Opas/OMS apresenta para os assessores das SES estratégias de comunicação de risco
A comunicação de risco é um tema recorrente na vida dos gestores de saúde e um grande desafio para as suas equipes de comunicação, principalmente se considerarmos a facilidade e a velocidade com que os conteúdos são disseminados hoje em dia.
Para debater este tema com as assessorias de comunicação das Secretarias Estaduais de Saúde (SES) e subsidiá-las com informações que as capacitem para situações emergenciais, o Conass promoveu nesta sexta-feira (01), reunião da Câmara Técnica do Conass de Comunicação em Saúde.
Na reunião, o oficial de comunicação da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas/OMS), Luís Felipe Sardenberg, apresentou as estratégias utilizadas pela Organização nas situações que necessitam de rápida resposta e exemplificou essas ações com campanhas reais realizadas como por exemplo, na pandemia da Covid-19. “A comunicação de risco é um dos temas mais importantes para a saúde internacional e é uma das capacidades básicas que os países têm que ter segundo o Regulamento Sanitário Internacional”, afirmou.
A Opas/OMS tem uma política de comunicação que estabelece alguns pré-requisitos para todas as ações da área e que vão desde a contribuição para metas de saúde pública claramente definidas, com definição de público-alvo e que gere resultados concretos até a utilização de uma voz institucional uniforme por toda a Organização que aumente a confiança e mantenha a credibilidade da informação.
Sobre a comunicação de risco, o oficial afirmou que ela se difere das demais, pois envolve percepção de risco e como as pessoas estão se vendo naquela situação. “Por isso ela é tão importante. A maneira como o indivíduo percebe o perigo é que vai fazê-lo agir de determinada maneira ou não agir”, explicou o oficial da Opas.
Ele esclareceu ainda que as populações não enxergam o risco da mesma forma, mas levam em conta as informações e as suas próprias emoções e experiências. “A função da comunicação de risco é preencher esta lacuna que existe entre o risco real e a forma como a população o vê”.
O modelo utilizado pela Opas/OMS para a comunicação de risco envolve quatro estratégias, segundo explicou: gerenciamento da indignação; comunicação em crises; educação em saúde e orientação preventiva.
Alguns conceitos sobre elementos da comunicação também foram apresentados: enquanto a informação consiste em tudo aquilo que é preciso conforme o conhecimento atual disponível, a informação falsa corresponde à informação imprecisa ou incorreta, em que não há necessariamente intenção de causar dano e a desinformação já diz respeito a uma falsa informação criada com intenção de tirar proveito dela ou causar danos a uma pessoa, um grupo de pessoas, uma organização ou um país.
Para o combate a esses conteúdos, ponderou que é preciso haver monitoramento e esclarecimento o mais rápido possível. O que pode ser feito a partir do uso da imprensa, das redes sociais e demais canais de comunicação como linhas telefônicas e com o feedback de profissionais que trabalham na linha de frente.
Por fim, o oficial de comunicação citou a fórmula de sucesso para uma comunicação de risco exitosa: informação precisa em tempo oportuno e empatia com transparência. “Com esses elementos conseguimos transmitir a confiança e credibilidade necessárias para termos uma comunicação de risco e uma sociedade com melhor bem-estar e qualidade de vida”, finalizou.
Para o gerente de comunicação do Conass, Marcus Carvalho, a reunião propiciou um importante conteúdo, não apenas teórico, mas também prático para as assessorias de comunicação das SES ao explanar um tema muito amplo e necessário. “Agradecemos pela gentileza da Opas/OMS em compartilhar experiências práticas, com profunda base teórica, e aplicável no dia a dia das assessorias de comunicação das SES”, destacou.
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