Rio de Janeiro – Lavar as mãos: um dos melhores remédios contra infecção hospitalar

No mês de maio, que reúne do Dia Mundial da Higienização das Mãos e o Dia do Controle à Infecção Hospitalar, a importância do gesto é lembrada pelos profissionais de saúde

Por Lavinia Portella

Um gesto simples e que pode salvar vidas. Lavar as mãos é considerado um dos meios mais eficientes para evitar a transmissão de micro-organismos que podem causar infecções em usuários de unidades de saúde. O tema ganha destaque nesta quarta-feira (15/5) — Dia do Controle à Infecção Hospitalar, que acontece dez dias depois do Dia Mundial da Higienização das Mãos (5/5). No Estado do Rio, o trabalho de prevenção às doenças adquiridas em hospitais envolve 75 profissionais que fazem parte da Comissão de Controle da Infecção Hospitalar e também é realizado de forma pioneira por 40 médicos e enfermeiros nas 27 Unidades de Pronto-Atendimento estaduais (UPAs).

Com a intenção de chamar a atenção para o controle da infecção hospitalar e da importância da limpeza das mãos, a Subsecretaria de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado de Saúde (SES) promove uma atividade de higienização das mãos, na terça-feira, 28 de maio, no saguão do prédio da Rua México, 128. Quem circular pelo prédio — que também é sede da SES — terá a oportunidade de aprender a lavar as mãos de forma correta. Infecção hospitalar ainda é um tema que desafia profissionais de saúde do mundo inteiro, inclusive em países desenvolvidos. No Brasil, hospitais públicos e privados têm que obrigatoriamente contar com uma Comissão de Controle à Infecção Hospitalar — conforme Portaria 2.616/98 do Ministério da Saúde. Embora seja uma unidade de atendimento pré-hospitalar, as UPAs também desenvolvem ações de prevenção a infecções de forma pioneira, desde 2009.   

A infecção hospitalar acontece quando um micro-organismo entra no corpo humano e se multiplica. Como nos hospitais são realizados procedimentos invasivos, — cirurgias e tratamento de fraturas, por exemplo — a possibilidade de penetração desses seres invisíveis no corpo é maior. Tanto nas unidades de pronto-atendimento quanto nos hospitais, o trabalho envolve o controle da higienização das mãos com água e sabão ou álcool, da limpeza do ambiente, dos materiais utilizados pelos pacientes e da qualidade dos produtos e das rotinas realizadas.

— A maioria das infecções acontece no manuseio do paciente. Por isso, é muito importante que todo profissional de saúde lave as mãos antes e depois do atendimento — diz Sibelle Nogueira Buonora, assessora técnica da Superintendência de Unidades Próprias, responsável pelo trabalho de prevenção à infecção hospitalar nas UPAs estaduais.   

Nas UPAs, enfermeiros encarregados do controle verificam se a higienização das mãos está sendo feita de forma correta, se os equipamentos de proteção individual, como máscara, luva e o capote, estão sendo utilizados pelos profissionais e recebem treinamento para saber como atuar em caso de epidemia, entre outros procedimentos. Em hospitais, onde os atendimentos são mais complexos, há também a checagem dos exames de pacientes que usam antibióticos, para prevenir a geração de germes resistentes, cuidados com feridas operatórias e desinfecção do leito antes do uso de outros pacientes. Sapinho, sarna e contaminações que causam diarreia são exemplos das doenças causadas por infecção hospitalar.

O Dia do Controle à Infecção Hospitalar foi instituído pela Lei 11.723, de junho de 2008. A data foi escolhida em homenagem ao médico húngaro Ignaz Philipp Semmelweis, que em 15 de maio de 1847, tornou o ato obrigatório a todos que entrassem na enfermaria do Hospital de Viena, que apresentava altas taxas de mortalidade por infecção pós-parto.