“Capacidade de atendimento para Covid-19 precisa ser ampliada”, afirma presidente do Conass

O presidente do Conass, Carlos Lula, afirmou ser preciso ampliar a capacidade de atendimento nas redes de saúde, diante do avanço de casos de Covid-19 no País. “Não há outro caminho. A gente vai ter de ampliar a rede, ao mesmo tempo que medidas de contenção são adotadas”, completou, numa referência à higienização das mãos, uso de máscaras e distanciamento social. As declarações foram feitas durante a reunião da Comissão Intergestores Tripartite (CIT), realizada nesta quinta(28), na sede da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), em Brasília.

Carlos Lula ressaltou também a eficiência da Operação Vida, como foi batizada a ação coordenada para transferência de pacientes infectados por Covid-19 que estavam em Manaus. Diante das dificuldades de atendimento no Estado e com a crise provocada pela falta de suprimento de oxigênio, mais de 350 pacientes foram transferidos para outros 12 Estados do País, numa ação que envolveu Ministério da Saúde, Conass e Conasems. “Não foi uma operação simples”, disse. Carlos Lula afirmou ser necessário continuar os esforços para auxiliar o Amazonas e Estados próximos, que já estão sofrendo também a consequência do aumento de casos da doença.

Durante o evento, a representante da Opas no Brasil, Socorro Gross, também falou sobre a reação desencadeada diante da crise do Amazonas. “O SUS é um.”

Entre os temas abordados durante a reunião com representantes do Ministério da Saúde e do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) estavam a produção e aquisição de vacinas contra Covid-19. Carlos Lula defendeu que todas as vacinas adquiridas sejam destinadas ao Programa Nacional de Imunização. O Ministério da Saúde afirmou ontem, em nota, que não colocaria empecilhos para que grupo de empresários comprassem a vacina de Covid-19, desde que 50% fossem reservados para o SUS. Carlos Lula reforçou a posição manifestada pelo Conass, contrária a essa política: “A gente agradeceria, sim, a compra e doação integral do quantitativo para o PNI. A vacinação é uma estratégia coletiva, não individual”, disse.

Carlos Lula ponderou haver uma metodologia para distribuição das vacinas, norteado por critérios técnicos. “Não se pode sair do grupo de riscos para entrar no grupo dos ricos.” O secretário executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco, afirmou que, mesmo se a aquisição fosse realizada, a lógica para distribuição entre grupos prioritários seria seguida.

O secretário executivo do Conass, Jurandi Frutuoso, observou que o Sistema Único de Saúde tem entre seus princípios a universalidade e a equidade. “O Brasil precisa ser ajudado, mas não se pode romper essa regra. Se as vacinas fossem adquiridas por empresários elas deveriam ser destinadas integralmente para o SUS.”

Carlos Lula questionou o secretário executivo do Ministério da Saúde sobre a estratégia de compras de vacinas, sobretudo do Instituto Butantan. Produtor da vacina Coronavac em parceria com a Sinovac, o laboratório tem possibilidade de produção de 100 milhões de doses neste ano. Num primeiro contrato, foi acordada a aquisição de 46 milhões de doses. Uma segunda compra seria realizada a partir de maio. Lula solicitou informações se a compra, de fato, seria realizada. “É óbvio que continuamos conversas com outros laboratórios. Conseguindo antes, melhor”, respondeu o secretário-executivo do Ministério da Saúde. O presidente do Conass, no entanto, ressaltou a importância da previsibilidade. “Incertezas, neste momento, são muito ruins.”

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