Movimento Saúde + 10 no Mato Grosso do Sul

A secretária de Saúde do Mato Grosso do Sul, Beatriz Dobashi e a vice-governadora do estado, Simone Tebet, lançaram hoje (29), mobilização pelo Movimento Saúde + 10 por mais Recursos na Saúde de MS

A solenidade contou com a participação de parlamentares, secretários estaduais e municipais de saúde, prefeitos e representantes das instituições que apoiam o movimento, como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) seccional de Mato Grosso do Sul, Conselho Regional de Medicina, Sindicato dos Médicos de Mato Grosso do Sul e outras instituições ligadas à saúde.

O secretário executivo do CONASS, Jurandi Frutuoso explicou que o movimento é motivo de caminhada do Conselho pelo país a fora. “Este movimento foi criado para mobilizar a população brasileira da necessidade de se recompor os recursos da saúde. Nosso objetivo é leva-lo a todos os fóruns de discussão, assembleias, igrejas,  Câmaras municipais etc, e mostrar que defendemos uma causa que tem fundamento.”, explicou.

Frutuoso citou estudo do Institute for Business Value (IBM), publicado em 2007 que constatou que a saúde está em crise.  Chamado de “A Saúde em 2015: ‘Ganha, Ganha ou ‘Todos perdem’, o estudo afirma que “ainda que isso não seja novidade para muitos países, nós acreditamos que a diferença agora é que o caminho trilhado por muitos sistemas de saúde ao redor do mundo se tornará insustentável até 2015”. (Acesse aqui a apresentação).

O secretário fez comparações do gasto público em Saúde no Brasil com diversos países da América Latina e também dos gastos privados com saúde no país.

Para ele todo dinheiro que o governo usa sai do bolso do povo, que por sua vez, tem o direito de dizer onde quer que o seu dinheiro seja usado. “O dinheiro do povo que o governo destina para a saúde é pouco. É preciso aumentar este percentual para que o Governo Federal possa investir mais e melhor no SUS”.

Finalizando seu discurso, Frutuoso chamou a atenção para a importância da mobilização em torno da causa e afirmou que a mesma comprovará a capacidade que o SUS tem de mobilizar a população. “Nós queremos até abril do próximo ano, recolher, não apenas 1,5 milhão de assinaturas para esse projeto, mas sim o dobro disso, para comprovarmos a nossa força. O SUS é muito mais do que dizem um sistema público, universal, gratuito e que o mundo reconhece como bem concebido”.

Para a vice-governadora do estado, Simone Tebet,  o movimento conseguirá atingir muito mais do que o esperado. “Os instrumentos de democracia direta são usados em momento emergenciais, quando a União não atende aos anseios da sociedade, e não tenho dúvida que nós conseguiremos muito mais que 1,5 milhão e meio de assinaturas e posso assumir que Mato Grosso do Sul fará a sua parte”

Tebet afirmou ainda que só possível fazer saúde pública no Brasil graças ao trabalho dos profissionais de saúde que conseguem superar a falta de financiamento público com carinho e atenção aos usuários do sistema, mas lembrou que é preciso haver financiamento. “Precisamos dos 10% das Receitas Correntes Brutas da União investidos na saúde. Isso já aconteceu no passado, quando em 1995, 11% da receita do país eram aplicados em saúde. É possível sim e não tenho dúvida de que o Congresso não vai ter coragem de dizer não aos 140 milhões de usuários do SUS”, finalizou

O presidente do CONASS, Wilson Alecrim, ressaltou que a iniciativa não é um movimento político partidário, embora esteja incluído na agenda política do país, mas afirmou que é importante, que as lideranças políticas dos estados estejam empenhadas no projeto, assim como aconteceu com o Projeto Ficha Limpa.

Wilson Duarte Alecrim – secretário de Estado da Saúde do Amazonas e presidente do CONASS

Para ele “o movimento não se destina apenas a aumentar os recursos para o SUS, mas configura-se como um movimento de defesa do SUS que representa o exercício da cidadania de cada um que nele se envolve”, explicou.

Alecrim afirmou ainda que o movimento mostra a capacidade mobilizadora de militância e que será concretizado por meio da conscientização dos cidadão da importância da causa.

Para ele, o Movimento Saúde + 10 seguirá o mesmo caminho do Projeto de Lei Ficha Limpa. “Estamos nos esforçando para termos êxito, assim como aconteceu com a Lei da Ficha Limpa e tenho certeza que em 2013, quando estivermos discutindo o Orçamento da União iremos pode inserir o que precisamos de recursos na saúde para fazermos o que o SUS precisa para ser sustentável e atender às necessidades da população.

O presidente do Conselho Nacional de Secretarias  Municipais de Saúde, Antonio Carlos Nardi, conclamou os secretários de saúde, os dirigentes de associações, os conselhos de saúde, conselhos de classe etc, a participarem efetivamente da iniciativa. Segundo Nardi é preciso que cada cidadão brasileiro coloque sua assinatura no abaixo-assinado, para que dessa forma, o projeto seja levado com honra ao Congresso Nacional. “O SUS, mais uma vez está sendo exposto desde o início da campanha eleitoral. Falta dinheiro e são esses 10% que nós estamos reivindicando para se agregar ao orçamento da saúde”.

Para a secretária de Saúde de Mato Grosso do Sul, Beatriz, o movimento é importante para todos que lutam pela efetivação do SUS. Dobashi afirmou ainda que é preciso mobilizar não só as pessoas que trabalham no SUS, mas a sociedade como um todo. “Precisamos chamar a atenção daquelas pessoas que são usuárias e que precisam valorizar o sistema de saúde que possuem, pois ele é o nosso patrimônio”.