Hospital de campanha do Mané Garrincha já funciona com pacientes da Covid-19

Local está suprido com medicamentos, EPIs e conta com profissionais de saúde para prestar a melhor assistência

O primeiro hospital de campanha para pacientes exclusivos com coronavírus do DF, montado no Estádio Mané Garrincha, já está atendendo pacientes desde a última sexta-feira (22). Nesta segunda-feira (25), tinham 19 pacientes internados.

O local possui todos os equipamentos de proteção individual (EPIs) necessários para os profissionais que estão na linha de frente dos atendimentos aos pacientes infectados pela Covid-19, como luvas, capotes, jalecos, máscaras N-95, óculos de proteção e protetor de face.

O secretário de Saúde, Francisco Araújo, destaca que “o hospital de campanha do estádio Mané Garrincha está pronto, equipado, organizado e em totais condições de atender as vítimas da Covid-19 em plena concordância com o protocolo estabelecido para o seu funcionamento”.

Para Ricardo Tavares, secretário de Assistência à Saúde, diferente da estrutura da maioria dos hospitais de campanha espalhados pelo Brasil, o hospital montado no interior do estádio permite melhores condições aos pacientes. “É um ambiente com melhor infraestrutura, trazendo mais conforto e mais qualidade aos pacientes que vão utilizar mais esse espaço. Além disso, aumenta o número de leitos gerais e de suporte ventilatório para a população do Distrito Federal”, afirma.

“Temos todos os equipamentos necessários para os trabalhadores. Além do roll de medicamentos utilizados para o tratamento da Covid-19, explica o coordenador médico do hospital de campanha do Mané Garrincha, Adérito Cruz.

FARMÁCIA – O estoque de medicamentos atual é suficiente para 100 pacientes por um período de 30 dias. Mas o estoque é reposto de acordo com a necessidade.

Para evitar o desperdício e a contaminação, os medicamentos são fracionados e colocados em um saco individual com a prescrição de cada paciente. A quantidade é suficiente para 12 horas.

Fotos: Geovana Albuquerque/Agência Saúde

ESTRUTURA – A estrutura foi equipada com 197 leitos, sendo 173 de enfermaria adulto, 20 alas de suporte avançado e quatro salas de estabilização. “Este é um hospital para atendimento de baixa e média complexidade. Vale ressaltar que se algum paciente vier a óbito aqui, a certidão de óbito será emitida por aqui, pelo hospital de campanha do Mané Garrincha”, afirma Adérito.

Todos os leitos, inclusive enfermarias possuem monitores e bombas de infusão.

Para garantir o funcionamento da estrutura já foram contratados, até o momento, 123 profissionais de várias especialidades. A expectativa é chegar a aproximadamente 300 funcionários quando todos os leitos estiverem ocupados.

Todos os profissionais tiveram capacitações sobre a maneira correta de paramentação e desparamentação. Além disso, eles possuem vestiários para deixar as roupas que chegam, salas de paramentação e específicas para entrar e sair do local, evitando possíveis contaminações.

BOLETIM MÉDICO – De acordo com o coordenador médico do hospital de campanha, diariamente um médico faz ligações para os familiares de cada paciente para passar informações sobre o seu quadro clínico.

“Fazemos um boletim médico uma vez por dia, quem liga é um dos médicos para passar as informações. Nossa rotina é essa”, explica.

EQUIPES – Hoje, o hospital de campanha possui 19 pacientes e para atendê-los, uma equipe composta por cinco médicos, quatro enfermeiros e 18 técnicos de enfermagem, totalizando 27 profissionais por plantão. A proporção aumenta de acordo com a quantidade de pacientes internados. A empresa contratada para gerir o local é a AHBB Gestão de Saúde, quem quiser participar de seleções basta enviar o currículo para o e-mail: rh@ahbb.org.br.

CONTRATOS – Dois contratos emergenciais foram necessários para preparar o hospital de campanha. O primeiro, no valor de R$ 79 milhões, foi firmado para o gerenciamento dos leitos, fornecimento de insumos e equipamentos hospitalares e a contratação da equipe de saúde, formada por médicos, enfermeiros, farmacêuticos, entre outros.

O segundo contrato, no valor de R$ 5,9 milhões, foi necessário para realizar as obras de adequação física do estádio, o tornando um hospital de campanha. As mudanças incluíram desde a demolição de parte da estrutura, as instalações de um novo piso na área da UTI, de nobreak e sistema I.T médico – um tipo de rede elétrica exigida em alguns ambientes de assistência médica especializada.

Além disso, o contrato contempla ainda o redimensionamento do sistema de ar-condicionado, a construção de postos de enfermagem, a manutenção corretiva e preventiva durante o período de atendimento, além do processo de desmontagem que ocorrerá depois da pandemia. Ao final do contrato, os bens e equipamentos contemplados serão incorporados ao patrimônio da Secretaria de Saúde e passam a ser propriedade da pasta.

Fonte: Jurana Lopes, da Agência Saúde