Medidas do governo agilizam atendimento a vítimas do trânsito em várias regiões do Estado

Foto: Marcelo Seabra / Ag. Pará

Desde fevereiro de 2021, o governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), tem alterado o perfil de pronto atendimento em urgência de seis hospitais estaduais, de diferentes regiões, para receber pacientes de traumatologia durante 24 horas ininterruptas.

Essa modalidade de porta aberta em trauma está funcionando no Hospital Divina Providência, em Marituba; Hospital Regional de Conceição do Araguaia; Hospital Regional Público do Baixo Tocantins, em Abaetetuba; Hospital Regional Público do Tapajós, em Itaituba; Hospital Geral de Ipixuna e Hospital Regional do Caetés, em Capanema.

Daquele período até a segunda quinzena de abril deste ano, foram 61.864 pessoas atendidas nas alas de urgência desses seis hospitais, das quais 3.501 foram vítimas de acidente de trânsito.

A medida foi tomada para agilizar o acolhimento de pacientes com ferimentos de menor complexidade nesses seis hospitais e, conforme avaliação médica, encaminhar pacientes com traumas graves para o Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE), em Ananindeua, referência em traumatologia de alta complexidade no Pará.

Essas ações repercutem também na chegada do mês alusivo à campanha “Maio Amarelo”, quando o tema violência no trânsito é intensificado com mensagens de alerta à população para bons modos e cautela ao dirigir, com o objetivo ainda de amenizar gastos públicos com internações por acidentes e outras imprudências nas ruas que poderiam ser evitadas.

Em termos de despesas públicas, só no HMUE o custo médio da diária de um paciente internado para tratamento intensivo causado por acidente de trânsito é de R$ 2.900 reais. Na clínica médica, a diária custa R$ 1.160 em média. Considerando os três primeiros meses do ano de 2022, a ocupação de leitos por vítimas de acidentes de trânsito no hospital tem se mantido em 34%.

Foto: Marcelo Seabra / Ag. Pará

Em linhas gerais, os números do Pará registrados no Sistema de Informações Hospitalares (SIH), do Ministério da Saúde (MS), acendem o alerta de que é preciso prudência ao dirigir: em 2020, foram internadas 11.564 pessoas devido a acidentes de transportes dos mais variados tipos, como motos, carros, caminhões e ônibus. No ano seguinte, foram 12.216 internações. Nesses dois anos, pessoas entre 20 e 29 anos lideraram o ranking dos pacientes mais acidentados, seguidos pelas faixas etárias dos 30 a 39 anos e dos 40 a 49 anos.

A repercussão não é menor também nas mortes no trânsito. Dados públicos e mais recentes disponibilizados no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), do MS, apontam que 1.414 pessoas no Pará morreram por acidentes de trânsito, das quais 493 por moto. Em 2020, mais 1.631 pessoas foram a óbito, sendo 588 por moto – o transporte mais letal nas estatísticas.

A exemplo das internações, pessoas entre 20 e 29 anos lideraram o ranking dos pacientes que vieram a óbito em 2019 e em 2020, seguidos pelas faixas etárias dos 30 a 39 anos e dos 40 a 49 anos. Também nesses dois anos, mais de 80% dos que morreram foram homens adultos.

Para o secretário de Saúde do Pará, Romulo Rodovalho, a Sespa vem fazendo a sua parte em descentralizar os atendimentos em traumatologia e garantido o atendimento a todos os níveis de complexidade. “Convém lembrar que são acidentes evitáveis e que a sociedade precisa estar mais atenta a esse problema, pois o trânsito é cada um de nós, pedestre, motorista, ciclista, motociclista e o cenário só mudará se a educação começar em casa, no debate popular e na maior interação entre os agentes públicos para qualificar e integrar as ações que visem diminuir lesões e mortes causadas pelo trânsito”.

O secretário alerta que os acidentes de trânsito ainda provocam um grande prejuízo social, com vítimas não fatais que ficam inválidas para o trabalho e precisam se aposentar ainda jovens, a maioria com menos de 40 anos, sobrecarregando a Previdência Social e a própria família, já que se torna dependente para o resto da vida.

Maio Amarelo

O movimento Maio Amarelo nasceu em 2014 e fomenta uma ação coordenada entre o Poder Público, iniciativa privada e sociedade civil para discutir o tema segurança viária com o objetivo de reduzir os acidentes e mortes no trânsito.

A escolha do mês de maio ocorreu pela Organização das Nações Unidas (ONU) ter definido a Década de Ação para Segurança no Trânsito em 11 de maio de 2011. Já a cor amarela simboliza sinalização e alerta no trânsito.

Fonte: Mozart Lira SES/PA