Saúde na Amazônia: Conass e estados da Amazônia Legal definem estratégias para superar desafios de financiamento e logística

Brasília – O Conass, em conjunto com representantes técnicos dos estados da Amazônia Legal, realizou uma reunião virtual nesta quinta-feira (28), para monitorar ações e traçar os próximos passos no enfrentamento dos complexos desafios da saúde na região. O encontro deu seguimento às pautas prioritárias definidas em reunião presencial ocorrida em Belém (PA).

A assessora técnica do Conass, Luciana Tolêdo Lopes, apresentou um diagnóstico que sintetiza os principais obstáculos regionais. Entre eles, destacam-se as dificuldades de infraestrutura e logística, marcadas pelo isolamento geográfico e pelos altos custos de transporte, como o de UTI aérea. Outro ponto crítico é o financiamento, já que o chamado “custo amazônico” — que engloba fatores geográficos, climáticos e sociais — não é adequadamente considerado nas políticas do Ministério da Saúde.

Dois eixos de ação prioritários estão em andamento. O primeiro é o fortalecimento da saúde indígena, com a criação de um Grupo Técnico específico que integra Conass, Cosems, SES, DSEI e SESAI. As primeiras iniciativas já ocorrem no Amazonas, com foco no combate ao câncer de colo do útero, e no Tocantins, visando a redução da mortalidade infantil. Representantes do Acre também compartilharam os desafios locais, como a integração dos serviços.

O segundo grande eixo é a busca por um novo modelo de financiamento federal para transporte fluvial e aéreo. Luciana informou sobre uma aproximação com o Ministério da Saúde para discutir o conceito de “território líquido”, pleiteando verbas para soluções como barcos-hospitais (ambulanchas) e aeronaves, que são essenciais para o acesso à saúde na região.

Como encaminhamento prático, o grupo irá elaborar um repositório técnico com descritivos detalhados das modalidades de transporte. O Acre ficará responsável pela parte aérea e o Amazonas pela fluvial. O material servirá de base para a criação de um repositório a ser criado pelo Conass e também para discussões com o Ministério da Saúde.

Ao final, os participantes avaliaram positivamente as ações conduzidas pelo Conass. Carla Figueiredo, do Pará, destacou o encontro de Belém como um “divisor de águas” para a união dos estados, sentimento compartilhado por Liege, do Amazonas, que reforçou a importância de institucionalizar as ações em uma rede de responsabilidade compartilhada.

Assessoria de Comunicação do Conass