No 37º Encontro Latinoamericano de Agricultura Biodinâmica, a Referência Técnica Distrital em Fitoterapia, Marcos Trajano, contou sobre o trabalho da Rede dos Hortos Agroflorestais Medicinais Biodinâmicos do SUS (RHAMB)

Secretaria de Saúde do DF levou experiência exitosa com hortos agroflorestais medicinais à encontro na Argentina. RTD em Fitoterapia, Marcos Trajano apresentou a iniciativa: “Nossa tecnologia inovadora que envolve a saúde com a educação, a agricultura e o meio ambiente foi absolutamente um sucesso”. Foto: Arquivo Pessoal

O governo do Distrito Federal (GDF), por meio da Secretaria de Saúde (SES-DF), participou, no fim de setembro, do 37º Encontro Latinoamericano de Agricultura Biodinâmica, em San Miguel, na Argentina. Representando a pasta, a Referência Técnica Distrital (RTD) em Fitoterapia, Marcos Trajano, apresentou os Hortos Agroflorestais Medicinais Biodinâmicos (HAMB), vistos como exemplos de sustentabilidade na produção e de conservação de espécies medicinais nativas, capazes de aproximar a população dos serviços de saúde.

A pasta foi a única instituição pública a ter um espaço no evento, presente em duas oficinas: a primeira foi sobre a associação da agricultura biodinâmica e a medicina Antroposófica, apresentada pelo médico Paulo Tavares da Associação Brasileira de Medicina Antroposófica (Abma Centro-Oeste); e a segunda, acerca da RHAMBa como inovação tecnológica na saúde, educação e agricultura.

Também estiveram no encontro a médica veterinária e pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Brasília, Ximena Moreno, além de membros da Associação Brasileira da Agricultura Biodinâmica (ABD) – instituições parceiras que têm desenvolvido processos tecnológicos, expandindo-os à discussão internacional.

“Foram mais de 200 participantes de toda a América Latina. Nossa tecnologia inovadora que envolve a saúde com a educação, agricultura e meio ambiente, foi absolutamente um sucesso. Isso significa que nosso trabalho está sendo reconhecido tanto nacional quanto internacionalmente”, comemorou Trajano, que também foi convidado para representar a SES-DF e participar do Congresso Brasileiro de Agroecologia, que ocorrerá no final de novembro.

A participação no encontro, além de promover a atuação da SES-DF, fortalece, segundo o médico, a governança do GDF e aproxima parcerias privadas. O especialista reforçou ainda que projetos como os dos hortos agroflorestais promovem autorresponsabilização com a saúde e sustentabilidade na execução de serviços públicos na área. “É um trabalho que reduz a demanda de assistência na rede e os insumos de maior custo tecnológico, gerando mais satisfação na população e ampliando a capacidade de produção de medicamentos fitoterápicos.”

Na rede pública

Os hortos são espaços onde o cultivo de plantas medicinais, e de outros tipos, ocorre de forma comunitária e com base na agricultura biodinâmica, que vê a saúde de forma integrada. Atualmente, a Secretaria de Saúde possui oito hortos medicinais em toda a rede. O serviço está disponível na Unidade Básica de Saúde (UBS)1 do Lago Norte; na Casa de Parto, em São Sebastião; nas Farmácias Vivas do Riacho Fundo I e do Centro de Referência em Práticas Integrativas (Cerpis), em Planaltina. As mais recentes foram instaladas na UBS 1 do Itapoã, na UBS 1 da Asa Sul, na UBS 10 de Santa Maria e na Sede da Subsecretaria de Vigilância à Saúde (SVS).

Na próxima quarta-feira (11), a partir das 8h30, haverá a inauguração do HAMB da UBS 6 de Samambaia, totalizando nove hortos no DF. Até o fim do ano, a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), entregará uma rede com o total de 15 hortos.

Além disso, a pasta, em parceria com a Fiocruz, lançou o curso inédito de aperfeiçoamento sobre HAMB. Destinado a servidores públicos, a capacitação busca fundamentar a construção da primeira Rede de HAMB do país.

Por Ingrid Soares, da Agência Saúde-DF | Edição: Natália Moura