Oftalmologistas promovem campanha nacional de esclarecimento sobre os riscos de doença que causa cegueira

 

O Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) e a Sociedade Brasileira de Glaucoma (SBG) promovem em maio uma série de ações com foco no diagnóstico e no tratamento precoces do glaucoma, considerado a maior causa de cegueira evitável. Com a iniciativa, pretende-se conscientizar a população sobre os riscos desse transtorno e destacar a importância de fazer consultas e exames de prevenção com regularidade. De acordo com Cristiano Caixeta Umbelino, presidente do CBO, quanto antes o problema for identificado, mais cedo poderá ser iniciado o atendimento específico, com a redução de chances de complicações.

O glaucoma é uma doença ocular que provoca a atrofia do nervo óptico. Como ele é o responsável por fazer a conexão entre o olho e o cérebro, acaba ficando comprometida a transmissão de sinais entre esses dois órgãos, o que pode levar à cegueira. De forma geral, a doença decorre do aumento da pressão intraocular. Trata-se de um processo lento, que pode progredir durante anos, até o aparecimento dos primeiros sintomas, ressaltou o presidente do CBO.

24 horas – O ponto alto da campanha ocorrerá em 21 de maio (sábado), antes da celebração do Dia Nacional de Combate ao Glaucoma, comemorado no dia 26 do mesmo mês, com a realização de uma maratona de atividades nas redes sociais. Na data escolhida pelo CBO, por meio do seu canal no Youtube, serão transmitidas reportagens em vídeo, entrevistas com especialistas e esclarecimentos sobre uso de medicamentos, realização de tratamentos e formas de acesso ao atendimento no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Saiba mais.

Também serão exibidos depoimentos de pacientes e de celebridades com alertas sobre a necessidade de prevenção contra essa doença. Nomes como os do cantor Carlinhos Brown; do ator Tony Ramos; das atrizes Beth Goulart e Maria Clara Gueiros; e da empresária Luiza Helena Trajano já empenharam apoio à iniciativa. Outras informações sobre a campanha do CBO e da SBG podem ser acessadas no site 24hpeloglaucoma.com.br.

Esse engajamento solidário ajuda na sensibilização das pessoas com respeito a esse problema de saúde ocular, ressalta Cristiano Caixeta Umbelino, que lembra ainda outra estratégia para chamar a atenção para o tema: a iluminação de prédios e monumentos públicos na cor verde, que representa a luta contra o glaucoma. Neste sentido, os responsáveis por inúmeras instalações em diferentes estados já sinalizaram de forma positiva ao convite feito pelo CBO e pela SBG.

Cegueira – O glaucoma é a principal causa de cegueira evitável no mundo, observou o presidente do CBO. “A partir do momento em que você consegue trabalhar ou diagnosticar precocemente o indivíduo, você evita que esse paciente evolua para cegueira. O ideal é conseguir diagnosticar a doença na atenção primária ou na atenção básica, porque o paciente não perderá a visão e
terá um tratamento adequado pela equipe de oftalmologia”, disse.

Segundo Caixeta, há perto de 1,5 milhão de pessoas com glaucoma no Brasil. No entanto, ele lembra que há um grande contingente de casos que não foram ainda diagnosticados. No mundo, estima-se que, em 2020, havia 80 milhões de pessoas com diagnóstico de glaucoma. Uma projeção da Associação Internacional de Prevenção da Cegueira (IAPB, do nome em inglês) indica que o total de pacientes com glaucoma em todo o mundo chegará a 112 milhões até o ano de 2.040.

Pressão – Entre os fatores que predispõem o surgimento do glaucoma, estão: pressão intraocular elevada; histórico familiar; idade (pacientes acima dos 40 anos têm maior risco de desenvolver a doença); afrodescendência; ser portador de doenças oculares (tumores, descolamento de retina e inflamações aumentam o risco de glaucoma) e de outros problemas de saúde (diabetes, doenças cardíacas, hipertensão, hipertireoidismo, etc.). Além desses itens, o uso prolongado de medicamentos à base de corticosteroides também aumenta as chances de
surgimento dessa doença.

“Por conta disso, a população deve procurar o médico oftalmologista. Na consulta, a pessoa deve responder com exatidão a todas as perguntas que forem feitas e fazer os exames indicados. Assim, o especialista terá melhores condições de fazer seu trabalho e, se for o caso, identificar na fase inicial essa doença, o que muito fácil conduzir o tratamento”, disse o presidente do CBO. O tratamento do glaucoma é feito, primordialmente, à base de colírios. Porém, podem também ser feitos procedimentos a laser para controlar a pressão ocular e, quando necessário, até cirurgias. “A escolha terapêutica será feita após avaliação do paciente e em função das necessidades de cada um. Infelizmente, as pessoas ainda não levam a sério a doença, porque o glaucoma é silencioso. Na maioria das vezes, ele não dói, não coça, não arde, não incomoda, mas quando a pessoa percebe algo já está em fase adiantada”, ressaltou Caixeta Umbelino.

Fonte: Conselho Brasileiro de Oftalmologia – CBO