Referência nacional: SES-DF apresenta experiências de sucesso em congresso de saúde

As estratégias de imunização e de gestão realizadas pela pasta nos últimos anos foram destaque no XXXVII Conasems, que reuniu profissionais, órgãos e instituições públicas e privadas do Brasil

De acordo com a gestora de saúde do DF, a vacinação nas escolas é uma das estratégias mais importantes, já que são espaços onde a SES-DF pode alcançar quase a totalidade do público-alvo de crianças e adolescentes. Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF.

A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) foi destaque no XXXVII Congresso Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), realizado de 16 a 19 de julho, em Goiânia (GO). Na terça-feira (18), a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio, participou do Simpósio Pfizer, que teve como tema: “Escola: uma aliada da vacinação infantil”. Na ocasião, a gestora apresentou os principais desafios, conquistas e estratégias da campanha de vacinação nas escolas e as articulações entre a SES-DF e a Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEE) para alcançar o público estudantil.

Pactuada entre as duas pastas em junho deste ano, a ação irá visitar as 698 instituições públicas de ensino do DF para vacinar os alunos, professores, colaboradores e comunidade escolar. Em um mês, 5.196 doses já foram aplicadas – 2.340 contra influenza, 1.323 contra covid-19 e 1.533 de rotina –, em 34 escolas.

Antes mesmo da formalização da parceria, as equipes da SES-DF já realizavam visitas em diversas creches e escolas da rede pública com o objetivo de ampliar a cobertura vacinal. Em março deste ano, a campanha de vacinação contra a gripe foi antecipada para crianças do grupo prioritário por conta do aumento do número de casos de doenças respiratórias que acometeram os pequenos no período da sazonalidade. A ação teve início com mais de mais de 1,7 mil doses aplicadas em 21 creches da rede pública, além da aplicação nas salas de vacinas nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs).

Outras 11 escolas também receberam a equipe de imunização antes do acordo entre as pastas. Nessas ocasiões, a SES-DF distribuiu mais de 2 mil doses, entre imunizações contra a Covid-19, gripe e do calendário vacinal de rotina.

Vacinação de crianças e adolescentes

De acordo com a gestora de saúde do DF, a vacinação nas escolas é uma das estratégias mais importantes, já que são espaços onde a SES-DF pode alcançar quase a totalidade do público-alvo de crianças e adolescentes.

A gestão do DF é referência para ampliar a transparência do uso de recursos públicos e facilitar a tomada de decisões. Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF.

“Nós queremos conscientizar toda a comunidade escolar e reforçar que a atualização do cartão de vacinação deve ser um cuidado de rotina e não um evento excepcional, em casos de urgência. É um momento lúdico, uma interação pensada com a Secretaria de Educação, para alcançar não só os alunos, mas toda a população, aproximar os pais e fazer a busca ativa, indo a todos os territórios”, afirma Lucilene Florêncio.

A ação é direcionada aos grupos que apresentam menor cobertura vacinal. No caso da covid-19, o índice de quem recebeu a dose de reforço entre os adolescentes, de 12 a 17 anos, é de 32,8%. Já entre as crianças, de 5 a 11 anos, esse percentual chega a 8%. Quase 30% não receberam a primeira dose e cerca de 43% não tomaram a segunda dose.

Foi o que mostrou também a pesquisa, apresentada na mesma ocasião pela diretora de vacinas da Pfizer, Adriana Polycarpo, que também é médica. A especialista expôs que a maioria das mães entrevistadas afirmou que gostaria que as escolas ajudassem a lembrar das doses previstas no calendário de vacinação.

“É, também, uma questão de praticidade e inclusão. Muitas famílias não têm tempo ou até condições financeiras de fazer a locomoção até uma sala de vacina. Levar a imunização até eles, nas escolas, facilita o acesso a este cuidado, que é básico, mas tão importante”, reforça a profissional.

Imunização para todos

Durante o simpósio, ainda foi apresentado um breve histórico com as ações de imunização realizadas desde o início de 2022 para aumentar a cobertura vacinal e proteger a população contra as doenças imunopreveníveis.

O Carro da Vacina, idealizado em 2020, na Região de Saúde Oeste, foi uma dessas iniciativas de destaque. Em 24 edições realizadas em 2022, houve 35.877 doses aplicadas. Neste ano, já são mais de 51 mil doses. Em uma unidade móvel, equipes de saúde percorrem instituições públicas e privadas, escolas, comércios, shoppings, parques e outras localidades convidando a população para atualizar o cartão vacinal.

Parceria entre a SES-DF e a Organização Pan-americana de Saúde (Opas), o projeto “Vacina em Casa”, assinado em agosto de 2022, levou ao Congresso, a experiência de visitação em 150 mil domicílios e 45 mil doses entre agosto e dezembro do ano passado. A vacinação extramuros também foi mencionada. Realizada em cerca de 103 espaços como shoppings, feiras e mercados, estações de metrô e de ônibus, instituições e órgãos públicos e privados, praças e parques, a iniciativa contribuiu para a aplicação de 29.596 doses em 2023.

“Continuamos ampliando os serviços e projetando novas técnicas para estar com a população em todos os lugares, além das salas de vacinas fixas disponibilizadas em todas as regiões. Estamos prontos para imunizar todas as pessoas”, ratifica a secretária de Saúde.

Referência nacional

A gestão do DF é referência para ampliar a transparência do uso de recursos públicos e facilitar a tomada de decisões e essa experiência ganhou espaço de exposição no XXXVII Conasems, a convite da Opas. O trabalho realizado pela equipe da pasta e os resultados alcançados foram apresentados pelo diretor de gestão regionalizada da SES-DF, Guilherme Mota.

A experiência do DF em gestão de custos da saúde pública é referência nacional. A Opas convidou a SES-DF para compartilhar os resultados. Foto: Sandro Araújo/Agência Saúde-DF.

Iniciado em 2008 como projeto-piloto, o trabalho foi expandido nos últimos anos e houve ainda a padronização de processos. Hoje, 100% dos hospitais e das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) do DF já aderiram ao programa de gestão de custos, além de 80% das unidades de Atenção Primária e 66% daquelas de Atenção Secundária.

Guilherme explicou que a implementação do projeto de gestão de custos é o que possibilita conhecer o quanto é efetivamente gasto em unidades ou serviços de saúde. “Essas informações ajudam na prestação de contas e permitem uma melhor organização e distribuição dos recursos. Assim, podemos fazer o planejamento financeiro mais eficiente para iniciativas futuras, como a construção de novos hospitais e UBSs ou a contratação da rede de saúde suplementar”, exemplifica.

Das 355 unidades de saúde com dados inseridos no Sistema de Apuração e Gestão de Custos do SUS (ApuraSUS), do Ministério da Saúde, 123 são da Secretaria de Saúde do Distrito Federal.

Roberta Pissuti, da Agência Saúde-DF | Edição: Fabyanne Nabofarzan