Livro infanto-juvenil narra a trajetória de mulheres que deram grandes contribuições à ciência

Embora a participação das mulheres na ciência venha crescendo nos últimos anos, os homens ainda são maioria no topo da carreira científica. Mas, apesar dos obstáculos, há pesquisadoras que vêm mudando esse quadro. Histórias para inspirar futuras cientistas (Edições Livres/Fiocruz) narra a trajetória de 13 mulheres que deram contribuições extraordinárias à ciência brasileira. Escrito para crianças e adolescentes, o livro traça perfis de brasileiras que não apenas fizeram grandes descobertas, mas que também têm buscado a ciência como forma de combater as desigualdades no país.

A publicação está disponível de graça, na plataforma Porto Livre e no repositório Arca. Seu lançamento será nesta quinta (7), às 10h, em evento online da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia. Na ocasião, as contadoras de histórias do Museu da Vida vão narrar algumas das trajetórias reunidas no livro. Para participar, basta clicar aqui.

Incentivo à curiosidade

Histórias para inspirar futuras cientistas lança luz a pesquisadoras como a pernambucana Alzira de Almeida, que atua há cinco décadas no controle da peste no Brasil. Já a paulistana Bertha Lutz participou da descrição de mais de 80 espécies de anfíbios. Carioca, Christina Morais desenvolveu testes melhores e mais baratos para detectar a presença de pesticidas em alimentos. Maria Deane, que nasceu em Belém do Pará no começo do século 20, foi pioneira na pesquisa de doenças que afetavam e ainda afetam os brasileiros mais pobres. Miriam Tendler lidera o grupo que, no campus Fiocruz, desenvolveu a primeira vacina brasileira para a esquistossomose. E estes são só alguns exemplos. Além dos textos narrando a carreira e curiosidades sobre as 13 cientistas, o livro conta com ilustrações de Flávia Borges.

“Mais do que nunca, é preciso mostrar como a ciência é fundamental para transformar o mundo. E, também, o papel das mulheres na produção científica. Nosso objetivo, com esse livro, é instigar a curiosidade de meninas e meninos. Incentivando o interesse não apenas pela ciência em si, mas pela história de mulheres que têm lutado em defesa da vida”, descreve a jornalista Juliana Krapp, uma das autoras.

A bióloga Mel Bonfim, também autora da obra, acrescenta que narrar a trajetória dessas cientistas é, também, uma forma de divulgação científica. “E dar acesso ao conhecimento científico de forma lúdica é algo essencial à formação de cidadãos mais conscientes e críticos.”

Virando a ciência de ponta-cabeça

Nos últimos anos, a Fiocruz vem promovendo inúmeras atividades que buscam a promoção da equidade de gênero na Ciência. Como lembra a também cientista Cristina Araripe, coordenadora de Divulgação Científica da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no prefácio: “Entre as muitas conquistas mais recentes, tivemos a criação do Comitê de Pro-Equidade de Gênero e Raça, em 2009, e a eleição da socióloga Nísia Trindade Lima para presidir a instituição, em 2017. Como primeira mulher a ocupar o cargo de dirigente principal da instituição, a Professora Nísia vem também se destacando ao lado de muitas colegas, incluídas ou não nesse trabalho, como uma das cientistas que mais contribuiu para que o nosso país possa ser, definitivamente, visto como um lugar de mulheres que fazem a ciência de ponta no mundo. É assim que ela e diversas colegas apresentadas neste livro estão virando de ponta-cabeça (upside down) a ciência que é feita na Fiocruz.”

Histórias para inspirar futuras cientistas nasceu por meio de uma parceria entre o Instituto de Comunicação e Informação em Saúde (Icict) e a Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC), ambos da Fiocruz. O livro teve recursos do projeto Fiocruz 120 anos, e contou com consultoria da Editora Rebuliço.

 

Assessoria de Comunicação do Icict