Hospitais de excelência apresentam ao Conass resultados e impactos do projeto de Telessaúde na Atenção Primária

Reunião entre assessoria técnica do Conass e representantes dos hospitais de excelência do Proadi-SUS


A importância da telemedicina não apenas como oferta de tecnologia em saúde, mas como uma possibilidade de fortalecimento do papel da atenção primária à saúde, foi traduzida em números, nesta quarta-feira (30), durante reunião da assessoria técnica do Conass com representantes dos hospitais de excelência que desenvolvem, nas Regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste, por meio do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS), do Ministério da Saúde e apoio do Conass, o projeto de A
ssistência médica especializada por meio de telessaúde.
Os dados apresentados pelos seis hospitais mostram as entregas feitas e refletem a grandeza do projeto: mais de 90% de encaminhamentos para a atenção secundária foram evitados nos territórios em que o projeto é desenvolvido. 

O fato corrobora o entendimento do Conass da necessidade de olhar para o tema sob a lógica da Planificação da Atenção à Saúde, como disse a assessora técnica do Conass, Luciana Tolêdo. “Esta iniciativa começou na Região Norte, mas aperfeiçoamos este olhar e entendemos que era necessário ir além da oferta de consultas especializadas. Era preciso fortalecer a atenção primária por meio das teleinterconsultas, com o envolvimento de médicos especialistas, das equipes de saúde da família e do próprio usuário do Sistema Único de Saúde (SUS), assim como na planificação, explicou”.

As entregas apresentadas apontaram ainda para outros ganhos, entre eles, a redução no tempo de espera, a qualificação da assistência, destacaram potencialidade para a educação permanente e formação profissional, mas expuseram também desafios relevantes, como o baixo envolvimento da gestão municipal, a dificuldade do acesso à regulação das filas, muitas vezes pela falta de integração dos sistemas, e a alta rotatividade dos profissionais de saúde.

Desafios estes que preocuparam o secretário executivo do Conass, Jurandi Frutuoso. “Esta baixa interação do projeto com a gestão muitas vezes acontece pelo desconhecimento do que é o projeto ofertado e pela alta rotatividade à qual ela  é submetida. Isso precisa ser enfrentado”, alertou.

Ele, no entanto, se disse surpreso com os números relativos à taxa de adesão da população que, segundo os hospitais, gira em torno de 28%. “Quando iniciamos este projeto, fiquei temeroso porque ele implica em uma mudança cultural tanto para o profissional, quanto para a população como um todo. Esse percentual me surpreendeu positivamente e acredito que o processo tem evoluído de maneira rápida”, enfatizou.

Para René Santos, coordenador de desenvolvimento institucional do Conass, os problemas relatados, apesar de muitos deles dependerem de fatores externos e não apenas da atuação dos hospitais, precisam ser avaliados para que o projeto melhore mais ainda o seu desempenho no decorrer da execução. 

Outro ponto que surpreendeu a assessoria técnica do Conass foi o estudo sobre o impacto de um centro de telemedicina na redução da emissão de carbono. A pesquisa analisou mais de 25 mil teleinterconsultas nas diferentes especialidades médicas, entre agosto de 2022 e dezembro de 2023, em 360 municípios dos estados de Alagoas, Maranhão e Piauí. Foram evitadas a emissão de cerca de mais de 4 mil quilos de CO2, o equivalente ao consumo de 483.280,61 galões de gasolina, com economia estimada em mais de oito mil reais.

A grandeza dos números impressionou o secretário executivo do Conass, Jurandi Frutuoso, que concluiu enfatizando a necessidade de se publicizar estes resultados. “O Brasil precisa conhecer os impactos que este projeto tem trazido à população”.

Os hospitais de excelência que fazem parte do Proadi-SUS são: Hospital Alemão Oswaldo Cruz, BP – Beneficência Portuguesa, Hcor, Hospital Israelita Albert Einstein, Hospital Moinhos de Vento e Hospital Sírio-Libanês.

Assessoria de Comunicação do Conass