Utilizando como material biológico o sangue seco em papel-filtro, a APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de Campo Grande já realizou, desde novembro de 2002 até outubro deste ano, 10.861.750 exames de Triagem de Pré-Natal em 710.566 gestantes de todas as regiões do Estado. Os procedimentos são feitos com o objetivo de identificar problemas de saúde tanto da mulher quanto do bebê e integram o Programa Estadual de Proteção à Gestante de Mato Grosso do Sul (PEPG/MS).
O custeio do Programa é garantido por meio de uma parceria entre a APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais) de Campo Grande, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) e a secretaria municipal de Saúde da capital. A proposta é propiciar o acesso das gestantes ao pré-natal e reduzir a mortalidade materno-infantil em Mato Grosso do Sul.
“Sou um entusiasta desse Programa, e por isso temos feito, com o aval do governador Reinaldo Azambuja, todos os esforços no sentido de participar desta parceria com a APAE, que em última análise tem como meta melhorar os indicadores de saúde da mulher e da criança em nosso Estado”, salienta o secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende.
Realizando uma média de 3,2 mil triagens por mês, o PEPG/MS cobriu 93,24% do total de gestantes do Estado, desde que teve início, num período de quase 17 anos. “É uma parceria que só traz bons resultados”, salienta o secretário, lembrando que o IPED (Instituto de Pesquisas, Ensino e Diagnósticos), da APAE de Campo Grande é pioneiro na utilização de metodologias eficazes no diagnóstico de doenças durante a triagem pré-natal.
“O mais importante é que com esta parceria, propiciamos acompanhamento médico, nutricional, psicológico e assistência social às gestantes que apresentem resultados alterados além de garantir ações voltadas para o fortalecimento da rede de vigilância em saúde e de atividades de educação continuada para profissionais de Mato Grosso do Sul”, complementa o secretário.
Triagem Pré-Natal
“Os exames de triagem pré-natal são de extrema importância para uma gestação segura, pois por meio deles é possível identificar e reduzir muitos problemas de saúde que podem atingir a mãe e o bebê como doenças, infecções ou disfunções que, detectadas precocemente, possibilitam um tratamento com maior êxito”, afirma Josaine Palmieri, coordenadora geral do IPED – Instituto de Pesquisas, Ensino e Diagnósticos, que é o órgão gestor do Programa na APAE de Campo Grande.
Segundo Josaine, o PEPG é dividido em duas fases: na primeira, é feita a triagem pré-natal, por meio da coleta de algumas gotas de sangue do dedo da gestante, que são colocadas em papel-filtro. Na segunda, a partir de 28 semanas de gestação são repetidos 3 exames (HIV, sífilis e toxoplasmose). Caso esta triagem apresente alguma alteração é solicitada uma recoleta e soro para confirmação diagnóstica, que acontece por meio de exames laboratoriais. Os municípios são responsáveis pelo acompanhamento e tratamento destas gestantes.
“O Programa possibilita diagnosticar as doenças ainda na gestação, prevenindo possíveis complicações e agravos para a mãe e para o bebê, já que as doenças podem ser transmitidas da mãe para o filho durante a gestação. Com apoio do governo do Estado e do Município, por meio de suas secretarias de Saúde, proporcionamos às gestantes de Mato Grosso do Sul um dos programas mais completos do Brasil, garantindo gestação segura e com diagnóstico de qualidade”, avalia Josaine.
A coleta é relativamente simples, por meio de uma picadinha na ponta do dedo da gestante. São colhidas algumas gotas de sangue em um papel filtro especial para a realização dos exames, não trazendo nenhum risco para a mãe e o bebê. O procedimento pode ser realizado diretamente no IPED/APAE ou em qualquer Unidade Básica de Saúde (UBS), na Maternidade Cândido Mariano, Hospital Regional de MS, Santa Casa ou Hospital Universitário da UFMS.
Por: Ricardo Minella, SES/MT