Há mais de 22 mil hipertensos em RR

Rebeca Alencar- SES/RR

Há 22.156 hipertensos em Roraima. A situação é preocupante. No estado, há subnotificações. No ano passado, 60% dos municípios, por algum motivo, deixaram de alimentar o sistema. Além disso, quem recebeu o diagnóstico em clínicas particulares não foi incluso. Os dados são do Sistema de Cadastro e Acompanhamento de Hipertensos e Diabetes do Ministério da Saúde (MS).

A hipertensão é silenciosa. A maioria das pessoas descobre a doença em estágio avançado, quando surgem os primeiros sintomas. Por isso, acredita-se que apenas 50% dos hipertensos sabem que têm a doença. Desses, de acordo com a médica Paula Cristina Moreira, 25% são acompanhados pelo médico e apenas 12% faz o tratamento de forma correta. “Esses 12% terão mais chances de não morrer devido à hipertensão”, afirma.

A má alimentação é uma das principais causas para o desencadeamento da doença. Segundo Cristina, reduzir a quantidade de sal dos alimentos é uma medida de prevenção importante. O sal eleva a pressão, por isso é considerado um fator de risco. Para pessoas saudáveis, a recomendação é que o consumo não ultrapasse a seis miligramas por dia; aos hipertensos, dois miligramas.

Atenção redobrada aos produtos industrializados. As bactérias encontram na água um ótimo ambiente para se proliferarem. O sal retém água, por isso as indústrias o adicionam nos alimentos para mantê-los conservados. Além da data de validade dos produtos, o consumidor deve verificar a quantidade de sódio no alimento.

Outra preocupação é com as crianças. Essa geração é estimulada a adotar hábitos nada saudáveis. A garotada tem substituído o arroz e o feijão pelos sanduíches e batatas fritas; as frutas pelos refrigerantes, sorvetes e chocolates. Nesse caso, as implicações se refletem na saúde com o aumento de inúmeras doenças, entre elas, diabetes e hipertensão. Em Roraima, só no ano passado, houve 211 pessoas diagnosticadas com diabetes na rede pública de saúde. Todos eles vieram com um agravante, o da hipertensão.

A médica relata que conscientizar a população sobre a importância do tratamento é outro desafio. Nos primeiros sinais de melhora, os pacientes costumam suspender o tratamento e deixar a dieta de lado. Outros não seguem as recomendações médicas ou apresentam resistência em substituir remédios.

PRÉ-NATAL

Algumas mulheres ainda desconhecem a importância de se fazer um acompanhamento médico durante a gestação. Esta medida é de grande relevância para evitar que o bebê seja um futuro hipertenso. No período gestacional, a mulher necessita de uma rica nutrição. Além disto, é recomendado o uso de vitaminas como acido fólico e sulfato ferroso. Seguindo estas orientações será possível minimizar o risco de uma desnutrição intra-últero que por sua vez é um forte agravante para se adquirir a hipertensão.

Para evitar que uma criança desnutrida desenvolva a hipertensão, é preciso que ela seja monitorada ao longo da vida. Resolver o problema da desnutrição não será suficiente para evitar os riscos de desenvolver a hipertensão. Segundo a médica, a reeducação alimentar rica em nutrientes e hábitos saudáveis será essencial para diminuir tais riscos. Apenas através do pré-natal será possível fazer um diagnóstico antecipado e consequentemente um tratamento eficaz.

Dados do MS apontam que mais de 30 milhões de brasileiros sofrem de hipertensão. Além da desnutrição, aspectos genéticos, cardíacos, renais, circulatórios, emocionais, obesidade, idade, abuso do uso de álcool, tabagismo, sedentarismo e diabetes são apontados como fatores de risco para o desenvolvimento do problema.

AÇÃO

A Sesau e o Município de Boa Vista se unem numa ação que visa alertar à população dos perigos causados por uma doença conhecida de “inimiga silenciosa”, pois nenhum sintoma é apresentado no início da doença. A ação que visa lembrar o Dia Nacional de Prevenção e Combate a Hipertensão Arterial, comemorado no dia 26, pretende levar vários serviços e esclarecer sobre os agravos da doença à comunidade em geral.

O evento acontecerá no sábado, dia 27, na Igreja Adventista do 7° Dia, localizada à rua  Aldemar Bantim, 1622, no Sílvio Botelho. O evento conta também com o apoio da Atenção Básica do Estado, a Igreja Adventista do 7° Dia, Ceterr, Sest/Senat.

Os participantes poderão aferir a Pressão Arterial (PA), calcular o Índice Massa Corporal (IMC), consultas médicas, teste de glicemia, vacinação e palestras sobre hipertensão. O Núcleo de Controle de Doenças Não Transmissíveis (NCDANT), também vai trabalhar a parte educativa do evento, com distribuição de panfletos e folders. A palestra sobre hipertensão na terceira idade será proferida pela geriátrica Paula Cristina, às 15h30.

ASCOM SESAU
(95) 2121-0507
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