A importância da comunicação nas emergências da saúde

Conass promove reunião de trabalho para discutir estratégias para o novo coronavírus

Com o objetivo de integrar e aprimorar as estratégias de comunicação para o enfrentamento do novo coronavírus (Covid-19), o Conass realizou nesta quinta-feira (5) a primeira reunião da Câmara Técnica de Comunicação em Saúde (CTCS) em 2020. O grupo é formada pela equipe de comunicação do Conass e pelos assessores de Comunicação/Imprensa das Secretarias Estaduais de Saúde (SES). A reunião contou com a participação de representantes das Ascom do Ministério da Saúde (direção geral e coordenações de Assessoria de Imprensa e de Publicidade), do Conasems e da Anvisa, entre os quais as Ascom das SES puderam, por videoconferência, fazer sugestões, tirar dúvidas e intensificar a articulação das ações da comunicação do Sistema Único de Saúde (SUS).

Os estados expuseram suas principais ações com objetivo de trocar experiências e buscar harmonização das informações e alinhamento das estratégias para enfrentamento do coronavirus. Destacaram aspectos importantes para o atendimento à imprensa e atuação dentro das secretarias e na rede estadual de saúde, como a participação nas reuniões dos Centro de Operações de Emergência (COE), que aproxima a comunicação e as áreas técnicas, auxiliando no preparo dos porta-vozes e dos jornalistas, tornando-os mais confiantes ao conceder entrevistas, explicar dados e protocolos, repassar informações e tirar dúvidas.

Frente à iminente sobrecarga nos serviços de saúde pelo avanço do vírus, o desafio dos comunicadores é fortalecer as informações oficiais e planejar de maneira integrada as ações, contando com o apoio – além do Ministério da Saúde, da Anvisa, do Conass e do Conasems e toda a rede do SUS – de infectologistas, pesquisadores e especialistas para que, num esforço conjunto, as informações caminhem junto às ações, evitando corridas desenfreadas aos centros de saúde e informando com transparência e eficiência as ações do serviço público de saúde.

Essa integração, em especial com a vigilância e com a assistência, foi destacada pelo secretário executivo do Conass, Jurandi Frutuoso. “A transmissão de casos requer o fortalecimento da integração das ações com os hospitais”. Frutuoso também pontuou que é preciso aproveitar o espaço da mídia devido ao coronavírus para alertar sobre doenças como a dengue e o sarampo.

Ugo Braga, diretor de Comunicação Social do Ministério da Saúde, lembrou do papel decisivo do Brasil ao alertar a Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre a necessidade de investigar os casos de pneumonia na China, que posteriormente foram identificados como coronavírus. “Quando a SVS começou a investigação desses casos, ligou o alerta dentro do ministério. Assim, passamos a configurar a comunicação diante da crise iminente. Nos organizamos definindo porta-vozes, como a comunicação seria centralizada e dando vazão às demandas crescentes de maneira organizada e controlada”, pontuou.

Izabel Pimentel, da Anvisa, apresentou as ações da agência, defendendo que as estratégias comecem pela intensificação da comunicação interna, integração da comunicação com áreas técnicas e análises de públicos-alvo. “Precisamos nos organizar internamente, reunir o máximo de informações e detalhar o problema, iniciando pelo conhecimento do vírus, levantando dados e elaborando ações simples e eficazes com base em informação confiável e direta”. Também elencou o cuidado com a linguagem e viabilidade das ações propostas e enfatizou a agilidade das ações nos portos, aeroportos e fronteiras, citando a veiculação de vídeos em português, inglês, espanhol e mandarim – tanto nos aeroportos quanto nos ônibus que atravessam as fronteiras. “Assim, regionalizamos as informações, alcançando a população com linguagem adequada, simples e confiável”.

Fake News

Segundo o Ministério da Saúde, o combate às fake news se intensificou junto ao avanço do coronavírus, tendo em vista que esse trabalho já é realizado em diversas frentes. “As notícias falsas vêm em ondas que acompanham as ondas da saúde”, destacou o diretor. A principal dificuldade em debelar as notícias falsas, segundo Braga, é a circulação via WhatsApp, o que dificulta o monitoramento e respostas à essas informações. Sendo assim, cabe aos comunicadores lançar mão de canais de comunicação como o do Ministério da Saúde (www.saude.gov.br/fakenews) para que as fake news sejam combatidas com informações claras e inteligíveis, amplamente divulgadas nos veículos de comunicação, em especial mídias sociais, e também pela imprensa.

Comunicação Integrada

A preocupação dos estados e instituições convidadas com a unicidade da informação e divulgação alinhada aos dados do Ministério da Saúde deu o tom da reunião. O comunicador do Conasems, Luiz Filipe Barcelos, pontuou que as ações junto aos Cosems e municípios visam divulgar os protocolos e conter alarmismos. “Nos preocupamos em auxiliar e preparar os municípios para os serviços necessários, capilarizando as informações passadas pelo ministério em tempo real, seja por meio do portal, de informes e do WhatsApp, divulgando os protocolos de maneira que faça sentido para os gestores, profissionais e para a população”, destacou.

O gerente de Comunicação do Conass, Marcus Carvalho, reiterou a atuação do conselho diretamente com as áreas de comunicação dos estados, insistindo na integração com as áreas de vigilância nas SES, enfatizando que reuniões como esta buscam unificar as ações em todo o país, sem deixar de considerar as realidades dos estados brasileiros no reforço às informações oficiais do Ministério da Saúde, “Nosso desafio é promover uma comunicação eficiente com a população em geral e também dentro do próprio SUS”, pontuou.

Para intensificar a integração e melhorar o fluxo de informações, o Ministério da Saúde disponibilizou um contato direto dentro da sua Assessoria de Comunicação para que os estados possam acionar quando houver dúvidas e sugestões. A Câmara Técnica de Comunicação em Saúde do Conass também terá acesso à produção das campanhas lançadas pelo ministério, que irá criar peças personalizadas de acordo com as realidades dos estados e padronizadas com a identidade visual da campanha nacional.

Na próxima semana, a comunicação do Conass e do Conasems volta a se reunir para detalhar a reunião presencial ampliada da CTCS que ocorrerá no início do mês de abril.

Texto e Fotos: Assessoria de Comunicação em Saúde do Conass