Saúde mental é tema do Diálogos Conass

Alinhado com o planejamento Estratégico do Conass, que prevê ações que abordem sobre saúde mental, a sessão Diálogos Conass, desta quarta-feira (12),  trouxe o tema para chamar a atenção sobre a importância do assunto. “Entender melhor sobre a saúde mental é uma prioridade do Conass, não só para termos um ambiente de trabalho cada vez melhor, mas também para fortalecer o grupo técnico do Conselho”, disse o secretário executivo do Conass, Jurandi Frutuoso. Segundo ele, ter um embasamento teórico com pessoas que estão trabalhando na área, mostrando suas experiências, é importante para que o grupo continue avançando no dia a dia e com um olhar técnico mais evoluído.

Durante a sessão, Marcelo Kimati, consultor do Conass, psiquiatra e doutor em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campina, falou que esse campo vem sendo trabalhado nas Redes de Atenção à Saúde e destacou que o País ainda enfrenta muitos desafios quando se trata do movimento da reforma psiquiátrica. “Precisamos falar sobre financiamento, dimensionamento da rede, articulação intersetorial e os desafios para a transformação de um sistema assistencial em uma rede de cuidado integral”, disse. Segundo ele, desde a década de 90, as políticas de saúde mental têm passado por diferentes  fases, dando alguns saltos, mas quando se trata de legislação, ainda está a desejar. 

Kimati falou também que é necessário abordar os desafios estruturais, revisitando a iniciativa de fomentar a discussão pós pandemia. “É preciso repensar os processos de dentro da rede de atenção e pensar em modelos mais estáveis, considerando ainda as condições dos trabalhadores”, enfatizou. 

Já a Ana Alice Freitas, especialista de projetos do Instituto de Responsabilidade Social Albert Einstein; enfermeira e especialista em Saúde Mental pela Escola de Formação em Saúde da Família Visconde de Sabóia, destacou que quando se trata de saúde mental é nítido que é preciso haver um debate, principalmente após a pandemia. “A pandemia agravou esse cenário. Por conta disso, hoje discutimos mais sobre as políticas de saúde mental, mas ainda assim é preciso se aprofundar no assunto. Para ela, o Conass tem um papel estratégico para discutir com os estados e apontar  o papel da atenção primária dentro de uma rede de atenção psicossocial no cuidado da saúde mental. 

Freitas ainda alertou que é preciso cuidar da saúde mental de maneira preventiva, não apenas no adoecimento. “Por quê hoje esperamos o agravamento dos casos para cuidar? Temos que promover o cuidado antes de chegar a esse ponto, seja do cidadão, seja dos trabalhadores”, observou. 

Para Luciana Vieira, assessora técnica do Conass, o tema vem se tornando uma agenda prioritária de todos os governos, pois os números de morbidade, mortalidade, burnout, uso de psicotrópicos e suicídios vêm aumentando. “Ainda tem o viés preconceituoso quando se trata desse assunto. Hoje temos uma variedade de linguagens e ideologias equivocadas quando falamos de saúde mental. Estamos aqui para pensar em uma linguagem técnica, científica e com embasamento teórico melhor para lidar com o assunto. A saúde mental perpassa toda a atenção à saúde, precisamos estar envolvidos e alinhados com esse assunto”, ressaltou. 

Vieira falou ainda que o Conass entende que o assunto precisa ser pautado a partir das experiências que já existem em relação ao tema. “A planificação da saúde, por exemplo, já faz esse trabalho. Temos que ter um olhar cada vez mais unificado, direcionado para o que já foi feito e para o que se pretende fazer daqui para frente”, finalizou. 

Assessoria de Comunicação do Conass