Observatório RH: Qual a situação da gestão do trabalho e da educação em saúde no Estado do Mato Grosso do Sul? Ana Lúcia: Estamos vivenciando uma fase interessante. Quando fiz o CIRHUS, em 2008, a proposição para o trabalho de conclusão de curso foi a de implantar uma diretoria geral em gestão do trabalho e educação na saúde na secretaria de Estado, e agora em 2015 foi implantada a Superintendência Geral de Gestão do Trabalho em Educação em Saúde, que, para nós, está se descortinando em uma fase interessante e esperada, pois a gestão do trabalho em saúde e a educação do trabalho em saúde formaram uma superintendência única, e assim estamos numa perspectiva de melhorar a integração nas duas áreas.
Observatório RH: Qual a importância do curso de gestão do trabalho em saúde para o cenário nacional? Ana Lúcia: Este curso de gestão de trabalho atende a expectativa de quem já milita na área há um tempo, tentando aumentar a massa crítica em relação ao trabalho das secretarias municipais de saúde para que deixe de ser um tema, uma abordagem teórica, para se transformar numa execução, na pratica.
Observatório RH: Qual a importância do curso de especialização em gestão do trabalho em saúde para o Mato Grosso do Sul? Ana Lúcia: Por ser um estado relativamente novo, criado em 1974, e instalado na verdade em 1979, e os municípios serem pequenos, mais de 60% dos municípios tem menos de 20 mil habitantes, a estrutura das secretarias municipais de saúde é muito pequena, por isso, a gestão do trabalho acaba sendo centralizada na prefeitura e as secretarias municipais de saúde acabam ficando normativamente vinculadas as secretarias de administração do município e não a secretaria de origem. Por isso, voltamos o curso para os agentes da secretaria municipal, dos hospitais do SUS e da secretaria de Estado. A importância do curso é disseminar a gestão de trabalho para as secretarias municipais de saúde e os hospitais com o sentido de formar uma rede de informações estadual e assim não só fornecer referências aos gestores, mas também ao disseminar o conhecimento sobre o tema, estimular a implantação da gestão de trabalho nas secretarias municipais de saúde.
Observatório RH: Quais os projetos de intervenção você espera que sejam desenvolvidos como resultado do curso? Ana Lúcia: A minha expectativa é que a grande maioria dos trabalhos seja de implantação de uma estrutura de trabalho nas secretarias municipais de saúde, porque as secretarias que tem um sistema de gestão do trabalho e uma estrutura adequada são as dos municípios maiores e também espero que haja o fortalecimento da implantação das mesas de negociação, proposta que já vem sendo trabalhada pela mesa estadual de negociação. Em resumo, vislumbro que sejam de fato trabalhos factíveis e voltados para essas duas direções, a implantação de uma estrutura de gestão e o fortalecimento da Mesa de Negociação.
Texto e fotos extraídos de: Rede ObservaRH (http://www.observatoriorh.ufrn.br)