
Brasília, 6 de outubro de 2025 – Com a implementação de uma parceria bem-sucedida entre o Ministério da Saúde, Conselho Nacional do Secretários de Saúde, Conselho Nacional de Secretaria Municipais de Saúde (CONASS), Organização Pan-Americana da Saúde e Instituto Todos pela Saúde, o Brasil avança na implementação da iniciativa Mosaico para fortalecimento da vigilância de vírus respiratórios no país.
Até o mês de setembro de 2025 foram realizadas uma oficina nacional e vinte e cinco oficinas subnacionais, com a previsão de finalização de vinte e sete oficinas no mês outubro. As oficinas fazem parte do projeto Vigiares, que tem por objetivo o fortalecimento da capacidade de vigilância, preparação e resposta a eventos com potencial de se tornarem emergências de saúde pública. Esta iniciativa, idealizada pelo CONASS, tem ênfase na primeira fase, no aprimoramento da vigilância das síndromes respiratórias agudas, tendo em vista as lições aprendidas no enfretamento das emergências por Influenza e COVID-19.
A metodologia consiste na realização de estudos de casos para identificar as melhores abordagens de vigilância para responder demandas previstas nos domínios de detecção, monitoramento e uso de intervenções, com a participação efetiva de profissionais de vigilância epidemiológica, Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde, Rede Nacional de Vigilância Epidemiológica Hospitalar, laboratório, gestão de emergências, saúde do trabalhador, vigilância ambiental, saúde indígena, imunização, atenção primária, atenção especializada, regulação, comunicação e profissionais da área de agricultura e pecuária. No final da oficina é apresentado o Plano Mosaico Estadual com a identificação de oportunidades de melhoria e plano de ação para implementação e/ou qualificação de abordagens de vigilância e/ou na incorporação de inovações, com seguimento por profissionais do Ministério da Saúde e OPAS.
Ao longo do processo também foram identificadas necessidades de atualização de diretrizes nacionais para apoiar a implementação dos planos estaduais, como por exemplo: controle de surtos em instituições de longa permanência, vigilância de eventos inusitados ocasionados por patógenos respiratórios e vigilância populacional direcionada. Essas lacunas demandaram a formação de grupos de trabalho para elaboração de guias/manuais/notas informativas e fluxos operacionais; além de uma ampla discussão para fortalecimento da vigilância sentinela da síndrome gripal no país.
As oficinas possibilitaram várias discussões, como: a importância da integração dos processos das equipes de vigilância em saúde e assistência; abordagens no contexto de Uma Só Saúde; o papel das equipes de inteligência em saúde e análise de dados integrados para a tomada de decisão; utilização de dados assistenciais na rotina da vigilância; incorporação de iniciativas de vigilância sindrômica de dados assistenciais e vigilância de águas residuais; utilização de medidas de prevenção e controle de infecções; organização da rede assistencial; fortalecimento das iniciativas de imunização, vigilância de coberturas vacinais dos grupos prioritários; ações para aumentar o uso das intervenções farmacêuticas; vigilância de eventos em estabelecimentos de saúde e comunidades; expansão de parcerias para fortalecimento da rede de laboratórios; assim como diretrizes para elaboração de plano de contingência integrado para vírus respiratórios considerando a necessidade de desenvolvimento de avaliação estratégica de risco estratificada por faixa etária e macrorregiões de saúde.
Considera-se efetivo o modelo de implantação da iniciativa Mosaico no Brasil devido a criação de grupo condutor da metodologia e integração entre os entes federativos. Ao aproveitar novas diretrizes globais para doenças respiratórias, o Brasil conduziu com sucesso uma análise situacional participativa, estado por estado, utilizando uma metodologia estruturada para desenvolver um caminho a seguir. Os planos estaduais do MOSAIC descrevem as necessidades locais para garantir programas sustentáveis para doenças respiratórias em todo o país, considerando a abordagem Saúde Única. A OPAS continua comprometida em dar continuidade a essa colaboração para apoiar a implementação do MOSAIC em andamento no Brasil.