Em Goiânia, Conass participa de evento que orienta profissionais na elaboração dos planos municipais de saúde


Goiânia – A palavra planejamento tem origem no latim planus, que significa plano. Seu conceito está diretamente associado à criação de estratégias e ações articuladas com o objetivo de alcançar metas definidas.

No contexto da saúde, planejar significa oferecer ao gestor uma ferramenta essencial para promover uma atenção qualificada à população, com melhores resultados e uso eficiente dos recursos — desde que o planejamento esteja fundamentado nas reais necessidades da população no território.

Ciente da importância desse processo, a Secretaria Estadual de Saúde de Goiás realizou, nesta quarta-feira (29), o 1º Workshop da Rede de Planejamento Regional, com técnicos e gestores das Macrorregiões de Saúde Centro-Oeste e Centro-Sudoeste. O evento, que teve como foco apoiar os secretários municipais de saúde e suas equipes na elaboração de seus planos municipais, contou com a participação do Conass.

Representando o Conselho, a assessora técnica Tereza Cristina, conduziu uma reflexão sobre o papel estratégico do planejamento no âmbito do Sistema Único de Saúde. “Pensar que caminhos estamos trilhando e onde queremos chegar, enquanto gestores, é essencial se quisermos entregar à população uma atenção à saúde de qualidade e em tempo oportuno”, afirmou.

Tereza destacou que o planejamento deve ser visto como um instrumento para garantir a execução efetiva das ações e serviços de saúde nos territórios. Enfatizou ainda a importância do fortalecimento da Atenção Primária à Saúde como eixo estruturante das redes e alertou para o risco de um planejamento convencional, com ações improvisadas e desconectadas da realidade. “Esse modelo apenas mantém a fragmentação do sistema. Já um planejamento disruptivo, fundamentado na organização das Redes de Atenção à Saúde (RAS) e focado nas reais necessidades dos usuários, permite a construção do cuidado baseado em valor”, explicou.

“Na saúde não dá para improvisar”, alertou Tereza Cristina

Sobre os planos municipais de saúde, a assessora ressaltou a importância de que estejam articulados com as diretrizes dos planos estadual e regionais, sendo construídos de forma participativa e orientados pela lógica da organização das RAS.

Tereza também apontou desafios enfrentados nesse caminho, como a fragmentação dos processos, a fragilidade na formação técnica dos profissionais, o subfinanciamento, as ingerências políticas locais e os conflitos de interesse.

Ao final de sua fala, a assessora destacou a relevância da iniciativa que aproxima os municípios e fortalece a cooperação interfederativa. “Momentos como este nos permitem pensar juntos em objetivos comuns, e apoiar a construção de planos que sejam exequíveis e capazes de transformar a realidade da saúde local”, concluiu.

Com discussões intensas sobre conceitos, definições e estratégias, os participantes do workshop trabalharam, de forma colaborativa, na construção de Diretrizes, Objetivos, Metas e Indicadores (DOMI), que compõem um plano de saúde, a partir de um exercício com dados reais de um município.

O evento segue nesta quinta-feira (30), com gestores e equipes da macrorregião Centro-Sudoeste do estado.

Assessoria de Comunicação do Conass