O TEA é uma condição caracterizada por comportamentos repetitivos, interesses restritos e dificuldade na interação social
Durante todo o mês de abril é celebrado o Dia Mundial de Conscientização do Autismo. Em virtude da campanha, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) reforça a importância de difundir informações sobre o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) para a sociedade, a fim de reduzir os preconceitos e a discriminação.
O TEA é uma condição caracterizada por comportamentos repetitivos, interesses restritos e uma dificuldade na interação social, com o aparecimento dos sinais antes dos três anos de idade. Além disso, o autismo é um espectro onde existem três níveis distribuídos em leve, moderado e grave.
Segundo o neuropediatra do Hospital de Urgências de Sergipe (Huse), Rodrigo Araújo, existem diferentes níveis de autismo. “Quanto maior a dependência de terceiros a criança tiver, maior será o seu nível de autismo. Então, no nível I a criança tem um pouco mais de independência, o nível II uma moderada dependência e o III é mais dependente de terceiros para suas atividades e vida diária”, explicou Rodrigo.
É muito importante também que os pais observem os sinais, pois as crianças podem apresentar interesses restritos ou dificuldade na fala. “Em caso de suspeita, os responsáveis devem se atentar aos sinais como criança que chora fácil e muito irritada sem um motivo aparente; que não dorme bem e possui transtorno do sono; seletividade alimentar, as que são muito agitadas, a que brinca de forma não funcional, ou têm atraso na fala, pois são alguns sinais de autismo”, apontou.
O neuropediatra ainda ressaltou o aumento no número de casos em dez anos. “As pessoas estão mais informadas e buscando mais auxílio. Nos últimos dez anos, houve uma incidência de 400% nos casos, conforme dados do Centro de Controle de Doenças e Prevenção (CDC) dos Estados Unidos. Por isso, é muito importante abordar o autismo, seja para quebrar preconceitos, discriminação ou acolher as famílias, mostrando para a sociedade que o TEA existe e não há mais espaço para fecharmos os olhos para os casos que tem aumentado a cada ano”, disse Rodrigo Araújo.
Diagnóstico
O diagnóstico é essencialmente clínico e é dado a partir de uma avaliação especializada desde que a criança preencha os critérios do déficit de interação social associado a comportamentos repetitivos e restritos. É importante ressaltar que para diagnosticar o TEA não precisa realizar tomografia, ressonância ou eletroencefalograma.
“Fazemos uma avaliação multidisciplinar com neuropediatra, psicólogo, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, relatório de escola, pedagogos, onde pegamos as observações de todos os profissionais, emitimos o laudo, fechando o diagnóstico ou descartando o TEA”, salientou Rodrigo.
Tratamento
O tratamento adequado é feito por meio de terapias, como terapia ocupacional, fonoaudiologia e a psicologia que acabam melhorando as respostas. Essa intervenção é fundamental para a utilização da neuroplasticidade, onde o cérebro tem a capacidade de adaptação, pois quanto mais nova a criança for, mais fácil de ensinar e aprender.
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Fonte: SES/SE