SUS está preparado para atender casos de gripe

A gripe tem tratamento e todos os estados brasileiros estão abastecidos com o antiviral oseltamivir, medicamento que pode reduzir as formas graves da doença, evitando óbitos. Só neste ano, o Ministério da Saúde distribuiu, às secretarias estaduais de saúde, 418,8 mil caixas do remédio, conhecido como tamiflu. Cada caixa contém 10 comprimidos, suficientes para um tratamento completo. Os profissionais de saúde já estão orientados a prescrever o antiviral, que deve ser utilizado em todos os pacientes com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).

Do total de medicamentos repassados, 51.190 caixas do tratamento foram repassados, no mês de junho, aos três estados da região Sul (Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul) e São Paulo, onde há uma transmissão mais acentuada da doença. “A ação é preventiva e visa evitar que ocorra desabastecimento do medicamento oseltamivir”, explica a secretária substituta de Vigilância em Saúde, Sonia Brito.

Segundo a secretária substituta, atualmente nenhum dos 26 estados e Distrito Federal apresenta carência do antiviral. “O Ministério da Saúde tem acompanhado os estoques junto às secretarias estaduais de Saúde e, na medida em que forem consumidos, novos lotes serão enviados. Além disso, o Ministério da Saúde mantém estoque estratégico”, afirma Sonia Brito.

Tratamento – O antiviral deve ser introduzido o mais rápido possível, após os primeiros sintomas, sem aguardar resultados de laboratório ou sinais de agravamento, as pessoas que apresentarem a síndrome gripal, no caso dos grupos vulneráveis para complicações – como gestantes, crianças pequenas, idosos, obesos e portadores de doenças crônicas. Já os pacientes com síndrome gripal, que não pertencem aos grupos de risco, devem receber o medicamento prontamente, caso apresentem sinais de agravamento, como falta de ar ou persistência da febre por mais de três dias.

O Ministério da Saúde reforçou, por meio de nota técnica no início do mês de junho, a orientação para profissionais de saúde seguirem o novo Protocolo de Tratamento da Influenza, que foi revisado no ano passado. O protocolo tem como objetivo atualizar os profissionais de saúde quanto ao tratamento dos casos de gripe, ratificando junto aos médicos a prescrição e orientação para o acesso rápido ao antiviral oseltamivir.

Divulgação – Como o tratamento é novo, muitos médicos não conhecem os benefícios do medicamento para a redução das complicações e dos óbitos. Por isso, o Ministério da Saúde reforçou parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM) e conselhos regionais de medicina. Para dar maior divulgação ao Protocolo de Tratamento da Influenza junto aos profissionais de saúde, o Ministério da Saúde também pediu apoio ao Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), ao Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) e a Agência Nacional de Saúde Complementar (ANS).

Proteção – O vírus da gripe A H1N1, que surgiu em 2009, no México, ainda circula no mundo inteiro, mas é pouco provável a ocorrência de epidemias, como a pandemia de 2009, quando o Brasil registrou 2.060 óbitos. Em agosto de 2010, com base nos dados epidemiológicos registrados, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a pandemia como encerrada. Entretanto, continuam ocorrendo casos e pode haver surtos localizados.

Agora, grande parte da população está protegida contra o vírus, seja porque teve a infecção natural em 2009 (estima-se que até 30% da população pode ter tido influenza pelo subtipo A H1N1) ou porque se vacinou na campanha de vacinação realizada pelo Ministério da Saúde em 2012. Vale ressaltar que a vacina só tem duração de um ano.

O Brasil vacina todos os grupos classificados pela OMS de maior vulnerabilidade para desenvolver a forma mais grave da doença, com risco de evoluir para o óbito. A campanha de vacinação contra a gripe para o inverno de 2012, recentemente realizada, atingiu cobertura acima de 80%, uma das mais altas do mundo. Mas a produção de anticorpos contra o vírus da influenza só se inicia após duas semanas da aplicação, não garantindo a proteção imediata, que seria necessária em uma situação de surto.

“Portanto, em caso de aumento na transmissão da doença, a medida mais eficaz, para evitar agravamento dos casos e óbitos, é o acesso rápido ao antiviral oseltamivir”, assegura a secretária substituta. O ideal é que o medicamento seja utilizado após 48 horas depois do início dos sintomas. O antiviral, no entanto, apresenta benefícios, mesmo se passado este prazo após o estabelecimento das manifestações clínicas.

Como forma de prevenir a população de infecções pelo vírus da gripe, o Ministério da Saúde orienta ações de higiene pessoal, como lavar as mãos várias vezes ao dia, evitar tocar a face com as mãos e proteger a tosse e o espirro com lenço descartável. Em caso de síndrome gripal, deve-se procurar um serviço de saúde o mais rápido possível. As pessoas com síndrome gripal devem procurar o médico o quanto antes.

Fonte: Amanda Costa / Agência Saúde

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