Rio de Janeiro – Reabilitação cardíaca contribui para melhora do quadro clínico

Instituto Estadual de Cardiologia Aloysio de Castro (IECAC) possui o primeiro Programa de Reabilitação Cardíaca adotado no Brasil e vai aumentar espaço para ampliar serviço

Propiciar melhora na qualidade e na expectativa de vida do paciente. É com este propósito que o Instituto Estadual de Cardiologia Aloysio de Castro (IECAC) mantém há 60 anos o primeiro Programa de Reabilitação Cardíaca adotado no Brasil, que consiste na mudança de hábitos para prevenir e controlar doenças cardiovasculares. Segundo o responsável pelo programa, Salvador Serra, após as sessões, os pacientes apresentam 80 % de melhora no quadro clínico.

Segundo o diretor geral do IECAC Antônio Ribeiro, o programa de reabilitação cardíaca é um dos serviços de excelência do hospital. O espaço será ampliado com o intuito de aumentar o atendimento em 30%. As obras estão previstas para serem concluídas até o final deste ano.

“Os resultados são significativos. Por um lado, previne a evolução de doenças cardiovasculares e, de outro, retira pacientes da fila do transplante de coração porque alcançaram recuperação satisfatória para o bom funcionamento do órgão. Além disso, o programa tem um cunho social fantástico, pois está aberto para a população”, ressalta Ribeiro.

A reabilitação cardíaca é indicada em dois cenários clínicos: quando o paciente apresenta fatores de risco, como, colesterol alto, hipertensão obesidade, tabagismo, diabetes e sedentarismo, que podem contribuir para o surgimento de doenças cardiovasculares, e, em outra situação, quando o paciente já tem uma doença (em artérias coronárias e insuficiência cardíaca, por exemplo) ou foi submetido à intervenção cirúrgica (angioplastia).

A enfermeira Luzinete Admiral, 55 anos, foi indicada para fazer sessões de reabilitação cardíaca após ter enfartado há três anos. Com histórico na família, ela também é vítima de insuficiência cardíaca e apresenta limitações por conta do agravamento da doença. A paciente já foi submetida a dois cateterismos, uma angioplastia, tem seis pontes de safena e um stent.

Na avaliação de Luzinete, e, pelos resultados clínicos, a reabilitação possibilitou que ela ganhasse uma expectativa de vida maior e melhor. “Sentia muito cansaço e sequer conseguia abaixar para pegar um objeto. Hoje, vejo que ganhei mais disposição e condição física para fazer as coisas”, relata.

Ela lamenta o fato de não ter procurado o programa de reabilitação cardíaca como método preventivo antes de ter o enfarto. “Sabendo do histórico dos meus pais, eu poderia ter me prevenido. Ainda assim, após todos os problemas que tive, sei que as sessões me propiciaram melhorias no meu dia a dia, ainda que limitadas. E sou grata não só a essa oportunidade, mas toda a equipe do programa que trata os pacientes com atenção, carinho e zelo. Isto é verdadeiro um estímulo”, afirma Luzinete.

Segundo Salvador Serra, entre os benefícios das atividades estão o aumento do consumo de oxigênio, retardamento do aparecimento do limiar anaeróbio, melhora do sistema nervoso autônomo e da função do endotélio por conta da dilatação das artérias. O trabalho realizado reduz em cerca de 30% a mortalidade. “Importante ressaltar, ainda, que as pesquisas comprovam que as doenças cardiovasculares são as que mais matam no mundo”, acrescenta o especialista.

O programa do IECAC consiste em atividades específicas para fortalecer as funções cardiovasculares. A equipe multidisciplinar da unidade é formada por médicos, fisioterapeutas e educadores físicos. O paciente cadastrado é submetido a 50 sessões, que ocorrem duas vezes por semana, dentro de um período de seis meses.

A cada semestre são formadas 12 turmas, com oito pacientes cada. Por ser uma unidade hospitalar fechada, ou seja, sem emergência, os pacientes são regulados pelo sistema do estado. A equipe médica realiza entrevista, avaliação médica, diagnóstico, teste ergométrico ou cardiopulmonar em cada um. Além disso, são realizadas palestras com todos os pacientes e familiares selecionados naquele semestre.

“A palestra explica o que é a reabilitação cardíaca, como funciona o programa e quais os benefícios que ela representa na vida de cada um. Entretanto, o mais importante é a conscientização do indivíduo, a necessidade que ele tem de mudar os hábitos para garantir uma vida mais saudável e aumentar sua expectativa de vida. A prevenção ainda é o melhor remédio”, avalia o médico, que está à frente do programa há 25 anos.

O horário de funcionamento das atividades físicas é de segunda a quinta, das 7h às 19h. Na sexta, são realizados exames de avaliação. Além do IECAC, na rede pública de saúde, o serviço de reabilitação cardíaca é oferecido pelo Instituto Nacional de Cardiologia (Laranjeiras) e pelo Hospital Municipal Oscar Clark.

Sobre o IECAC – Fundado em 1964, o Instituto Estadual de Cardiologia Aloysio de Castro (IECAC) é referência do Estado no tratamento de doenças cardíacas e cardiovasculares em adultos e crianças. Desde agosto de 2012, com o apoio da Secretaria de Estado de Saúde, a unidade hospitalar foi incorporada pela Fundação Saúde, que é responsável pela gestão.

A Fundação Saúde é uma entidade pública, de personalidade jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, que visa à gestão da saúde pública no Estado do Rio de Janeiro. Por ser órgão integrante da administração pública indireta, está vinculada à Secretaria de Estado de Saúde e atua em consonância com as diretrizes constitucionais e legais previstas para o Sistema Único de Saúde.

 

Por Ascom Fundação Saúde

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