a possibilidade das equipes das SES tirarem suas dúvidas, aprimorarem seus conhecimentos e posteriormente ampliarem as discussões nos âmbitos dos seus estados”.

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