Governo Federal autoriza abertura de 39 novos cursos de Medicina

Iniciativa é parte da estratégia do Programa Mais Médicos, que completou um ano esta semana. Pesquisa inédita do Ministério da Saúde aponta que 86% dos usuários consideram que a qualidade do atendimento melhorou após a chegada dos profissionais

O governo federal divulgou nesta quinta-feira (4) os 39 municípios que receberão novos cursos de Medicina como parte da estratégia do Programa Mais Médicos de expansão da formação no país. São cidades em 11 estados, com 70 mil habitantes ou mais e que não tinham curso superior para graduação de médicos. Também foi apresentada pelo Ministério da Saúde a primeira pesquisa de avaliação junto a usuários do Programa. Questões relacionadas ao atendimento foram as que mais evoluíram na opinião dos entrevistados: 86% dizem que a qualidade da assistência melhorou após a chegada dos profissionais do Mais Médicos. Nesta semana, completou um ano que os primeiros começaram a atuar.

Para o ministro da Saúde, Arthur Chioro, “O programa Mais Médicos efetivamente está garantindo mais acesso, qualidade e mais humanização no atendimento. E essa pesquisa confirma que aqueles que usam o Programa Mais Médicos, na periferia de grandes cidades, no interior do país, na Floresta Amazônica, no sertão nordestino, estão muito satisfeitos com o médico”.

Confira a apresentação

“O Mais Médicos prevê que o Brasil passe a ter mais cursos de medicina. O nosso objetivo é ofertar cursos de qualidade, para isso precisamos de planejamento e é o que estamos fazendo com esse edital para novos cursos. Estamos invertendo o processo que era feito antes. Agora, primeiro definimos quais as regiões devem receber para que a estrutura seja preparada para receber o ensino de qualidade”, afirmou o ministro da educação, Henrique Paim.

As oportunidades de formação em Medicina que serão criadas fazem parte das ações estruturantes da saúde. Na seleção das 39 cidades, o Ministério da Educação levou em conta a necessidade social do curso, a estrutura da rede de saúde para realização das atividades práticas e a capacidade para abertura de programa de residência médica. Os municípios que passaram pela avaliação de uma comissão de especialistas estão em regiões metropolitanas e no interior, e nenhum deles é capital. Outros sete municípios terão prazo de seis meses para fazerem as adequações recomendadas na rede pública de saúde para habilitação dos novos cursos.

As instituições de ensino superior que assumirem a responsabilidade de abrir os cursos devem realizar investimentos na rede de saúde – os valores aplicados são, inclusive, critério para a seleção das IES –, além de implantar programa de residência médica de modo a garantir a especialização dos profissionais após o término da graduação.

Atualmente, o Brasil conta com 21.674 vagas autorizadas para cursos de Medicina. Deste total, 11.269 estão no interior e 10.045 em capitais. Essa distribuição já é resultado do processo de interiorização do ensino superior adotado pelo governo federal. Até 2012, predominava a oferta de vagas nas capitais, que tinham 8.911, enquanto no interior havia 8.772 vagas disponíveis.

PESQUISA – A pesquisa de opinião apresentada pelo Ministério da Saúde traz as primeiras avaliações da população sobre o desempenho dos profissionais que atuam pelo Programa Mais Médicos, dentro do eixo voltado ao provimento imediato de médicos. A pesquisa foi feita pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) em parceria com o Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe). Foram realizadas cerca de 4 mil entrevistas em 200 municípios de todos os estados do país que contavam com médicos do Programa, no período de 4 de junho a 6 de julho de 2014.

Quase a totalidade dos entrevistados (95%) disse estar satisfeita com a atuação dos médicos e deu notas acima de 8 à atuação dos profissionais. Os itens que mais evoluíram na opinião dos usuários se referem às questões diretamente relacionadas ao atendimento dos pacientes pelos médicos. Para 86% da população ouvida, a qualidade do atendimento melhorou muito após a chegada dos profissionais.

Um total de 84% dos entrevistados apontou estar satisfeito em relação à duração da consulta médica. Para 83%, houve melhoria nos esclarecimentos sobre problemas de saúde e 80% revelaram satisfação em relação ao acompanhamento sendo feito sempre pelo mesmo profissional. Os usuários ressaltaram que durante o atendimento também tiveram informações sobre prevenção e ações para melhorar a saúde: 67% das pessoas ouvidas receberam recomendações sobre alimentação e 56% tiveram orientações sobre práticas de atividades físicas.

A população ouvida também destacou, em pergunta espontânea, os pontos fortes do Programa: a ampliação do atendimento e o aumento no número de consultas (58%), a presença dos médicos todos os dias nas unidades básicas (33%) e médicos atenciosos com os pacientes (37%). A pesquisa abordou ainda a conduta do médico do Programa, sendo que 96% dos usuários concordaram que os profissionais são competentes e 90% aprovaram a forma como foram tratados durante o atendimento. 

A pesquisa revelou que 74% dos entrevistados acreditam que o Mais Médicos está melhor do que o esperado, contra 19% que acham que está como se esperava e 2% consideram que o Programa está pior do que o objetivo traçado.

BALANÇO – O eixo de provimento do Programa Mais Médicos atendeu 100% da demanda apontada pelas prefeituras, disponibilizando 14.462 profissionais para 3.785 municípios e para os 34 distritos indígenas, expandindo o atendimento em saúde para 50 milhões de brasileiros.

No eixo de infraestrutura, o governo federal está investindo na expansão da rede de saúde. São R$ 5,6 bilhões para o financiamento de construções, ampliações e reformas de Unidades Básicas de Saúde (UBS) e R$ 1,9 bilhão para construções e ampliações de Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). Das 26 mil UBS que tiveram recursos aprovados para construção ou melhoria, 20,6 mil (79,2%) estão em obras ou já foram concluídas. Em relação às UPAs, 363 já foram concluídas de um total de 943 propostas aprovadas.

Já as medidas relativas à expansão e reestruturação da formação médica no país, que compõem o terceiro eixo do programa, preveem a criação, até 2017, de 11,5 mil novas vagas de graduação em medicina e 12,4 mil de residência médica, com o foco na valorização da Atenção Básica e outras áreas prioritárias para o SUS. Em relação à residência, um total de 2.822 novas vagas já foram criadas. 

A abertura de novos cursos e vagas de graduação leva em conta a necessidade da população e a infraestrutura dos serviços – com isso, mais faculdades surgirão em localidades com escassez de profissionais, como no Nordeste e no Norte do país, e em cidades do interior de todas as regiões brasileiras.

Lista de municípios aptos

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Foto: Rondon Vellozo/MS

Por Newton Palma e Priscila Costa, da Agência Saúde
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