Agilidade na aplicação das vacinas contra Covid-19 é reafirmada por Conass e Conasems

Reunião da CIT, em Brasília

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou na tarde desta terça que recebeu autonomia do presidente Jair Bolsonaro para comandar a equipe. Queiroga, que tomou posse do cargo semana passada, ressaltou a importância do compartilhamento de ideias para a construção de políticas públicas no País. “A situação sanitária que passamos é muito difícil e serve para deixar claro à sociedade que não há alternativa a não ser o fortalecimento do SUS”, disse, durante a abertura da 3ª Reunião Ordinária Intergestores Tripartite. “Neste momento, a prioridade é o enfrentamento da pandemia, mas todos os outros pontos continuam. A Covid-19 tem implicações em todas as outras doenças. Estamos atentos.”

Carlos Lula, presidente do Conass

O presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Carlos Lula, afirmou ser necessário concentrar esforços para redução do número de óbitos provocados pela doença. “O SUS se faz da união de todos os entes. Não é hora de atrito, mas de luz”, completou.

A representante da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Socorro Gross, chamou atenção para os números da pandemia no País e observou que o Brasil atrai a atenção mundial, em virtude do aumento do número de casos e de mortes por Covid-19.

Gross lembrou que, embora a vacina tenha um papel relevante para combater a pandemia, não há ainda oferta suficiente para atender toda a demanda. Ela garantiu que a  Opas apoia o País na obtenção do imunizante no mercado internacional. Mas ponderou que , enquanto não houver disponibilidade, é preciso concentrar todos os esforços para reduzir a transmissão do vírus. Durante a reunião, fez um alerta: “Vamos para outro feriado. Cuidem da saúde. É preciso fazer um esforço muito grande para ganhar tempo. A Opas estará com vocês.”

A condução da estratégia de vacinação contra Covid-19 foi um dos destaques durante a reunião, realizada na sede da Opas, em Brasília. O secretário executivo do Conasems, Mauro Junqueira, criticou postagens recentemente feitas nas redes sociais, sobre uma fictícia morosidade na aplicação dos imunizantes na população. O secretário executivo do Conass, Jurandi Frutuoso, também chamou a atenção para a incorreção dos dados divulgados nas postagens. Tanto Junqueira quanto Frutuoso observaram que parte do quantitativo de vacinas encaminhado para Estados e municípios é reservado para aplicação da segunda dose. A estratégia tem como objetivo garantir a segurança da conclusão do esquema vacinal e foi acordada pelo Programa Nacional de Imunização.

Frutuoso  observou ainda que, por problemas de conectividade, muitas equipes retardam o preenchimento e envio das planilhas de vacinas aplicadas. O secretário executivo do Conass apresentou os dados do Consórcio de Imprensa, mostrando também que a velocidade da vacinação está muito acima do que constava em algumas postagens. “Estamos todos juntos. Não vamos nos afastar do nosso propósito que é o de bem servir o povo brasileiro. Não é a fofoca que vai aplacar nosso ânimo”, disse.  “Não dá para admitir esse tipo de postagem. Gera confusão”, disse o presidente do Conass, Carlos Lula.

Secretário Executivo do Conass, Jurandi Frutuoso

O secretário executivo do Conass alertou durante a reunião sobre outra informação incorreta, que passou a circular nos últimos dias em redes sociais, relacionada à requisição de medicamentos e anestésicos usados para intubação de pacientes com Covid-19. A requisição administrativa foi o recurso encontrado pelo Ministério da Saúde para tentar atender uma demanda crescente destes insumos.

Diante da ameaça de falta dos produtos, essenciais para dar conforto ao paciente, a pasta passou a requisitar os remédios com fabricantes. “A requisição ocorre apenas no quantitativo disponível”, disse Frutuoso. Ao contrário do que havia circulado, a requisição não afeta o cumprimento de contratos já realizados para fornecimento dos produtos para rede pública ou privada.  “Precisamos deixar claro isso”, reforçou Frutuoso.

Técnicos e gestores falaram também sobre o grupo de trabalho para monitoramento, que foi criado ano passado para controlar estoques destes medicamentos, o chamado de “kit intubação”. A estratégia, criada a partir de relatos de dificuldades para aquisição dos produtos, procura identificar o consumo médio de cada estabelecimento, a produção, a localização dos estoques e trocar informações para garantir que locais com maior risco de desabastecimento tenham prioridade no recebimento. O Ministério da Saúde se comprometeu em viabilizar uma compra internacional com celeridade.

O esforço envolve equipe do Conass, do Conasems, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, coordenados pelo Ministério da Saúde. Durante a reunião, Conass, Conasems reforçaram a importância de que informações sejam enviadas de forma rápida e precisa. Isso permite um controle mais preciso dos dados e, em consequência, agilidade na tomada das decisões.

Na reunião, gestores também trataram sobre o financiamento de leitos de UTI para Covid-19. O Ministério da Saúde comprometeu-se que arcará com o pagamento de leitos abertos.

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