Saúde realiza oficina para ampliar e fortalecer a atenção básica

A Secretaria de Estado da Saúde de Goiás (SES-GO), em parceria com o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (CONASS), começou a desenvolver na terça-feira, 11 de agosto, uma força-tarefa com o objetivo de estruturar e melhorar a atenção primária à saúde em todo o Estado. O pontapé da ação foi dado com a realização da Oficina da Rede de Atenção à Saúde, da qual participam 140 técnicos lotados no nível central da SES e nas Regionais de Saúde.

A abertura oficial da oficina aconteceu nesta terça-feira, com a presença do secretário de Estado da Saúde, Leonardo Vilela, dos superintendentes da SES e do consultor do Conass, Eugênio Vilaça, entre outras autoridades. Por meio da oficina, a SES objetiva harmonizar e fortalecer a rede de atenção primária, possibilitando que ela cumpra o papel de assistir a população nas questões básicas e de referenciar os casos de média e de alta complexidade para as unidades especializadas e para os hospitais.

A gerente de Atenção Primária do Conass, Maria José Evangelista, destaca que a rede primária deve atuar de forma integrada e sincronizada com os níveis secundário e terciário. Assinalou, ainda, que é importante que a rede primária seja forte e bem estruturada para coordenar o fluxo do usuário do SUS nas unidades e hospitais especializados.

Maria José cita como exemplo a situação de uma mulher gestante. ‘’O atendimento inicial, os exames e o pré-natal devem ser feitos nas unidades básicas de saúde. Caso haja complicações a paciente deverá ser encaminhada a uma unidade especializada ou a um hospital’’. A superintendente de Políticas de Atenção Integral à Saúde, Evanilde Fernandes Costa Gomides, afirma que essa é a primeira de uma série de oficinas, sobre temas variados, realizadas com o propósito de solidificar a Rede de Atenção Primária. Para o consultor do Conass, Eugênio Vilaça, o Sistema Único de Saúde se encontra fragmentado. Tal situação, conforme diz, tem condição de ser revertida com a implantação e atuação sistemática do programa Estratégia de Saúde da Família em todos os municípios goianos.

Eficiência

“A atenção primária bem organizada tem condição de solucionar 90% dos problemas de saúde”, enfatiza Eugênio Vilaça. “Este fato, acentua, é extremamente importante porque causa menos pressão para os atendimentos nos hospitais e unidades especializadas, pois passam a ser realizados nas unidades básicas de saúde. Se durante a gravidez a paciente apresentar algum agravo, deve ser encaminhada, pela unidade localizada próximo à sua residência, para o hospital no qual fará o tratamento e o parto”.

Para Eugênio, a proposta estabelecida é reestruturar o SUS, ou seja, mudar a forma de atendimento. Hoje, segundo explica, o sistema atua de forma fragmentada onde a atenção primária, hospitais e unidades médicas não se comunicam e não trabalham de forma integrada. Agora, com a adoção paulatina da nova proposta, que deverá se consolidar em cerca de um ano e meio com as oficinas, toda a rede será coordenada sob a direção dos órgãos e equipes ligados à Atenção Primária à Saúde, cujo papel é assistir a população local, conforme suas necessidades peculiares, resolver 90% dos problemas de saúde – essa é a proposta final da implementação – e, efetivamente, coordenar a rede.

O objetivo é que, com a devida execução da proposta, chegue aos grandes hospitais, além dos eventos adversos agudos, como exemplo os infartos e acidentes vasculares cerebrais, as pessoas que forem devidamente referenciadas pelas equipes da atenção primária.

De acordo com o consultor, o objetivo das oficinas é preparar a atenção primária para executar e atuar com esses novos papéis para coordenar a rede: “Com a experiência que tivemos em Fortaleza (CE), em Minas Gerais e no Paraná, mostramos ser possível chegar aos 90% de resolutividade dos problemas de Saúde na atenção básica em um ano ou um ano e meio”, disse.

Eugênio Vilaça adianta, também, que todo esse processo não depende de investimento adicional para ser executado, mas de uma inversão de foco nos recursos que devem ser direcionados para a atenção primária, cuja coordenação geral ficará a cargo, em Goiás, da Secretaria de Estado da Saúde.

Fonte: Ascom SES/GO