Sesap define com Opas encaminhamentos da pesquisa em saguis

O Rio Grande do Norte será um dos estados a participar do projeto de pesquisa “Fatores ecológicos e antropogênicos associados à transmissão da raiva em primatas não humanos”, encomendada pelo Ministério da Saúde e realizada pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

Os técnicos do Programa de Controle da Raiva, do Programa de Vigilância das Epizootias em Primatas não humanos da Subcoordenadoria de Vigilância Ambiental (Suvam) da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), e do Laboratório Central (Lacen/RN) estão envolvidos no apoio a esse estudo, além do Ibama e Idema.

“Aqui no estado temos ocorrência de pessoas agredidas por saguis, além de mortalidade de animais, mas nunca tivemos resultado positivo para a raiva, por isso não temos a circulação do vírus da raiva em saguis. Fomos escolhidos para servir como comparativo com estados que tem positividade para a raiva em saguis”, explica a subcoordenadora de Vigilância Ambiental da Sesap, Aline Rocha. Também foram escolhidos para a pesquisa os estados de Pernambuco, Bahia, Piauí, Paraíba, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro.

Os pesquisadores da Opas estiveram em Natal nesta semana para definir os detalhes do estudo. Os municípios previamente selecionados para a pesquisa foram Natal, Tibau do Sul, São Miguel do Gostoso e Mossoró. “Essa primeira fase foi de reuniões com os órgãos envolvidos, visita aos municípios, que serão parceiros nesse trabalho, de mapeamento das localidades e definições do cronograma de execução do projeto”, explicou Aline Rocha. Além das cidades citadas, será feito ainda um sorteio aleatório de municípios onde há registro de agressão por saguis.

A partir do mês de maio serão iniciadas as coletas nos estados selecionados, após autorização do Conselho de Ética do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO). Serão coletadas amostras para identificar se existem, nos animais, além da raiva, outras doenças, como arboviroses, por exemplo, ou zoonoses que estejam provocando óbito de saguis.

Os resultados da pesquisa permitirão o aumento do conhecimento sobre locais de ocorrência dos saguis e proximidade com humanos, avaliação do risco de transmissão de raiva e outras doenças de saguis e humanos e coordenação de  esforços para prevenção de doenças de animais silvestres.