Cerimônia marca encerramento do 2º e 3º ciclos do Mais Médicos no Rio

anapaulaTodos os 73 profissionais que estão deixando o programa nessa etapa serão substituídos em novo edital a ser lançado pelo MS até o fim de novembro

Após três anos de um trabalho humanizado nas unidades básicas de saúde em regiões periféricas do estado do Rio de Janeiro, 73 médicos cubanos que chegaram ao país no segundo e terceiro ciclos do programa “Mais Médicos para o Brasil, Mais Saúde para Você”, encerram neste mês de novembro a participação na missão brasileira. Atualmente, 396 profissionais cubanos atuam nos municípios fluminenses, de um total de 702 médicos que estão vinculados ao programa no Estado.

Para fazer um balanço sobre a atuação dos profissionais cubanos e também entregar os certificados de participação, a coordenação do programa no Rio, formada pelo Ministério da Saúde (MS) e pelas Secretarias Estadual (SES-RJ) e Municipal de Saúde do Rio de Janeiro (SMS-RJ), realizou nesta segunda-feira (31/10) uma cerimônia de encerramento, com a participação dos médicos que estão se despedindo do país.

A gerente de projetos do “Mais Médicos” da Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES) do Ministério da Saúde, Ana Paula Schiavone, participou do evento representando a sede do MS e destacou que a população não ficará sem médicos. Segundo ela, o órgão lançará no próximo dia 28 deste mês edital para substituição desses profissionais, que fizeram a diferença na saúde pública.

“A população foi muito bem assistida nesse período. Temos médicos do programa em 94% das cidades fluminenses, sendo que aproximadamente 60% das pessoas que procuram a atenção básica são atendidas por esses profissionais. Importante ressaltar que não vamos deixar a população desassistida, uma vez que vamos renovar o contrato com a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), de maneira que os profissionais serão repostos de forma integral em edital que deverá ser lançado no dia 28 de novembro”, revelou Ana Paula.

A representante do MS destacou ainda que as vagas serão abertas primeiramente aos médicos brasileiros formados no país, depois para profissionais brasileiros formados no exterior e só após essas etapas é que serão destinadas aos cubanos. Além disso, na ocasião, a secretária executiva do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Rio de Janeiro (Cosems/RJ), Aparecida Barbosa, destacou a importância do programa para os municípios cariocas.

Resultados – De acordo com a representante do Cosems, “o programa foi muito reivindicado pelos prefeitos”, de forma que o órgão acompanhou “sistematicamente a atuação dos médicos”, que entende como “revolucionária”, pois ajudou a organizar o pacto com as forças que fazem o avanço do Sistema Único de Saúde (SUS).

“Hoje não estamos apenas comemorando o encerramento de um ciclo, mas também a sua consolidação como política pública. Estamos diante de pessoas que ajudaram a fortalecer a relação interfederativa entre municípios, estado e união e, ao mesmo tempo, internacional. Nossos agradecimentos a vocês que estão levando marcas de solidariedade e carinho e deixando um país mais saudável”, ponderou Aparecida ao falar aos médicos cubanos.

Já a coordenadora da Comissão Estadual do projeto no Rio e representante da SES-RJ, Thais Severino da Silva, pontuou o tema da humanização na atenção primária, um quesito fundamental reforçado pelos médicos cubanos, que possuem formação voltada para o contexto social. “Tivemos a possibilidade de aprendizado mútuo e a oportunidade de ter contato com médicos que primam por uma relação horizontal com a nossa população. Tenho certeza que após essa experiência, teremos um país mais tolerante no exercício da medicina, que deve cuidar sem julgamentos”, frisou.

Por sua vez, o diretor do Departamento de Atenção Básica do município de Duque de Caxias, Sandro Ribeiro Fernandes, reforçou que a atuação dos médicos no município “melhorou todos os indicadores de saúde, evitando muitas internações”. “Apesar da diferença linguística, a integração dos cubanos foi total e muito importante para melhorar a saúde do município. Antes do programa tínhamos 35 equipes de saúde da família sem o profissional médico e hoje todas estão completas, o que permitiu triplicar o número de consultas na rede municipal”, informa.

Durante o evento, os profissionais que estavam se despedindo do Brasil receberam os seus diplomas de participação na missão. Além disso, na ocasião, quatro trabalhos que foram destaque na especialização do programa foram apresentados por seus autores, demonstrando os resultados práticos com a população.

Com o título “Intervenção educativa para a redução do consumo de álcool em adolescentes no bairro Pilar no período de fevereiro a julho de 2015 – Duque de Caxias”, o primeiro trabalho, foi apresentado pela médica Yarina Alpajon Mora.

Na sequência, a médica Daili Medina García apresentou o trabalho “Aleitamento materno exclusivo e desmame precoce no CMS Samura Marchel – Rio de Janeiro”; seguida pelo profissional Yacnier Carlos Carol Barrios, que mostrou os resultados realizados em “Intervenção educativa para modificar o estilo de vida dos idosos – Rio Claro”. Por fim, Alejandra Elena Plavan Pontet apresentou o seu estudo “Promoção de saúde sexual e reprodutiva na adolescência – Angra dos Reis”.

Fonte:  Aluízio de Azevedo, para o Blog da Saúde