De posse de um moderno hospital, mulheres alagoanas comemoram seu dia neste domingo

HM é uma referência na assistência à saúde da mulher

No Dia Internacional da Mulher, comemorado neste domingo (8), as mulheres alagoanas têm uma motivação a mais para trazer à lembrança nesta data especial. Isto porque, pela primeira vez, o dia que lhes é dedicado acontece com um saldo de 9.324 atendimentos prestados por um moderno hospital construído para oferecer um serviço digno às gestantes de Maceió e interior de Alagoas. Trata-se do Hospital da Mulher Dr.ª Nise da Silveira, no bairro Poço, a maior unidade de saúde já construída pelo Estado que foi inaugurada no dia 29 de setembro de 2019.

Desde quando foi entregue às alagoanas, há menos de seis meses, a unidade hospitalar tem prestado diversos serviços às mulheres, como a maternidade, que trabalha com a filosofia do parto humanizado. Ela tem seu funcionamento porta aberta durante 24 horas. Ou seja: não existe marcação para o atendimento às gestantes de risco habitual.

A prática é recomendada pelo Ministério da Saúde (MS) e pela Organização Mundial de Saúde (OMS). “A cada dia temos a convicção que a construção do Hospital da Mulher foi uma decisão louvável do governador Renan Filho e do secretário de Estado da Saúde, Alexandre Ayres, para a melhoria da qualidade dos serviços prestados à saúde da mulher alagoana”, ressaltou a diretora-geral do hospital, Eliza Barbosa.

Após a gestante dar entrada no Hospital da Mulher, ela passa, antes de tudo, pelo Acolhimento com Classificação de Risco. Nesses quase seis meses, para ser ter uma ideia, passaram pela classificação 5.216 mulheres, e foram realizados 1.260 partos, sendo 685 normais e 575 cesáreos.

A Classificação de Risco é formada por uma equipe multiprofissional, composta por técnicos de enfermagem, enfermeiros e um médico obstetra. Após a avaliação do quadro da gestante, se a equipe médica observar que ela é de risco habitual, sua permanência no hospital é garantida, onde ela vai aguardar para ter o seu bebê.

No entanto, se a gestante for de alto risco, ela vai ser regulada através do Complexo Regulador de Maceió (Cora). Não é pelo fato de a gestação ser de alto risco que a mulher deve ser encaminhada, espontaneamente, para a Maternidade Escola Santa Mônica (MESM), localizada no bairro Poço, em Maceió.

Isso porque, a partir do momento em que o HM sabe que a gestante é de alto risco, o hospital entra imediatamente em contato com o Cora e, a partir disso, solicita a disponibilidade de vagas, para que essa mulher possa ser encaminhada para alguma maternidade de alto risco: Mesm ou Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (Hupaa), no bairro Cidade Universitária.

O contato com o Cora acontece por meio de uma ligação eletrônica. O Complexo recebe o código de acesso, isto é, a senha para que essa gestante seja, de fato, encaminhada para a maternidade de alto risco.

Já a Área Lilás do Hospital da Mulher é um grande diferencial, pois proporciona atendimento integrado da saúde e segurança pública, cujo objetivo é assistir à vítima de violência sexual de forma acolhedora, rápida e eficaz. O espaço conta com uma equipe multiprofissional capacitada para realizar o atendimento humanizado, por meio de psicólogos, assistentes sociais, enfermeiros, ginecologistas, pediatras, médicos peritos e policiais civis, promovendo a assistência integral em um único espaço.

De outubro de 2019 a março de 2020, foram atendidas 226 vítimas de violência sexual na Área Lilás, da Rede de Atenção às Vítimas de Violência Sexual (RAVVS), órgão vinculado à Secretaria de Estado da Saúde (Sesau). Destas, 213 foram do sexo feminino e apenas 13 do sexo masculino.

O ambiente foi preparado com todo o cuidado, contando com recepção própria, local de acolhimento da família, consultórios, leitos de observação, espaço do chá, árvore da esperança e fraldário. No local, são ofertados serviços de atenção às vítimas de violência sexual, tais como profilaxia das infecções sexualmente transmissíveis (IST) e HIV, anticoncepção de emergência, exames laboratoriais, coleta de vestígio, aborto previsto em lei, boletim de ocorrência, assessoria jurídica, grupos de apoio e acompanhamento médico e psicossocial por até seis meses após a violência.

Assim como a maternidade, a Área Lilás é porta aberta, ou seja, toda e qualquer vítima do Estado que sofra de violência sexual pode ser direcionada para o Hospital da Mulher sem necessariamente ser marcada a consulta. Ao chegar à unidade hospitalar, a vítima é recebida pelas recepcionistas e, logo após, encaminhada até a Área Lilás, onde vai receber toda a assistência não só dos profissionais que atuam na área da saúde, mas também dos que trabalham na Segurança Pública.

O Hospital da Mulher possui 127 leitos, 50 enfermarias ginecológicas, 50 enfermarias obstétricas, 15 Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) convencionais, seis UCI mãe canguru e seis quartos PPP (pré-parto, parto e pós-parto).

O Centro de Parto Normal (CPN) do Hospital da Mulher conta com seis salas de PPP, onde podem acontecer seis partos ao mesmo tempo. O serviço da maternidade do hospital visa, basicamente, o parto humanizado. Todos os profissionais são treinados para propiciar um ambiente humanizado de parto e nascimento, baseado em evidências científicas, respeitando a autonomia da mulher. O espaço conta com um ambiente confortável para deambulação, chuveiro morno, banheira, trabalho com bola suíça, musicoterapia, aromaterapia e penumbra, a fim de dar maior conforto para a mulher e auxiliá-la no alívio da dor.

“A ideia é deixar o nascimento da criança transcorrer de forma mais natural possível, contando com o apoio de profissionais habilitados e equipamentos específicos, como uma banheira especial, única no Estado”, explicou a diretora-geral Eliza Barbosa.

O centro cirúrgico possui cinco salas padronizadas e organizadas, com equipamento modernos, além de um espaço para recuperação pós-anestésica.

As escolhas são feitas de acordo com a vontade de cada mulher, da forma como ela se sente mais à vontade e com menos dor. Também são servidos chás calmantes ou estimulantes, a depender da necessidade. “Estamos cumprindo a missão de atender a alagoana com respeito e dignidade”, comemora Eliza Barbosa.

Serviços – Os ambulatórios ofertam várias especialidades e serviços, entre eles estão ginecologia, mastologia, proctologia, cardiopediatria, puerpério, pediatria, psicologia, reumatologia, otorrinolaringologia, dermatologia e endocrinologia.

Para se consultar nos ambulatórios de especialidades, a mulher deverá se encaminhar até o serviço de saúde mais próximo de sua casa. Após a avaliação do médico, de acordo com o levantamento dos sintomas e da real necessidade de a mulher ser encaminhada para um serviço especializado no Hospital da Mulher, ela vai ser consultada no hospital, por meio do Sistema de Regulação (SisReg), onde será solicitado a disponibilidade de horário nas agendas dos ambulatórios do hospital. A Regulação Médica Estadual, por sua vez, vai receber essa demanda e organizar o agendamento para o Hospital da Mulher. Vale ressaltar que os ambulatórios do hospital são exclusivos para as mulheres que residem nos 102 municípios do Estado de Alagoas. Eles funcionam das 7h às 21h, de segunda a sexta-feira, assegurando que, mesmo após o horário de trabalho, seja possível buscar assistência especializada na unidade hospitalar.

Repórter: Marcel Vital

Repórter Fotográfico: Carla Cleto