
A publicação está disponível de graça, na plataforma Porto Livre e no repositório Arca. Seu lançamento será nesta quinta (7), às 10h, em evento online da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia. Na ocasião, as contadoras de histórias do Museu da Vida vão narrar algumas das trajetórias reunidas no livro. Para participar, basta clicar aqui.
Incentivo à curiosidade
Histórias para inspirar futuras cientistas lança luz a pesquisadoras como a pernambucana Alzira de Almeida, que atua há cinco décadas no controle da peste no Brasil. Já a paulistana Bertha Lutz participou da descrição de mais de 80 espécies de anfíbios. Carioca, Christina Morais desenvolveu testes melhores e mais baratos para detectar a presença de pesticidas em alimentos. Maria Deane, que nasceu em Belém do Pará no começo do século 20, foi pioneira na pesquisa de doenças que afetavam e ainda afetam os brasileiros mais pobres. Miriam Tendler lidera o grupo que, no campus Fiocruz, desenvolveu a primeira vacina brasileira para a esquistossomose. E estes são só alguns exemplos. Além dos textos narrando a carreira e curiosidades sobre as 13 cientistas, o livro conta com ilustrações de Flávia Borges.
“Mais do que nunca, é preciso mostrar como a ciência é fundamental para transformar o mundo. E, também, o papel das mulheres na produção científica. Nosso objetivo, com esse livro, é instigar a curiosidade de meninas e meninos. Incentivando o interesse não apenas pela ciência em si, mas pela história de mulheres que têm lutado em defesa da vida”, descreve a jornalista Juliana Krapp, uma das autoras.
A bióloga Mel Bonfim, também autora da obra, acrescenta que narrar a trajetória dessas cientistas é, também, uma forma de divulgação científica. “E dar acesso ao conhecimento científico de forma lúdica é algo essencial à formação de cidadãos mais conscientes e críticos.”
Virando a ciência de ponta-cabeça
Nos últimos anos, a Fiocruz vem promovendo inúmeras atividades que buscam a promoção da equidade de gênero na Ciência. Como lembra a também cientista Cristina Araripe, coordenadora de Divulgação Científica da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no prefácio: “Entre as muitas conquistas mais recentes, tivemos a criação do Comitê de Pro-Equidade de Gênero e Raça, em 2009, e a eleição da socióloga Nísia Trindade Lima para presidir a instituição, em 2017. Como primeira mulher a ocupar o cargo de dirigente principal da instituição, a Professora Nísia vem também se destacando ao lado de muitas colegas, incluídas ou não nesse trabalho, como uma das cientistas que mais contribuiu para que o nosso país possa ser, definitivamente, visto como um lugar de mulheres que fazem a ciência de ponta no mundo. É assim que ela e diversas colegas apresentadas neste livro estão virando de ponta-cabeça (upside down) a ciência que é feita na Fiocruz.”
Histórias para inspirar futuras cientistas nasceu por meio de uma parceria entre o Instituto de Comunicação e Informação em Saúde (Icict) e a Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC), ambos da Fiocruz. O livro teve recursos do projeto Fiocruz 120 anos, e contou com consultoria da Editora Rebuliço.