Conass promove Webconferência para debater apoio às ações de comunicação das SES durante a pandemia do novo coronavírus

Professora Valéria Mendonça é coordenadora do Laboratório de Educação, Informação e Comunicação em Saúde (Ecos)

A assessoria de Comunicação em Saúde do Conass, no intuito de apoiar as áreas de Comunicação das Secretarias Estaduais de Saúde (SES) nas ações estratégicas de enfrentamento ao Coronavírus – Covid-19, realizou no dia 21 de abril de 2020 a Webconferência: Planejamento de Comunicação para Transmissão Sustentada do Coronavírus e Colapso do Sistema de Saúde, promovendo a escuta das principais demandas e dificuldades das áreas de Comunicação das SES frente à anormalidade deste momento da pandemia e da análise diária da imprensa, destacando temáticas e ações relacionadas que podem contribuir com a atuação das áreas de comunicações internamente nas SES, junto aos profissionais de saúde, à imprensa e à sociedade.

O objetivo desta ação é pensarmos conjuntamente, de maneira estratégica, a atuação da comunicação nos estados e municípios brasileiros, lembrando que o sucesso dessas ações depende – além do árduo e intenso trabalho que já está sendo realizado pelas equipes de comunicação nas secretarias de saúde de todo país – do compartilhamento de ações e de experiências exitosas ou não, e do embasamento dessas ações.

Ao todo, 12 estados participaram da reunião e contaram como está sendo a atuação da comunicação das secretarias estaduais de saúde no que diz respeito às ações do estado para o enfrentamento da pandemia. Na maioria dos casos, a secretaria de comunicação dos estados estão envolvidas diretamente nessas ações, segundo o relato dos assessores de comunicação das SES. No total, mais de 40 comunicadores participaram da reunião virtual.

No Amapá, a secretária adjunta de comunicação da SES, Ariele Martins, disse estar trabalhando com a emissão de dois boletins diários com a atualização do número de casos confirmados, suspeitos, entre outros e afirmou que também tem comunicado as ações descentralizadas que o governo tem feito como um todo desde aquelas que envolvem a saúde, como também a parte social.

A assessora de comunicação do Amazonas, Roseane Mota, chamou a atenção para a participação da Secom do governo que lidera as estratégias de comunicação com a mídia e observou que a SES tem investido em lives diárias com a secretária de Estado da Saúde e com a presidente da Fundação de Vigilância em Saúde a fim de divulgar ao máximo todas as informações que também são disponibilizadas em todos os outros canais de comunicação da secretaria como facebook, instagram e site.

Já o diretor de comunicação da Secretaria Estadual de Saúde da Bahia, Pablo Barbosa, afirmou que as ações tem sido semelhantes as feitas nos demais estados, e chamou a atenção para a preocupação sobre como fazer uma comunicação no meio de todo o caos que, segundo observou, é inevitável já que a maioria dos estados chegará ao colapso. Para isso, afirmou que a comunicação do estado tem buscado informações sobre como é a comunicação governamental e institucional em outros países.

Enquanto isso, no Ceará, a assessora de comunicação da SES, Fatynha Holanda, ressaltou que o IntegraSUS – plataforma que integra sistemas de monitoramento e gerenciamento epidemiológico, hospitalar, ambulatorial, administrativo, financeiro e de planejamento da SES, tem facilitado o trabalho ao otimizar o tempo de apuração de dados, facilitando assim nas respostas aos questionamentos da imprensa. Além disso, há também um trabalho de pautar a mídia com pautas positivas, com personagens, de forma a humanizar o assunto e não focar apenas na frieza dos números.  A comunicação da SES/CE também tem formulado estratégias que atuem junto ao público da periferia, por meio de carros de som e influenciadores digitais que mais se aproximam desse público. s que falam a linguagem da periferia.

Em Goiás, assim como relatado em outros estados, uma estratégia de comunicação utilizada pela SES tem sido o alinhamento com toda a comunicação do governo. Pedro Henrique Ferreira, assessor de comunicação da SES, ressaltou que a secretaria encontra em outras pastas do governo de Goiás, a partir de suas redes e estratégias, caminhos para divulgar ações de prevenção, isolamento social, reforçando essas questões enquanto a equipe da SES atua na linha de frente com demanda sobre taxas de ocupação e atualização dos dados epidemiológicos.

No estado de Santa Catarina, o assessor de comunicação Fabrício Escandiuzzi, também citou a grande demanda por informações de leitos, internações etc., como uma dificuldade. Scaraduzzi disse que a atualização em tempo real, todas as tardes, ajudou a melhorar o relacionamento e o tempo de atendimento à imprensa, principalmente os veículos nacionais e mencionou ainda a realização de lives diária, com o governador e o secretário de estado da saúde para atender a imprensa.

Em Mato Grosso do Sul, Ana Carolina Lazarini, assessora de comunicação da SES, relatou que aprimorar o boletim epidemiológico diário é o maior desafio para a equipe de comunicação da SES e lançou uma reflexão sobre qual seria a melhor forma de subsidiar a imprensa de maneira que seja viável também para a equipe de comunicação diante de tantas demandas diárias.

A assessora de comunicação da SES/PE, Mariana Cauduro, enfatizou que a comunicação tem uma linha direta com o Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde de Pernambuco, recebendo em tempo real a informações o que permite estruturar um boletim diário, uma vez por dia, para atendimento da imprensa.

No Rio Grande do Sul, o diretor da Assessoria de Comunicação da SES, Marcelo Ermel, destacou o apoio da comunicação do governo do estado nas ações de divulgação das ações realizadas. Ele afirmou que o próprio governador tem feito as lives diárias no facebook, atualizando os dados para a imprensa. Citou também a criação de um página especial sobre o coronavirus onde entra todo material do governo do estado.

A gerente da comunicação da Paraíba, Flaviana Maribondo disse que a SES tem orientado a população a evitar o colapso do sistema, mas demonstrou preocupação no alcance das informações às regiões mais remotas que não têm acesso a televisão e/ou internet. Para isso, a equipe de comunicação da SES/PB tem trabalhado estratégias de utilização do rádio, onde as lives que são feitas semanalmente são transformadas em arquivos de áudio e assim repassadas por aplicativo de mensagens, junto com boletins, releases etc, para as rádios locais. Além disso há também todo envolvimento de bombeiros e policiais militares que alertam a população sobre a importância do isolamento social.

O encontro foi realizado em parceria com o Laboratório de Educação, Informação e Comunicação em Saúde (Ecos), da Universidade de Brasília (UnB), coordenado pela professora Valéria Mendonça, coordenadora do Ecos e professora associada do Departamento de Saúde Coletiva, da Universidade de Brasília (UnB), que moderou a reunião e pontou questões importantes acerca de estratégias e ações de Comunicação em Saúde para contribuir com os estados. “O papel da Universidade de Brasilia em particular do Ecos é estar ao lado de instituições estratégicas e de representatividade nacional, mas também ao lado das pessoas que fazem com que o SUS tenha vida e que são justamente esses grupos de pessoas distribuídas pelo Brasil, auxiliando na consolidação do sistema e no aporte de uma boa comunicação, com ética, com qualidade, transparente e solidária de forma a auxiliar não só a tomada de decisão dos gestores do SUS, mas também aos profissionais de saúde e a toda a população”, disse a professora.

O próximo encontro virtual da CTCS está sendo elaborado com vistas a apoiar com exemplos de ações práticas para o enfrentamento da Covid-19.

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