Seminário Internacional discute atenção básica em tempos de pandemia

“Atenção Básica e as (Re)existências na Pandemia” é o título do seminário Internacional que discute temas como: Atenção Básica, Educação Popular em Saúde, Práticas Populares e Re(existências) Sociais, refletindo sobre a importância do funcionamento da Atenção Básica para o Sistema Único de Saúde. O evento, online, acontece do dia 31 de agosto até 4 de setembro, promovido por educadores e acadêmicos da área da saúde do Rio Grande do Norte.

O sanitarista Ricardo Burg Ceccim, referência nacional na área de educação em saúde

As palestras e minicursos acontecem no Youtube, através do link https://youtu.be/GJ5sGiWAsd8.

Um dos palestrantes será o sanitarista Ricardo Burg Ceccim, referência nacional na área de educação em saúde, professor titular na Área de Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

O professor trabalha desde 2005 com o diretório de pesquisa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), chamado “Educação e Ensino da Saúde”, e abordará no seminário o tema da Educação na Saúde. Nesse contexto, o pesquisador destacou dois processos de mudança vivenciados na atualidade: o primeiro ocorre na área do ensino e o segundo, na área da atenção à saúde. Ambos se referem à inversão da perspectiva centrada no médico e no hospital.

Relacionando essas mudanças ao atual contexto pandêmico, Ricardo Ceccim ressalta: “fica claro que o controle de uma pandemia não se dará apenas por meio do atendimento de casos graves que vão precisar de internação. Esse controle só é possível através da intervenção na promoção à saúde, que se faz em um território, ou em uma comunidade, por meio do acolhimento e encaminhamento do paciente. Quanto mais fraca e insuficiente é a atenção básica, muito menor a proteção da saúde. Não temos dúvida de que para proteger a saúde, alterar quadros coletivos de saúde, como a pandemia, e melhorar a qualidade de vida é preciso fortalecer a atenção básica. De forma nenhuma, o hospital seria capaz de dar conta da saúde em seu conceito mais amplo, expressando os modos de viver, que dependem de apoio e produção de saúde”.

Além disso, o pesquisador destaca, entre outros conceitos, a importância da educação permanente em saúde, a qual significa que o processo de aprendizado na saúde se dá no contato direto com as pessoas, com as comunidades, em sintonia com as diversas linguagens dos movimentos sociais.

A Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap), por meio da subcoordenadoria de Informação, Educação e Comunicação (Siec), tem uma participação especial na condução do eixo “Artesanário Popular”, um espaço de debate sobre como os saberes populares, os conhecimentos científicos e as culturas locais são importantes no contexto da atenção básica à saúde. “No processo dialógico do ensino em saúde e na relação com nossas populações, respeitando suas diversidades e especificidades”, como explica a subcoordenadora da Siec, Paula Érica.

Ela explica a importância da discussão das (re) existências na pandemia da covid-19. “É através da educação popular que os territórios estão se protegendo, se fortalecendo e criando mecanismos de sobrevivência e de proteção. Ela é dos caminhos mais potentes de prevenção da Covid-19 nos territórios por que alcança verdadeiramente e igualitariamente nossas populações, respeitando, sobretudo, os seus saberes”, finaliza.

Fonte: Ascom SES/RN