Programa Nacional de Imunizações completa 45 anos salvando vidas

Foto: SVS/MS

Trabalho em equipe. Isso é o que caracteriza o sucesso do Programa Nacional de Imunizações (PNI), que este ano comemora 45 anos de atuação e se transformou em uma referência internacional.

Ao longo desse tempo, inúmeras conquista fizeram do PNI um dos pilares do Sistema Único de Saúde (SUS), como o acesso gratuito e igualitário às vacinas que protegem a população. Em alusão a data, comemorada no dia 18 setembro, o PNI ofereceu hoje (16/10) um café da manhã à equipe do Programa e também em homenagem a todos os colaboradores que atuam diariamente na construção dessa política pública.

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Desde que foi criado, em 1973, o PNI busca a inclusão social, assistindo todas as pessoas, em todo o País, sem distinção de qualquer natureza. As vacinas do Programa estão à disposição nos postos de saúde ou são levadas diretamente à população  graças aos esforços das equipes de vacinação, cujo empenho permite que a imunização chegue até mesmo nos locais de difícil acesso.

Presente na cerimônia, o ministro da Saúde, Gilberto Occhi, ressaltou o protagonismo do PNI na agenda internacional. “Todos os lugares onde eu fui, representando o Ministério da Saúde, o Brasil é reconhecido pelo que faz em seu Programa Nacional de Imunizações. As pessoas querem saber como fazer um programa de tamanho sucesso em um país grande como o nosso, ofertando tantas vacinas gratuitamente a uma população inteira”. E afirmou “precisamos ter orgulho disso”.

O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (SVS/MS), Osnei Okumoto parabenizou o Programa pela trajetória de sucesso e pelo empenho técnico da equipe. “É com muita satisfação que comemoramos esses 45 anos do PNI, um programa robusto que vem crescendo a cada ano com a colaboração do Comitê Técnico Assessor de Imunização junto com toda a equipe da Secretaria de Vigilância em Saúde e com todos os atuais integrantes do PNI, assim como todos os outros que já passaram por aqui, pois estes também colaboraram para esse sucesso, evidente a nível mundial”, disse.

Durante a comemoração, a coordenadora do PNI, Carla Domingues, foi homenageada pela equipe que entregou uma placa dedicada ao trabalho desenvolvido pela gestora. “É uma honra muito grande eu estar à frente do Programa, coordenando uma equipe de 50 pessoas que se dedica e que tem um compromisso com a saúde púbica do País. É muito lindo ver que a equipe reconhece o meu trabalho e ver o comprometimento de cada um deles em fortalecer o Programa, e, dessa forma continuar nossa missão, que é a de salvar vidas”, ressaltou.

Para Domingues, o PNI consegue trabalhar com os princípios do SUS, como a equidade, a descentralização, a corresponsabilidade e nesse sentido garante que todo cidadão tenha acesso à vacina e esteja protegido. “Temos que pensar que o PNI fortalece o SUS na medida em que o programa avança, colocando mais vacinas, prevenindo mais doenças e eliminando e erradicando doenças que provocam inúmeras sequelas e milhares de óbitos, então, assim, nós estamos protegendo a saúde da população”, concluiu.

Atualmente, são disponibilizadas pela rede pública de saúde, em mais de 36 mil salas de vacinação espalhadas por todo território nacional, 27 vacinas que integram o Calendário Nacional mais a vacina de raiva canina. Por ano, o Ministério da Saúde aplica mais de 300 milhões de doses de vacinas na população brasileira. Há ainda vacinas especiais para grupos em condições clínicas específicas, como portadores de HIV, disponíveis nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE).  O esforço foi fundamental para a erradicação de doenças no país, como a poliomielite, e a rubéola, por exemplo.

A técnica do Programa Nacional de Imunização, que trabalha há 19 anos no Programa, Sirlene Pereira, conta que desde que estudava Enfermagem já tinha uma relação muito forte com o PNI. “Esse Programa evoluiu muito ao longo dos anos e muitas vidas foram salvas. Nós partimos de um calendário com poucas vacinas, de coberturas vacinais muito baixa, de pouco acesso da população. Mas hoje não. Hoje, é um Programa que atende crianças, adolescentes, adultos, idosos, indígenas, de Norte a Sul do País. É um programa que busca garantir a proteção de doenças imunopreveníveis. Ele veio para ficar e para proteger a população brasileira”.

Campanhas de vacinação

Há mais de 100 anos foi realizada a primeira campanha de vacinação em massa feita no Brasil. Idealizada por Oswaldo Cruz, o fundador da saúde pública no Brasil, a campanha tinha o objetivo de controlar a varíola, que então dizimava boa parte da população do Rio de Janeiro.

O êxito das Campanhas de Vacinação contra a varíola mostrou que a vacinação em massa tinha o poder de erradicar a doença. O último caso de varíola notificado no Brasil foi em 1971 e, no mundo, em 1977, na Somália.

Em 1980, aconteceu a 1ª Campanha Nacional de Vacinação Contra Poliomielite, com a meta de vacinar todas as crianças menores de 5 anos em um só dia. O último caso de poliomielite no Brasil ocorreu na Paraíba, em março de 1989. Em setembro de 1994 o Brasil recebeu, junto com os demais países da região das Américas, a certificação de que a doença e o vírus foram eliminados do continente.

Segurança das vacinas

As vacinas são seguras e estimulam o sistema imunológico a proteger a pessoa contra doenças transmissíveis. Quando adotada como estratégia de saúde pública, elas são consideradas um dos melhores investimentos em saúde, considerando o custo-benefício. Ainda assim, muitas pessoas deixam de comparecer aos postos de saúde para atualizar a carteira de vacinação, e também de levar os filhos no tempo correto de aplicação das vacinas.

Um exemplo da falta de conhecimento de certas doenças é em relação a poliomielite, extinta há mais de 20 anos. Milhares de profissionais de saúde nunca viram surtos desta doença e, consequentemente, a população não a reconhece como uma enfermidade importante. Com a diminuição dos riscos de transmissão de algumas doenças, as pessoas passam a se preocupar mais com notícias equivocadas que circulam nas redes sociais do que com a importância da vacinação. Só vamos conseguir de fato a garantia da imunização da população se tivermos altíssimas coberturas vacinais em todos os municípios brasileiros. Por isso, é fundamental que a população tome consciência de que é preciso acompanhar as campanhas e ir regularmente às unidades de saúde para a vacinação.

Fonte: SVS/MS