Conass participa do lançamento da Semana Mundial da Amamentação 2025

A Semana Mundial de Aleitamento Materno (SMAM) 2025 destaca a urgência de fortalecer sistemas de apoio robustos e sustentáveis para garantir o direito à amamentação. A campanha ressalta que um ambiente que favoreça o aleitamento beneficia não apenas mães e bebês, mas também contribui para a redução dos impactos ambientais associados à alimentação artificial.

Com o tema centrado na criação de redes de apoio resilientes, a SMAM 2025 conecta diferentes áreas, como profissionais de saúde, gestores, sociedade civil e organismos internacionais, para garantir que mais crianças tenham acesso ao aleitamento exclusivo até os seis meses de vida. Esse compromisso está alinhado às Metas de Nutrição da Assembleia Mundial da Saúde (AMS), que estabelecem o aumento da taxa de amamentação exclusiva para pelo menos 50% até 2025 e para 70% até 2030.

Durante evento realizado hoje (01), em Brasília, o secretário executivo do Conass, Jurandi Frutuoso, destacou que o Brasil possui um potencial singular. “Nenhum outro país do mundo tem estruturas como as nossas. O SUS é nosso. A recente saída do Brasil do mapa da fome também é conquista nossa. Mesmo sendo um país de renda média, temos poder e compromisso para criar políticas públicas sustentáveis que impactam diretamente a vida da população”, falou. 

Frutuoso também lembrou os desafios enfrentados nas primeiras iniciativas de promoção do aleitamento materno. “Foi difícil defender a amamentação e a imunização no início. Enfrentávamos a ganância da indústria e a desinformação, especialmente em regiões menores. Quem deseja amamentar encontra muitas barreiras. E, sem uma rede de apoio, é fácil desistir”, disse ele. 

Ele alertou para a importância de garantir autonomia às mulheres no momento do parto e criticou práticas como a separação precoce entre mãe e bebê, que comprometem políticas públicas efetivas. “Ainda assim, temos conseguido avançar. Os indicadores mostram progresso. Precisamos manter o ânimo e continuar sustentando políticas afirmativas. Os resultados existem e precisam ser reconhecidos”, afirmou. 

A consultora de nutrição da Organização Pan-Americana da Saúde, Luisete Bandeira, reforçou que a construção de uma rede de apoio sólida e qualificada é fundamental para o sucesso da amamentação. “Essa rede envolve pesquisadores, sociedade civil, governo e parceiros, todos comprometidos com a proteção e promoção do aleitamento materno, tanto no Brasil quanto em outros países. É uma rede de excelência, composta por pessoas excepcionais”, comentou. 

Luisete também ressaltou a importância de ambientes de trabalho acolhedores, com licenças maternidade e paternidade adequadas, além de políticas para enfrentar a interferência do marketing agressivo de produtos que substituem o leite materno.

Um dos exemplos destacados foi a atuação da Rede Brasileira de Bancos de Leite em resposta à emergência climática no Rio Grande do Sul. “Em articulação com o Ministério da Saúde, foi possível organizar, de forma rápida e eficaz, a doação de leite materno em quantidade adequada, reforçando o poder de resposta das redes públicas”, ressaltou. 

A chefe de gabinete do Ministério da Saúde, Eliane Cruz, também compartilhou sua trajetória na luta pelo aleitamento materno. “Em 2003, lidávamos com um processo travado sobre esse tema. Hoje, vivemos um momento muito diferente, em que é possível dar voz às mulheres e criar as condições reais para que elas amamentem com apoio, informação e segurança”, falou. 

Ela destacou ainda a importância da política que atenda todas as mulheres. “Que isso se multiplique, que seja uma realidade para todas nós, com percepção, apoio e condições adequadas para amamentar”, finalizou. 

A campanha reforça que a integração é essencial para que o país continue avançando em direção ao desenvolvimento sustentável, com mais saúde, equidade e justiça social.

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Assessoria de Comunicação do Conass