Força-tarefa oncológica atende 150 pacientes no Instituto Hospital de Base

Objetivo é regularizar fila de espera; Outras 150 pessoas serão atendidas nas próximas semanas

BRASÍLIA (10/3/18) – O Instituto Hospital de Base do Distrito Federal (IHBDF) promoveu, neste sábado (10), a primeira força-tarefa de oncologia da instituição, realizada no ambulatório da unidade, para atender 150 pacientes diagnosticados com câncer. Ao longo das próximas três semanas, a expectativa é que mais 150 pessoas sejam atendidas – em torno de 50 por semana. 

Foto: Mariana Raphael/Saúde-DF

Um deles foi o aposentado José de Alcântara, de 73 anos, que veio de Porto Novo, interior da Bahia, para ser atendido pelo serviço de referência do Instituto. Diagnosticado com câncer de próstata, ele passou por procedimentos cirúrgicos em dezembro de 2016 para tratar a doença, ainda sem a certeza de que estava totalmente curado. A boa notícia só veio no atendimento da força-tarefa do Base, hoje, quando descobriu não ter mais resquício do câncer.

“Viajei a noite toda para ir direto ao Instituto Hospital de Base, e depois dessa notícia, valeu a pena. O atendimento foi ótimo, não tem como ter sido melhor. Vi que eles atendem do primeiro ao último da fila do mesmo jeito maravilhoso”, elogiou o aposentado.

Para o funileiro Cláudio Rosa, de 46 anos, a oportunidade de ser atendido por esse serviço do IHBDF é gratificante. “Significa muito para mim e minha família. Fiquei oito meses esperando para marcar uma cirurgia após o diagnóstico de câncer na língua e pescoço. Com esse atendimento, espero já ser encaminhado”, comentou.

A grande maioria dos pacientes é de primeira consulta, pós-diagnóstico de câncer, direcionados pela Central de Regulação da Secretaria de Saúde do Distrito Federal. Ao todo, são 274 na fila da oncologia, que serão atendidos pelas próximas semanas por uma equipe multiprofissional do Base. Neste sábado, o serviço foi estendido até às 18h.

MARCO – Para o diretor-presidente do Instituto Hospital de Base, Ismael Alexandrino, a força-tarefa é um marco de atuação positiva em relação aos pacientes que aguardam a muito tempo uma consulta na oncologia. Depois da avaliação dos médicos, os pacientes são direcionados ao tratamento, caso necessário.

“Temos a convicção que conseguiremos nos antecipar à evolução da doença. Como essa patologia tende a se tornar mais crescente, porque a população está envelhecendo, precisamos enxugar a fila e reestruturar o atendimento dos pacientes oncológicos, para oferecermos vagas continuadas e mensais, em um quantitativo que não gere mais filas grandes”, destacou o gestor.

A expectativa, segundo Alexandrino, é aumentar a oferta de consultas oncológicas, no Instituto, em abril deste ano. “Já conseguimos em março aumentar de 20 para 90, e nossa meta em abril é aumentar para 180”, informou.

Na unidade de oncologia do IHBDF são realizadas consultas clínica, de radioterapia e cuidados paliativos. O grupo de profissionais envolvidos na força-tarefa é composto por médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, equipe administrativa e voluntários, totalizando aproximadamente 60 pessoas, distribuídas na recepção, acolhimento, orientação e atendimento ao público.

ATENDIMENTO – A iniciativa da força-tarefa partiu de médicos como o chefe de Oncologia do Base, Rodrigo Medeiros. Como a demanda pela especialidade aumentava no instituto, o objetivo era diminuir o número de pacientes que esperavam na fila da Central de Regulação.

“Conseguimos contagiar os profissionais com a ideia desse projeto, de devolver à sociedade esse serviço com o pouquinho do tempo livre que cada um tem. A adesão foi muito boa. Os pacientes estão se sentindo bem acolhidos e os profissionais abraçaram o ato com muito entusiasmo”, afirmou.

Segundo o gerente de Medicina Interna do IHBDF, Júlio César Ferreira, a meta é, além de agilizar o atendimento ao paciente, programar o acompanhamento. “Eles vêm para a oncologia e, se for preciso, recebem orientação do pessoal dos cuidados paliativos, orientação ao tratamento que vão fazer, de nutrição, e de como será o seguimento dele depois disso. Em caso de urgência, podem subir para o pronto-socorro. Por isso é uma força-tarefa, por envolver várias áreas.”

Entre as pessoas que se dispuseram a ajudar estão cerca de 20 voluntários da Rede Feminina de Combate ao Câncer. Para a coordenadora, Vera Lúcia Bezerra, a ajuda prestada aos pacientes é essencial. “Para mim, acordar 5h da manhã, tocar essas pessoas, contribuir de alguma forma na força-tarefa, me dá esperança de que estamos no caminho certo”, finalizou.

Fonte: Ascom SES/DF