Mães avaliam atendimento prestado pela Rede Cegonha

Para conhecer a avaliação de mulheres que tiveram filhos na rede hospitalar do Sistema Único de Saúde (SUS), a Ouvidoria Geral do Ministério da Saúde está entrando em contato com todas por telefone. As primeiras mulheres entrevistadas realizaram partos nos meses de março e abril deste ano. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, fez o primeiro telefonema e a mãe consultada foi Nathália dos Santos, 20 anos, moradora de Recife.

“Fiquei com um pouquinho de vergonha, mas achei bom que ele perguntou como fui atendida e se deu tudo certo no parto”, contou Nathália que acabou de ter o primeiro filho e se disse surpresa por ter sido contatada pelo próprio ministro da Saúde. O ministro aproveitou a oportunidade para explicar a existência da lei que garante o direito a toda gestante de ter um acompanhante durante o parto e ressaltou a importância do aleitamento materno.

A partir de agora, as mães atendidas pelo SUS poderão avaliar a qualidade dos serviços prestados desde a descoberta da gravidez até o parto, além do acompanhamento médico da criança até os dois anos. A ação é inédita e faz parte da estratégia da Rede Cegonha, lançada ano passado pelo governo federal.

O ministro Alexandre Padilha explicou a importância da Ouvidoria Rede Cegonha para o trabalho desenvolvido pelo ministério. “Essa ligação é para ouvir diretamente da gestante se foi oferecido para ela o direito ao acompanhante, se ela foi desrespeitada em algum momento no atendimento, para premiar os hospitais que estão atendendo bem, com qualidade, identificar onde precisamos melhorar e punir se tiver algum tipo de irregularidade”, afirmou.

Até o momento, a ouvidoria já cadastrou o telefone de mais de 75 mil mulheres para receberem a ligação da central telefônica. O novo serviço da ouvidoria geral do SUS funcionará com uma equipe de 40 pessoas, divididas em dois turnos, que funcionará das 8h às 20h. As regiões com o maior número de cadastros é a Sudeste (55,65%), seguido da Nordeste (19,38%), Sul (16,78%), Norte (5,91%) e Centro-Oeste (2,28%).

Os números dos telefones serão obtidos nos formulários de Autorização para Internação Hospitalar (AIH), instrumento utilizado pelo Ministério da Saúde para avaliar as ações e serviços do SUS. A AIH, preenchida pelos profissionais de saúde no momento da internação, é ferramenta essencial para a gestão dos hospitais e controle de gastos públicos e integra o Sistema de Informação Hospitalar (SIH/SUS), que fornece os dados de quais e quantos procedimentos hospitalares foram realizados, além dos recursos repassados aos estados e municípios para pagamento ao hospital, com regras e critérios pactuados.

Além da avaliação do atendimento às gestantes, a inclusão do campo TELEFONE na AIH possibilitará o aperfeiçoamento na identificação dos usuários, ajudando o Ministério da Saúde a monitorar os serviços oferecidos pelo Sistema Único de Saúde. O ministro reforçou a importância de que as gestantes mantenham seu cadastro sempre atualizado. “O ministério estabeleceu uma norma onde todo o hospital tem que registrar o endereço e o telefone do paciente na ficha de internação, então é importante que os dados informados no momento do preenchimento da ficha de internação e AIH estejam corretos”, ressaltou.

Rede Cegonha – A Rede Cegonha, lançada em 2011 pelo governo federal, vem qualificando a assistência prestada às gestantes no SUS. A estratégia já conta com R$ 213 milhões para propostas apresentadas por estados e municípios. As ações vão desde o reforço do planejamento familiar à confirmação da gravidez, passando pelo pré-natal, parto, pós-parto, até os dois primeiros anos de vida da criança. Até o momento, 25 estados e 2.731 municípios já iniciaram o processo de adesão à rede, com previsão de atendimento de 1,58 milhão de gestantes. Também já foram destinados R$ 25 milhões para a oferta de novos exames de pré-natal em 228 municípios de 13 estados.

Ouvidoria Ativa – O Ministério da Saúde está aprimorando os mecanismos de comunicação direta com o cidadão para melhorar o atendimento e ampliar a transparência do SUS. Neste ano, o ministério começou a distribuir a Carta SUS, uma nova ferramenta que permite aos usuários avaliar o atendimento e os serviços prestados nos hospitais da rede pública ou unidades conveniadas. Para evitar que o usuário seja cobrado indevidamente, a carta informa ainda quanto o SUS pagou pelo atendimento e pede que eventuais cobranças realizadas sejam comunicadas.

Além da Carta SUS, o usuário pode fazer a avaliação, sem custos, por meio do Disque-Saúde 136. A ligação pode ser feita de telefones fixos, públicos ou celulares, de qualquer local do país. A avaliação também está disponível na internet, no Portal Saúde.

Fonte: Lívia Nascimento /Agência Saúde

Foto: Luis Oliveira – ASCOM/MS