Saúde inicia reformulação da Atenção Primária

Haverá extinção do modelo tradicional e a Estratégia Saúde da Família será implantada com aumento de cobertura de 30% para 75% em um ano

 

apsesdfBRASÍLIA (15/2/17) – O modelo de Atenção Primária no Distrito Federal passará por transformações. O objetivo é que todas as Unidades Básicas de Saúde funcionem com equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF). Ao todo, 170 unidades farão parte desta mudança, que ampliará a assistência ao cidadão.

 

Clínica médica, ginecologia e pediatria compõem o modelo tradicional de atendimento das Unidades Básicas de Saúde (UBS). Já nas equipes de saúde da família, haverá médicos de família e comunidade, enfermeiros, técnicos de enfermagem e agentes comunitários. O trabalho será territorializado, e cada profissional conhecerá as demandas da população sob sua responsabilidade.

 

“A nossa grande meta para 2017 é a organização da Saúde da Família no Distrito Federal e todos os centros de saúde, clínicas da família e unidades básicas passarão a funcionar fundamentados na lógica da Estratégia Saúde da Família.

Isso significa que as pessoas vão conhecer suas equipes, as equipes conhecerão a população e poderemos oferecer uma atenção mais resolutiva e personalizada ao cidadão”, explicou o secretário de Saúde, Humberto Fonseca.

 

Segundo Sérgio Leuzzi, da Diretoria de Áreas Estratégicas da Atenção Primária, esse modelo já é utilizado em vários países e em outras regiões do Brasil. Estudos comprovam que ele tem maior resolutividade para a Atenção Primária. “Com o modelo que temos hoje, alcançamos no máximo 50% da população, com baixa resolutividade. Com a ESF, poderemos chegar a uma cobertura de 75%”, completa.

 

 

RECURSOS HUMANOS – O primeiro passo para iniciar o processo de conversão foi fazer um diagnóstico em todas as UBS da rede, o que ocorreu ao longo de 2016. Desta forma, a pasta verificou que há profissionais suficientes para fazer a conversão do modelo. O passo seguinte foi a sensibilização dos servidores.

 

Os profissionais envolvidos poderão aderir ao novo modelo ou não. “Aqueles que aceitarem participar serão capacitados pela Escola de Aperfeiçoamento dos Profissionais do Sistema Único de Saúde (Eapsus). Os que não quiserem, poderão escolher outro local para continuar atuando na sua especialidade”, detalhou a gerente do projeto, Eliene Sousa.

 

EXPANSÃO – Com essa nova metodologia de trabalho, a Secretaria de Saúde criará 329 equipes da ESF, formadas por profissionais da rede, que se capacitarão para o serviço. Esses grupos se juntarão a outros 242 existentes na rede, formando o quantitativo de 571 equipes em todo o Distrito Federal.


A partir do aumento de mão de obra especializada na Atenção Primária, a pasta ofertará ao cidadão mais 25 horas semanais de atendimento em cada uma das UBS, totalizando 65 horas – inclusive com expediente nas manhãs de sábado. Atualmente, as unidades funcionam durante 40 horas semanais, de segunda a sexta-feira.

 

Além disso, todas as consultas terão hora marcada e cerca de 50% dos atendimentos serão feitos por demanda espontânea, o que contribuirá para desafogar as emergências e garantir mais qualidade no atendimento. A Atenção Primária também passa a ser o eixo regulador da rede de saúde. Se a equipe não conseguir resolver, a ela caberá encaminhar e marcar consultas para outras especialidades.

 

Essa conversão no modelo de atuação coloca em evidência a Atenção Primária, que é responsável pela prevenção de doenças e acompanhamento de saúde da população. Estima-se que, no Distrito Federal, cerca de 70% dos atendimentos realizados nas emergências dos hospitais regionais podem ser direcionados às unidades básicas.

 

A resolutividade desse serviço de acompanhamento é alta e comprovadamente reduz o adoecimento da população, o risco de complicações de patologias e consequentemente internações.

 

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Foto: Matheus Oliveira/ Agência Saúde