Secretário da Saúde alerta para risco de zika vírus chegar ao RS

*Com informações das repórter Mauren Xavier e Vitória Famer

A Secretaria da Saúde do Estado apresentou na manhã desta sexta-feira um plano de prevenção ao zika vírus e à dengue. De acordo com o órgão, haverá ações de reforço no controle vetorial e ampliação dos esforços de campo para o combate aos mosquitos que transmitem os vírus. O Rio Grande do Sul ainda não foi atingido pelo zika vírus, mas 14 estados brasileiros já apontaram casos e, segundo o secretário da Saúde, João Gabbardo, “é provável que sejamos atingidos futuramente”, disse.

Apesar de não existir uma confirmação sobre a relação do zika vírus com a microcefalia (cabeça significativamente menor), segundo Gabbardo, os indícios são fortes desta associação. De acordo com a Secretaria de Saúde, em todo país foram registrados 400 casos e a estimativa é de que mais de 2 mil gestantes já tenham seus bebês contaminados pelo vírus. Por isso, há um controle sobre o diagnóstico desta característica no Estado. A secretaria garante que não houve aumento no número de diagnósticos de microcefalia no Rio Grande do Sul, como houve nos estados do Nordeste, região mais atingida pelo zika. Cerca de 20% dos contaminados pelo zika apresentem sintomas.

Segundo o secretário Gabbardo, não havia caso do zika no País até a Copa do Mundo. “Tivemos visitantes de países onde esta doença existe de forma mais intensa, como na África e na Ásia. Então provavelmente, não se pode afirmar com certeza, algum turista trouxe esta doença”, completou.

Além disso, com a previsão de chuvas recorrentes para o verão, a secretaria quer tomar “cuidados no combate ao Aedes aegypti”, da dengue. O objetivo é eliminar criadouros, que seria a forma de prevenção mais eficaz, segundo a secretaria. O plano é repassar quase R$ 3 milhões, ainda esse ano, para municípios intensificarem as ações de campo contra o mosquito da dengue.

Febre Zika

A doença é causada por um agente identificado inicialmente no ano de 1947 em Uganda, na África, em uma floresta chamada Zika. Desde lá surtos em pequenos números de pessoas são registradas em comunidades rurais africanas e no Pacífico.

A febre Zika é uma infecção causada pelo vírus ZIKV, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, mesmo transmissor da dengue. O contágio se dá pelo mosquito que, após picar alguém contaminado, pode transportar o ZIKV durante toda a sua vida, transmitindo a doença para uma população que não possui anticorpos contra ele.

O ciclo de transmissão ocorre quando a fêmea do mosquito deposita seus ovos em recipientes com água. Ao saírem dos ovos, as larvas vivem por cerca de uma semana. Após este período, transformam-se em mosquitos adultos, prontos para picar as pessoas. O Aedes aegypti procria em velocidade prodigiosa e o mosquito adulto vive em média 45 dias. Uma vez que o indivíduo é picado, demora de três a 12 dias para o vírus Zika causar sintomas.

Os sintomas são parecidos com os da dengue:

• Febre baixa (entre 37,8 e 38,5 graus)
• Dor nas articulações (artralgia), mais frequentemente nas articulações das mãos e pés, com possível inchaço
• Dor muscular (mialgia)
• Dor de cabeça e atrás dos olhos
• Erupções cutâneas (exantemas), acompanhadas de coceira. Podem afetar o rosto, o tronco e alcançar membros periféricos, como mãos e pés.

 

Fonte: Correio do Povo

Foto: Samuel Maciel