A Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ) realizou, ontem (8/12) e hoje (9/12), o Inova TB, um encontro para discutir estratégias de inovação e fortalecer as ações de combate à tuberculose no estado, reunindo gestores, especialistas, pesquisadores e representantes da sociedade civil. O Rio de Janeiro consolida sua posição como um estado de referência no enfrentamento à Tuberculose (TB), uma doença que persiste como um grave desafio à saúde pública. Os debates tiveram como objetivo apresentar os resultados concretos de uma política estrategicamente alinhada às metas globais de eliminação da doença até 2035.
O evento apresentou os avanços da Política Estadual de Controle e Eliminação da Tuberculose, instituída pela Lei 8.746/2020, e do Plano Estadual aprovado em 2021, que orientam ações de vigilância, diagnóstico precoce, tratamento supervisionado e apoio social, com atenção especial às populações mais vulneráveis e ao sistema prisional. Por meio de um Termo de Cooperação Técnica estabelecido em 2022 com a Organização Pan-americana da Saúde (OPAS)/Ministério da Saúde, a SES-RJ intensificou suas ações diretas em 24 municípios prioritários, que respondem por 92% dos casos no estado. O Plano não apenas foca na busca ativa, diagnóstico precoce e tratamento supervisionado, mas integra também, de forma inédita, a intersetorialidade e o apoio social.
“Nossa expectativa é avançar não apenas com as ações que já estamos desenvolvendo, mas também incorporando inovação tecnológica. O objetivo é utilizar, de forma estratégica, o que há de mais avançado em inovação para ampliar a capacidade de resposta da saúde”, afirmou o subsecretário de Vigilância e Atenção Primária à Saúde da SES-RJ, Mário Sérgio Ribeiro.
Um dos destaques, que é também motivo de orgulho para a gestão fluminense, é a iniciativa de conceder auxílio-alimentação a todas as pessoas diagnosticadas com tuberculose. Essa medida de apoio social, que já beneficiou mais de 7.600 pessoas em 86 municípios, foi reconhecida pelo Ministério da Saúde como uma estratégia de sucesso e um modelo a ser replicado em outros estados, demonstrando que a luta contra a doença requer, além de medicamentos, a superação dos desafios socioeconômicos.
“Temos trabalhado com muito rigor e responsabilidade para fortalecer a resposta à tuberculose, garantindo ações consistentes, integradas e baseadas em evidências. Nossa expectativa é avançar não apenas com o que já estamos implementando, mas também incorporando novas tecnologias e colocando à disposição da rede tudo o que a ciência pode oferecer”, reforçou a secretária de estado de Saúde, Claudia Mello.
Os avanços são evidentes em múltiplas frentes. No campo do diagnóstico, a SES-RJ ampliou e modernizou a rede laboratorial em todas as regiões, garantindo o acesso ao Teste Rápido Molecular (TRM-TB). A gestão de dados também foi qualificada com a criação do Painel de Tuberculose, uma ferramenta aberta que permite aos gestores e à população monitorar as informações em tempo real. Além disso, a estratégia de capacitação técnica alcançou cerca de 3.500 profissionais de saúde, reforçando a qualidade do cuidado em toda a rede.
“O Rio tem se destacado com estratégias exitosas e se tornado referência para outros estados, mesmo diante de tantos desafios sociais e políticos”, afirmou Rebeca Santos, do Departamento de HIV/Aids e Tuberculose do Ministério da Saúde.
O movimento pela eliminação da tuberculose vai além do setor de saúde, como, por exemplo, a criação de comitês interinstitucionais. Entre as ações de mobilização social, 400 ativistas foram capacitados para atuar em 40 comunidades periféricas, alcançando mais de 150 mil pessoas com informações de prevenção e cuidado em linguagem acessível.