Ministério da Saúde adquire 20 milhões de camisinhas femininas

Distribuição dos preservativos será definida em conjunto com as secretarias estaduais de saúde, levando-se em consideração critérios como a vulnerabilidade das mulheres às doenças sexualmente transmissíveis, aids e hepatites virais.

O Ministério da Saúde começa a distribuir, a partir de maio desde ano, o primeiro lote dos 20 milhões de preservativos femininos adquiridos e que serão entregues ao longo de 2012. As camisinhas foram adquiridas pelo Ministério por R$ 27,3 milhões, com preço unitário de R$ 1,36. É a primeira aquisição do governo brasileiro de preservativos femininos de terceira geração, fabricados com borracha nitrílica.

“A distribuição de preservativo feminino faz parte da política brasileira de ampliar as opções de proteção das mulheres em relação aos riscos de infecção por HIV, outras infecções sexualmente transmissíveis e pelo vírus da hepatite”, destaca o secretário de vigilância em saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa. Para o secretário, a camisinha feminina é mais uma das estratégias de prevenção que leva em conta aspectos de gênero, sexo e vulnerabilidades. O diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério, Dirceu Greco, explica que cabe às secretarias de saúde dos estados a definição do plano de necessidades para a distribuição destes preservativos.   

Juntamente com a distribuição dos novos preservativos, o Ministério da Saúde, além de assegurar sua oferta, irá realizar diversas atividades para discutir com a sociedade civil e com os profissionais de saúde as estratégias de promoção do uso adequado da camisinha feminina.

PÚBLICO – Prioritariamente, as camisinhas femininas serão distribuídas a populações definidas de acordo com critérios de vulnerabilidade, situações de maior vulnerabilidade que incluem profissionais do sexo e mulheres em situações de violência doméstica e/ou sexual, pessoas vivendo e convivendo com HIV/aids, usuárias de drogas e seus parceiros. No mesmo critério estão ainda as mulheres com DST, as de baixa renda e usuárias do serviço de atenção à saúde da mulher que tenham dificuldade de negociar o uso do preservativo masculino com o parceiro.

HISTÓRIA – O preservativo feminino chegou ao mercado brasileiro em 1997, quando a Anvisa aprovou a comercialização do produto no país. Desde então, o Ministério da Saúde já adquiriu e distribuiu cerca de 16 milhões de preservativos para os 26 estados e o Distrito Federal. A nova compra realizada pelo Ministério representa 25% a mais do que a quantidade já distribuída no país.

A Pesquisa de Conhecimentos, Atitudes e Práticas da População Brasileira (PCAP), realizada em 2008, mostrou que cerca de 90% das mulheres sexualmente ativas conhecem ou pelo menos já ouviram falar da camisinha feminina.

MASCULINOS – O Brasil distribuiu, no ano passado, 493 milhões de camisinhas masculinas. A distribuição foi 45% maior do que em 2010, quando 333 milhões de unidades foram enviadas às secretarias estaduais de Saúde e aos 499 municípios da Programação Anual de Metas (PAM), que concentram 90% dos casos de aids registrados no país.

Por Nivaldo Coelho, da Agência Saúde – Ascom/MS