

“Estamos lidando com um público adolescente, ansioso, que muitas vezes se alimenta mal por conta da expectativa de competir. Aqui no posto conseguimos monitorar sinais vitais com equipamentos de ponta, estabilizar pacientes com sintomas respiratórios, traumas e outros quadros clínicos, e encaminhar os casos mais graves para o Hospital de Emergências”, explica Diego Gama, coordenador de Atendimento Descentralizado da Sesa.
A unidade da Sesa funciona diariamente das 18h às 6h, com uma equipe formada por médico, enfermeira e técnico de enfermagem, em escala de plantão. Pela manhã, a estrutura conta com fisioterapeutas, psicólogos, nutricionista e médico, garantindo suporte completo para os participantes durante as competições, coordenada pelo Centro de Valorização da Educação (Cveduc), da Seed.
Na quarta noite de atendimento, em apenas meia hora após a abertura da unidade, quatro estudantes procuraram auxílio médico, três deles são do time de futsal de uma escola de Pracuúba, e dois deles com lesões ocorridas durante uma partida da competição.
O jovem Júlio Brasão, do mesmo município, torceu o tornozelo durante uma brincadeira no pátio do Colégio Amapaense. Um atleta de vôlei, de 15 anos, de Santana, escorregou no banheiro e precisou imobilizar o pé. Todos eles foram assistidos no posto fixo de saúde da Sesa.
“Não sei o que seria de nós se não tivesse esse ponto médico para cuidar da gente. O médico disse que fará o possível para eu voltar a jogar”, contou Júlio Brasão.

Mesmo diante dos imprevistos, os atletas destacam o valor da assistência no alojamento. O mesmo ponto de vista e a mesma esperança são compartilhadas por Miguel Ferreira, que se recupera da queda.
“Com a minha queda no banheiro, precisei usar essa tipoia, mas sigo esperançoso de que isso não seja o fim da minha jornada nos Jogos”, disse o estudante.
O médico Clodoaldo Figueiredo, responsável pelo plantão da quarta noite, conta que os atendimentos mais comuns são traumas leves, dores musculares, cefaleia, ansiedade e problemas digestivos causados pela rotina intensa de competições.
“Atendemos desde lesões em jogo até casos de esgotamento físico e emocional. Quando necessário, estabilizamos o paciente aqui mesmo ou fazemos o encaminhamento ao HE. Já houve situação em que uma estudante, com lesão grave no joelho, precisou retornar para sua cidade e abandonar os jogos”, relata o profissional.
Com a instalação do posto de saúde no alojamento, o Governo do Amapá demonstra seu comprometimento com o bem-estar dos estudantes-atletas, oferecendo cuidados que vão além da competição. A estrutura reforça a política de assistência integral, humanizada e preventiva, garantindo que cada jovem que luta por um lugar no pódio também tenha todo o apoio necessário para vencer dentro e fora das quadras.


Por: Júnior Nery/Sesa