Na Assembleia do Conass, representante da OMS alerta para o aumento das doenças respiratórias crônicas

Da esquerda para a direita: Paulo Camargos, Jurandi Frutuoso, Alberto Beltrame, Fernando Cupertino e René Santos

 

Brasília – Nos próximos 10 anos, as doenças respiratórias crônicas serão a 3ª causa de morte no mundo. O alerta veio do representante da Aliança Global Contra Doenças Respiratórias Crônicas, da Organização Mundial de Saúde (GARD/OMS) e professor titular de Pediatria/Pneumologia Pediátrica da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais, Paulo Camargos.

Esta semana, Camargos esteve na assembleia do Conass (24), para sensibilizar os gestores estaduais sobre o aumento dessas doenças no mundo todo. “A OMS acreditava que esse índice só seria alcançado em 2030, mas em alguns países, e o Brasil é um deles, essa marca já será alcançada no início dos próximos anos”, alertou.

Diante da gravidade da situação a OMS vem chamando a atenção das autoridades de saúde com o objetivo de traçar estratégias que transformem o cenário das doenças respiratórias crônicas em crianças e adultos.

Camargos citou dados do Departamento de Informática do SUS (Datasus) que revelaram que nos últimos cinco anos foram gastos aproximadamente R$ 1bi com hospitalização com as principais doenças respiratórias crônicas: asma e doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). “Os gestores de saúde obviamente já estão fazendo algo nesse sentido até porque os doentes estão chegando. O que queremos é apresentar ideias aos secretários de como solucionar e equacionar esse problema, inclusive em épocas de poucos recursos como a que atravessamos agora. Com os recursos existentes é possível sim, constituirmos uma política pública para as doenças respiratórias crônicas. Para isso precisamos organizar a maneira que essa ações estão sendo feitas”.

Segundo o professor, organizar estratégias a partir de algoritmos da Atenção Primária à Saúde (APS) evitará que boa parte dos recursos sejam desperdiçados, pois ao organizar a assistência e emponderar a APS, pode-se reduzir a incidência dessas doenças, em curto prazo, em até 50%. “Mas isso só será possível com o esforço conjunto de todos os gestores, uma vez que já temos profissionais capacitados e boa parte dos medicamentos necessários. É uma questão de decisão política”, concluiu.

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