Indígenas recebem sistema de abastecimento de água no Amazonas

A Superintendência Estadual da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) no Amazonas (Suest/AM), vinculada ao Ministério da Saúde, inaugurou o Sistema de Abastecimento de Água da aldeia Filadélfia – localizada no município de Benjamin Constant, situado a 1.200 quilômetros da capital Manaus – o qual fornecerá água de boa qualidade para 3.500 indígenas.

O sistema, entregue em 28 de setembro, é capaz de tratar 50 mil litros de água por hora e atenderá cinco aldeias: Filadélfia, Porto Cordeirinho, Bom Caminho, Santo Antônio e Santa Rita, compostas em sua maioria pelo povo Tikuna, etnia predominante na região do Alto Solimões, extremo oeste do Amazonas e fronteira com o Peru.

Antes, a comunidade utilizava água da chuva, de cacimbas — poço escavado artesanalmente —, de igarapés ou diretamente do rio Solimões, que circunda a região. Os moradores da aldeia Filadélfia comemoraram a inauguração da obra. O professor Mário Félix — mais conhecido como Mário Tikuna —, relatou que era muito difícil o acesso à água, principalmente para as mulheres fazerem as tarefas de casa. Além disso, o índice de doenças era muito alto: “A água que usamos é totalmente poluída. Apesar de tudo, usamos a mesma água para fazer comida, lavar roupa, utensílios. Acredito que a questão da saúde vai melhorar, beneficiando todas as aldeias”.

A inauguração foi conduzida pelo cacique Odácio Bastos e contou com a participação do diretor do Departamento de Administração da Funasa (Deadm), Marcos Muffareg; do chefe de Gabinete da Presidência da Funasa, Geraldo Melo; do superintendente estadual da Funasa no Amazonas, Rômulo Cruz; do chefe da Divisão de Engenharia de Saúde Pública (Diesp/AM), Paulo Machado; e do engenheiro Rainier Azevedo. Também estiveram presentes representantes das demais aldeias beneficiadas e da Secretaria Especial de Atenção à Saúde Indígena (Sesai).

O sistema de abastecimento consta de captação superficial direta do rio Solimões, rede adutora, Estação de Tratamento de Água de 50m3/h, estação de recalque, reservatórios elevado e apoiado – com capacidade de armazenar 300 mil litros – e mais de nove mil metros de rede que distribuem água de boa qualidade para consumo humano.

Marcos Muffareg ressaltou que as comunidades indígenas se aglomeram em locais ou regiões onde existe água — como o rio Solimões —, mas que este não é mais tão limpo, como antigamente. “Há cidades próximas que acabam jogando efluentes no rio e poluindo-o. A água é o principal veículo de saúde e construir uma obra dessas beneficiará a população que terá água de qualidade e menos riscos de doenças” explicou Muffareg.

Fonte: Funasa

Foto: Thiago Santos / Funasa