O desafio da eliminação de doenças determinadas socialmente como problema de saúde pública

Da esquerda: Jurandi Frutuoso, Nereu Henrique Mansano, Fernando Avendanho, Maria Clara Gianna e Draurio Barreira

Eliminar doenças de determinação social como problema de saúde pública até 2030, é o desafio que o Comitê Interministerial de Eliminação da Tuberculose e Outras Doenças Determinadas Socialmente (Cieds) tem pela frente.

E para auxiliá-los nesta missão, o diretor do Departamento de HIV/Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde (Dathi/SVSA), Draurio Barreira e a coordenadora geral de HIV/Aids e Hepatites Virais, Maria Clara Gianna, estiveram hoje (31), no Conass onde se reuniram com o secretário executivo, Jurandi Frutuoso e os assessores técnicos, Nereu Henrique Mansano e Fernando Avendanho.

Coordenado pelo Ministério da Saúde, o Cieds foi criado por meio de um decreto presidencial e é composto por nove ministérios que desenvolvem trabalhos relacionados aos determinantes sociais. “Originalmente levamos à ministra Nísia Trindade a proposta de eliminar a tuberculose, mas ela nos desafiou a expandir esse comitê e envolver outras doenças. O desafio é que todas elas estão próximas da eliminação, mas o setor saúde isoladamente, não consegue dar conta desta missão”, disse Draurio.

Além da tuberculose o plano de eliminação até 2030 contempla HIV, hepatites virais, tracoma, oncocercose, esquistossomose, filariose, geomitíases e doença de chagas.

Ele exemplificou como a interface com outras pastas pode auxiliar o Ministério da Saúde. “Vamos trabalhar junto com o Ministério da Justiça, por exemplo, com a população privada de liberdade que concentra tuberculose, HIV, hepatite e sífilis. É uma forma de ter foco em uma população e ao eliminar algumas dessas doenças  temos um impacto relevante no quadro sanitário nacional”, observou.

Draurio explicou ainda que o Cieds tem como espelho uma das metas do  Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) que é a eliminação das doenças transmissíveis, especialmente aquelas tropicais e negligenciadas.

Maria Clara Gianna ressaltou que o apoio dos estados é fundamental para o êxito da iniciativa. “Este trabalho envolve nove ministérios, mas para que de fato ele possa acontecer vai depender de uma grande articulação com as secretarias estaduais e municipais de saúde , então o Conass é um parceiro essencial. Viemos aqui hoje porque precisamos dar visibilidade e capilaridade a estas ações”, ressaltou.

Para o secretário executivo do Conass, Jurandi Frutuoso, para a consecução dessa meta ousada, mas necessária, a determinação do governo brasileiro e do gestores do Sistema Único de Saúde (SUS) é primordial. “Os gestores estaduais e municipais, cumprindo a sua missão de fortalecer o SUS e dar ao povo brasileiro saúde e dignidade, por certo, darão o apoio necessário para que isso ocorra”, afirmou.

No próximo dia 6 de junho será realizado o lançamento oficial do Cieds, em Brasília, com a presença de autoridades de todos os ministérios envolvidos. O lançamento marcará também a primeira reunião técnica do grupo para a elaboração do cronograma de eliminação e dos planos de trabalho.

Cieds

O Comitê Interministerial para a Eliminação da Tuberculose e de Outras Doenças Determinadas Socialmente é composto pelo Ministério da Saúde, Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação; Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome;  Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania; Ministério da Educação; Ministério da Igualdade Racial; Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional; Ministério da Justiça e Segurança Pública e Ministério dos Povos Indígenas.

Ascom Conass

ascom@conass.org.br

(61) 3222-3000