O ministro da Saúde, Arthur Chioro, lançou nesta quinta-feira (07) em Brasília, a Campanha Nacional de Aleitamento Materno 2014. O evento integra a 22º Semana Mundial de Amamentação, que é comemorada em mais de 175 países. O tema da campanha este ano é “Amamentação. Um ganho para a vida toda”, e tem como madrinha a atriz Nívea Stelmann, mãe da pequena Bruna, de quatro meses, que mama exclusivamente no peito, e do Miguel, de nove anos, que mamou por quase dois anos, tempo recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e Ministério da Saúde.
Estudos mostram que o leite materno é capaz de reduzir em 13% as mortes por causas evitáveis em crianças menores de cinco anos. Mais do que é evitado pela vacinação ou pelo saneamento básico, segundo a OMS. Em 2008, 41% das mães brasileiras amamentavam exclusivamente nos primeiros seis meses de vida do bebê. Atualmente, o Ministério da Saúde trabalha na elaboração de novo estudo e, observando a tendência de crescimento, estima um aumento, nos últimos seis anos, de 10,2% no número de crianças sendo amamentadas exclusivamente até seis meses.
O ministro da Saúde, Athur Chioro, ressaltou a importância do envolvimento de toda a sociedade, inclusive das empresas, para garantir o aleitamento materno exclusivo até os seis meses. “Essa campanha é importante porque precisamos do envolvimento de todos. Para estimular a amamentação até os seis primeiros meses, estamos apoiando a criação de Salas de Apoio à Amamentação em empresas de todo o país, capacitando os profissionais que atuam como referência”, disse o ministro. Ele destacou ainda o esforço do Ministério da Saúde para fazer com que a cultura do aleitamento esteja presente em todas as camadas da sociedade. “Além da campanha, realizamos ações e orientamos as mães permanentemente por meio das Unidades Básicas de Saúde (UBS), da estratégia Saúde da Família e toda a Rede de Atenção do SUS”.
A atriz Nívea Stelmann falou da emoção de ter sido escolhida como madrinha da nova campanha de amamentação. “Fiquei muito emocionada quand
o fui convidada porque acredito realmente na importância da amamentação. Vejo a diferença na vida da Bruna e do Miguel, que irá completar 10 anos e, em todo esse tempo, teve pouquíssimos problemas de saúde. Consegui amamentá-lo até os dois anos”, disse Nívea Stelmann.
Ministro Arthur Chioro cercado pelas mães e bebês que compareceram ao lançamento da campanha Fotos Rondon VellozoA campanha, produzida pelo Ministério da Saúde, tem como objetivo incentivar às mães brasileiras a amamentar até os dois anos ou mais e de forma exclusiva até o sexto mês de vida do bebê. O leite materno tem tudo o que a criança precisa até os seis meses, inclusive água, e protege de doenças como diarreia, infecções respiratórias e alergias, além possibilitar o fortalecimento dos vínculos entre a mãe e o bebê.
O coordenador da área Saúde da Criança, do Ministério da Saúde, Paulo Vicente Bonilha, destacou que “a amamentação auxiliou o Brasil a atingir o objetivo do milênio de redução da mortalidade na infância, antes do tempo previsto, alcançando o reconhecimento da Organização Mundial de Saúde (OMS)”.
A Semana Mundial de Amamentação é uma estratégia idealizada pela Aliança Mundial para Ação em Aleitamento Materno (Waba, sigla em inglês) e ocorre em cerca de 175 países. Este ano, o tema global é aumentar a proteção, a promoção e o apoio ao aleitamento materno diante da contagem regressiva para os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU). O Brasil alcançou em 2012 a meta do ODM 4, de redução da mortalidade na infância (menores que 5 anos), três anos antes do prazo estabelecido (2015) e com um dos melhores resultados do mundo, diminuição de 77%.
REDE CEGONHA – O governo federal lançou, em 2011, a estratégia Rede Cegonha, que tem como uma das principais metas reduzir morte materna e neonatal, incentivar o parto normal humanizado e intensificar a assistência integral à saúde de mulheres e crianças, desde o planejamento reprodutivo, passando pela confirmação da gravidez, pré-natal, parto, pós-parto, até o segundo ano de vida do filho. Atualmente, a Rede Cegonha está presente em mais de 5 mil municípios de todos os estados do país, e atende a 2,6 milhões de gestantes. Desde o lançamento da Rede, já foram investidos mais de R$ 3,3 bilhões para o desenvolvimento de ações em todo o país.
A Rede Cegonha fortalece a Política Nacional de Aleitamento Materno, do Ministério da Saúde, que contempla um conjunto de estratégias voltadas para a saúde da mãe e do bebê. Uma delas é a Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil, que capacita profissionais de saúde da Atenção Básica para o aconselhamento e orientação em amamentação e alimentação complementar saudável. Até junho deste ano, 1.700 tutores foram formados na estratégia. Há ainda o Método Canguru, que é uma intervenção de baixo custo e que carrega ganhos duradouros para as crianças e as famílias, entre outras estratégias. Desde 2013, R$ 8,5 milhões já foram investidos em ações que incentivam a amamentação no Brasil.
BANCOS DE LEITE – Os bancos de leite figuram entre as principais iniciativas do Ministério da Saúde para a redução da mortalidade infantil, inseridos na estratégia da Rede Cegonha. Cada litro de leite pode atender até 10 recém-nascidos internados por alimentação, dependendo da necessidade. Toda mulher que amamenta pode doar leite materno para atender a demanda de bebês prematuros e de baixo peso. O Brasil conta com 213 Bancos de Leite e 141 Postos de Coleta. Desta forma, o país possui a maior Rede de Bancos de Leite do mundo. Desde 2011, o Ministério da Saúde repassou R$ 1,5 milhão para custeio desses serviços, beneficiando 4,7 milhões de mulheres, que receberam algum tipo de assistência.
Fonte: Agência Saúde
Foto: Rondon Vellozo/MS