SES/SE – Sergipe inicia pesquisa e análise de amostras para diagnóstico do Zika Vírus

“O objetivo desse momento é prestar informações sobre o trabalho da equipe de pesquisadores da Universidade São Paulo (USP), que está em Sergipe para unir forças no estudo que pretende detectar a presença do Zika Vírus em nossa região”, afirmou nessa quinta-feira, 18, o secretário da Saúde, José Macedo Sobral, durante entrevista coletiva que detalhou os procedimentos realizados pelo grupo formado por cerca de trinta profissionais, entre técnicos, pesquisadores e gestores da área.

Na ocasião, José Sobral fez a apresentação dos professores Paolo Zanotto, do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP, e Saulo Duarte, pediatra e professor da Faculdade de Jundiaí, em São Paulo, que integram a equipe de trabalho da pesquisa no Brasil, além da coordenadora geral dos Laboratórios de Saúde Pública do Ministério da Saúde, Mariana Verotti. Ele também explicou que os dados em Sergipe foram mapeados a partir do início da constatação do aumento de nascimento de crianças com Microcefalia.

“Esse trabalho busca a confirmação da má formação congênita que atinge os bebês associada ao Zika Vírus, e vai permitir que Sergipe atue no mapeamento sistemático do vetor Aedes aegypti; dando condições do estado concentrar ações mais efetivas para controlar a doença”, garantiu o secretário.

Na coletiva foi informado, ainda, que o Laboratório Central (Lacen) iniciou a análise das primeiras  amostras de material coletado de pacientes com suspeita de Zika Vírus. O diagnóstico será realizado através da técnica PCR de biologia molecular. “Os kits encaminhados pelo Ministério da Saúde chegaram e os profissionais começaram o trabalho que analisará mais de oito mil reações”, detalhou a superintendente do órgão, Danuza Duarte Costa, ao ressaltar que o exame que detecta o anticorpo do vírus da Zika será mais específico.

Exemplo

Membro da equipe de pesquisadores, o pediatra Saulo Duarte está visitando algumas mães com bebês microcefálicos. Ele disse que as ações realizadas aqui servem de exemplo para outras regiões, cujos casos de Microcefalia estão em menor proporção. “Estive no Hospital Universitário e fiquei bastante impressionado, pois, além da preocupação com a tecnologia, Sergipe também se destaca com a questão de acolhimento e a regulação dada ao paciente”, comentou, agradecendo a oportunidade de trocar experiências.

O pesquisador Paolo Zanotto destacou o nível das equipes que atuam no estado. “É clara e impressionante a organização a partir da logística de trabalho dos profissionais e do laboratório”, declarou. De acordo com ele, a equipe atua em três linhas de pesquisa, numa rotina que se inicia que se inicia no Lacen.

“Os pesquisadores saem a campo para fazer visitas domiciliares e conhecer as famílias com bebês microcefálicos, enquanto os entomologistas buscam a captura de mosquito nas áreas cuja incidência de pacientes com suspeita do vírus. Enquanto isso, no laboratório, outro grupo realiza a sorologia das amostras que chegam nesse momento nas unidades de saúde, além das amostras que já estavam no Lacen e seriam encaminhadas para o Instituto Evandro Chagas”, detalhou.

Treinamento e insumos

Em decorrência do aumento do número de casos de Microcefalia no Brasil e também em Sergipe, e considerando a hipótese da relação com a infecção causada pelo Zika Vírus, em dezembro de 2015, profissionais do Lacen passaram por um treinamento de uma semana, no Instituto Evandro Chagas, no Pará. A capacitação teve como finalidade garantir a realização do diagnóstico no estado para garantir um tempo resposta mais rápido.

No mesmo período o Ministério da Saúde liberou um recurso para aquisição de um equipamento com tecnologia para PCR Real Time para pesquisar alguns agravos, como a Meningite, Infleunza, Dengue, Chikungunya e, especialmente, o Zika Vírus. O Ministério também forneceu os insumos para realização dessas análises.

Pesquisa

O trabalho desenvolvido pelos pesquisadores da USP é resultado da parceria com cientistas do Instituto Pasteur de Dakar, que estiveram em São Paulo no último mês de janeiro para se integrar à rede de combate ao Zika Vírus, articulada por pesquisadores do estado. A equipe senegalesa, que participou ativamente do combate ao Ebola no Oeste da África, treinou pesquisadores brasileiros para agirem no surto de mais essa doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo vetor da Dengue e da Chikungunya.

Fonte: SES/SE