Hospitais de campanha do DF já deram alta hospitalar a 700 paciente

Paciente que representou a 700ª alta tem 90 anos e apesar de ter problemas respiratórios crônicos se recuperou da covid-19


O Hospital de Campanha do Autódromo foi o responsável por dar alta médica ao paciente de número 700 tratado nos hospitais de campanha do Distrito Federal. A setingentésima alta é o somatório dos três hospitais de campanha (Autódromo, Gama e Ceilândia).

Após oito dias internado por conta de complicações causadas pela Covid-19, Mariano Felipe da Silva, de 90 anos, tornou-se o setingentésimo paciente a receber alta no Hospital de Campanha do Autódromo nesta quarta-feira (4). Ele já lutava contra os sintomas respiratórios da bronquite crônica e da asma, além das sequelas de anos de tabagismo, quando foi infectado.

A filha do idoso, Lurdes Lázio, de 48 anos, desconfiou que algo poderia estar errado com o pai quando o idoso, após se desequilibrar e cair, passou a reclamar de dores que não passavam.

“Ele não tinha fraturado nada, mas a dor nas costas continuava. Minha mãe, que já foi internada com Covid-19 mas nunca se recuperou totalmente, também estava mal. Não queria comer e ficava prostrada o dia inteiro. Resolvi levar os dois para a minha casa. Mesmo eu cuidando direitinho, eles não melhoravam”, relata.

Foi então que no dia 20 de julho ela levou os dois ao Hospital Regional de Sobradinho (HRS). A mãe, Francisca Perpétua da Silva, 87 anos, foi internada imediatamente, após testar positivo para Sars-CoV-2. Seu Mariano passou por uma tomografia para verificar possíveis fraturas, mas o exame apontou indícios de infecção viral. O idoso foi submetido a um teste RT-PCR e voltou para casa.

“Três dias depois saiu o resultado, dizendo que ele estava mesmo com Covid-19. Até então ele estava bem, sem febre, comendo e indo ao banheiro normalmente. Levei novamente ao HRS e como a saturação estava muito baixa, ele ficou internado. No dia seguinte foi encaminhado para o Hospital de Campanha do Autódromo”, informa.

Dona Francisca foi transferida do HRS para o Hospital de Campanha de Ceilândia e como seu quadro clínico se agravou, no dia 26 de julho ela teve de ser entubada. A notícia foi dada a seu Mariano somente após a alta médica e isso acaba prejudicando sua recuperação, tendo em vista que o idoso está triste e um pouco prostrado por conta da preocupação com a mulher, com quem é casado há 65 anos.

“Eles completaram 65 anos de casamento no dia 30 de julho. Ele está aliviado por ter saído do hospital, mas está com muito medo por conta da mamãe. Eles se amam demais. Todos nós estamos em oração para que ela se recupere e saia logo do hospital. Apesar de o estado dela ser grave e as notícias não serem boas, temos fé de que logo ela receberá alta também”, conclui.

Por Jurana Lopes, da Agência Saúde/DF 

Fotos: Divulgação/SES-DF