André Médici é o convidado do Diálogos Conass desta sexta-feira (25)

Da esquerda: Fernando Cupertino, André Médici e Jurandi Frutuoso

Aconteceu na manhã desta sexta-feira (25), mais uma sessão Diálogos Conass, com a participação do economista sênior de Saúde do Banco Mundial e autor do blog Monitor de Saúde, André Médici. Os temas abordados foram as tendências e perspectivas da Saúde no contexto mundial e brasileiro. A secretária extraordinária de enfrentamento à Covid-19 do Ministério da Saúde, Rosana Leite também esteve presente.

Médici apresentou um panorama atual da situação mundial da pandemia e alertou para a necessidade constante de vigilância, pois mesmo com a tendência de queda no número de novos casos, enquanto não houver a possibilidade de todos os países terem um nível igual de vacinação, os riscos de novas variantes surgirem é grande.

Traçando um paralelo da situação com a economia, Médici foi veemente ao afirmar que a saúde da economia depende em muitos aspectos da saúde da população, sendo as pandemias exemplos claros disso. “A gripe espanhola, por exemplo, derrubou a economia mundial por muitos anos e agora vemos essa situação de perto, pois a economia em todo o mundo tem sofrido com a pandemia da Covid-19”.

Ele pontuou que o mundo ainda está em risco e que é necessário um esforço mundial coletivo para que a vacinação nos países mais pobres possa ter o mesmo desempenho que nos demais.

Neste ponto, o coordenador técnico do Conass, Fernando Cupertino fez umxa ressalva e observou que não basta apenas oferecer mais vacinas a esses países, mas também condições para que a vacinação ocorra, como armazenamento adequado, recursos humanos, entre outros.

Sobre as perspectivas e incertezas em relação ao cenário pandêmico em 2022, Médici apresentou alguns aspectos como, por exemplo, se será possível a retomada do curso normal dos sistemas de saúde já que eles estão esgotados. “Até mesmo em países mais desenvolvidos temos vistos problemas como a escassez de recursos humanos, físicos e financeiros para atender a retomada da demanda normal de saúde (procedimentos eletivos adiados, alta carga de doenças crônicas etc)”.

Em relação aos gastos públicos em saúde, o economista foi categórico ao afirmar que o Brasil ainda gasta muito pouco (menos que 48%), sendo proporcionalmente abaixo de países como os Estados Unidos.  “A lógica do gasto federal no Brasil é uma lógica de teto, enquanto a lógica dos estados e municípios é de superar o piso, em função das suas necessidades. Essas questões precisam, de alguma forma, serem levantadas a fim de se redefinir os esquemas de financiamento em saúde no País”, observou.

As tendências nos preços e inflação em saúde também foram abordadas por Médici que apresentou dados sobre índices de variação dos custos médico-hospitalares na saúde suplementar e afirmou que a inflação no Brasil continuará elevada, tendo reflexo efetivamente no setor Saúde.

O secretário executivo do Conass, Jurandi Frutuoso, agradeceu e elogiou Médici pela explanação e disse que ela é importante pois aborda a Saúde dentro do contexto dos tempos difíceis que o mundo vive com pandemia, guerras e no caso do Brasil, as eleições. “Foi importante para nós ouvi-lo a partir desses aspectos colocados nos cenários internacional e nacional, principalmente porque começaremos a trabalhar na construção de uma Agenda para a Saúde que levaremos aos presidenciáveis”, disse.

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